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MACHADO DE ASSIS
 
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Machado de Assis



"Ler as obras dos poetas e dos escritores é hoje um dos poucos prazeres que se nos deixa ao espírito, em um tempo em que a prosa estéril e tediosa vai substituindo toda a poesia da alma e do coração."

Machado Assis "Crônicas - 1510"


Filho de Francisco José de Assis, um mulato carioca pintor de paredes, e da lavadeira e imigrante portuguesa da Ilha de Açores, Maria Leopoldina Machado de Assis, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839 e é considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos.

Mesmo tendo frequentado apenas a escola primária, pois foi obrigado a trabalhar desde a infância para se sustentar, ele conseguiu alcançar a mais alta posição dentro da literatura nacional e mundial. O que faz de Machado de Assis um exemplo de determinação.

A posição que alcançou em um país que ainda era uma monarquia escravocata, durante parte de sua vida, é apenas uma das incontáveis façanhas deste gênio das letras brasileiras. Seu espírito decidido e seu poder criativo conseguiram levá-lo do morro à Academia Brasileira de Letras, instituição à qual foi um dos fundadores e presidente perpétuo.

Autodidata, Machado de Assis conseguiu formar-se por conta própria na biblioteca do Gabinete Português de Leitura, chegando a exercer os cargos de tipógrafo e revisor devido aos conhecimentos que adquiriu.

Aprendeu francês com a dona e o forneiro franceses da padaria do bairro onde morava.

Machado de Assis foi homem que viu e viveu muitas coisas, entre elas, o fim do romantismo e o começo do realismo, a mudança da Monarquia para a República, o fim da escravidão, a Guerra do Paraguai e a modernização da cidade do Rio de Janeiro —a "belle époque".

Sua literatura é um retrato importantíssimo destes e de muitos outros acontecimentos históricos. Sua estréia em publicações aconteceu no nº 530 do periódico "Marmota Fluminense", no dia 21 de janeiro de 1855, com o poema "Ela".

Aos 25 anos, Machado de Assis teve seu primeiro livro, "Crisálidas" —um livro de poemas—, publicado. A partir dele tornou-se conhecido de muitos intelectuais cariocas, entre eles, José de Alencar, Francisco Otaviano e o escritor francês Charles Ribeyrolles.

Casou-se, em 1869, com Carolina Augusta Xavier de Novais, com quem viveu até 1904, ano em que ela faleceu.

Teve também uma longa e bem sucedida carreira burocrática.

Em 1873, foi nomeado primeiro-oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, e subiu de posto em 1881 quando tornou-se oficial-de-gabinete do então ministro Pedro Luiz. Em 1888, recebeu a comenda da Ordem da Rosa. Em 1889, foi nomeado diretor-geral da viação, em 1898, tornou-se diretor da Secretaria da Indústria do Ministério da Viação.

Exímio dissecador de almas, Machado de Assis é, senão o maior, um dos mais importantes estudiosos da psicologia brasileira e um dos mais penetrantes analistas dos sentimentos da sociedade carioca, principalmente daqueles que viveram no Rio de Janeiro da "belle époque".

Suas obras mais conhecidas são: "Memórias Póstumas de Brás Cubas", "Dom Casmurro" e "Quincas Borba", mas a qualidade de seus textos quase não difere em importância. Sua literatura é o resultado do trabalho de um dos melhores escritores de todo o mundo.

Machado de Assis morreu no ano de 1908 em condições completamente diferentes daquelas em que havia nascido. O menino pobre, filho de um pintor de paredes e de uma lavadeira, findou a vida reconhecido como um dos maiores nomes da literatura brasileira e sua morte teve repercussão nacional.

Renato Roschel
do Banco de Dados

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