Helena Miranda
de Figueiredo, a tia Lenita, é jornalista, escritora, educadora,
musicista, pintora, grande incentivadora cultural e professora
de história da arte.
Nasceu
a 13 de setembro de 1927, em São Paulo, onde começou a desenhar
desde menina, sob a orientação de sua tia, Renata Miele. Tendo
vivido entre tintas, pincéis e telas, na famosa "Loja de Tintas
Miele", de propriedade de seu avô materno, na extinta rua 11
de Agosto, muito cedo conheceu de perto artistas do Grupo Santa
Helena.
Como
criadora e editora da "Folhinha" e "Folha Feminina" —cadernos
da Folha de S.Paulo que dirigiu por dez anos— sempre
exaltou e divulgou a arte em todas as suas dimensões. Colunista
da "Folha da Tarde" por quase 20 anos, divulgou artistas famosos,
orientou e estimulou os jovens através de artigos, entrevistas
e reportagens, promovendo, continuamente, concursos e exposições
nacionais e internacionais.
Durante
os anos em que trabalhou como jornalista Lenita viajou muito.
Viisitou todos os tipos de espaços ligados à arte, entrevistou
e conheceu, entre outros, artistas famosos e personalidades
como Chagall, Miles Davis, Martin Luther King, Louis Armstrong,
Ella Fitsgerald e Dizzie Gillespe.
Em
1961, Lenita ganhou o seu primeiro prêmio Jabuti com o livro
"Deus Aposentado".
Em
1966, lançou o disco "Histórias da Tia Lenita, no qual ela participou
de todas as gravações.
Viajou,
em 1967, para os EUA a convite do governo norte-americano. Durante
os dois meses que ficou nos EUA, inteirou-se das modernas técnicas
de impressão, de programas educativos e recreativos para crianças
e fez, ainda, um breve estágio na Escola de Música Juilliard,
de Nova York, tornou-se então uma especialista em jazz.
Ao
voltar ao Brasil, Lenita passou ministrar um curso de jazz no
Iade [Instituto de Arte e Decoração].
Em
dezembro de 1969, Lenita lançou o livro infantil "Estórias
da Tia Lenita" com ilustrações de seu filho Marcelo Miranda
de Figueiredo.
Depois
do grande êxito de "Deus Aposentado", best seller de
1961, Lenita retornou ao cenário literário, em maio de 70, com
o novo romance, "Sexo Começa às Sete", o qual teve um
lançamento muito original: ao invés de livraria ou mesmo galeria
de arte, Lenita optou por um bar, o "308", da rua Barão de Campinas,
ao lado da Folha de S.Paulo, com muitos jornalistas comparecendo
ao local para bater um papo com a autora. A conversa, depois,
virou "noite de autógrafos".
Lançou
sua revista "Tia Lenita" em março de 1971. Em setembro
do mesmo ano, Lenita liderou junto à Rede Globo de Televisão,
a campanha "Não Deixe Ninguém Morrer de Frio" no intuito de
angariar fundos e donativos para os desabrigados de São Paulo.
Seu
livro "O Sexo Começa às Sete" ganhou o prêmio Jabuti,
em 1971.
Sob
a orientação do artista plástico, Ottone Zorlini, fez, em 1980,
a sua primeira exposição individual na Galeria "República das
Artes", expondo 64 trabalhos em guache, óleo e bico de pena.
Sua segunda exposição individual foi na galeria "Portal", em
1981, com grande sucesso de crítica e público.
Num
trabalho de retrospecto histórico de 40 séculos de arte destinado
ao público infantil, Lenita lançou, em um convênio entre a Secretaria
do Estado da Cultura e a Editora Pioneira, o livro "História
da Arte para Crianças", em 1982.
Em
1983, quando permaneceu meio ano na Europa, pintou cenas italianas,
em Lucca, Montuolo, Florença e Nápoles que foram adquiridas
por "marchands" italianos e franceses. No mesmo ano, participou
de exposições de miniaturas em São Paulo e Rio de Janeiro. Lenita
participou também de duas exposições coletivas, em 1984 e 1985,
de pintores contemporâneos brasileiros, promovidas pela "Sociarte",
no Monte Líbano, quando seus guaches chamaram a atenção dos
críticos de arte pela inovação da técnica que apresentavam.
Já
recebeu vários prêmios, entre eles, a Medalha de Prata da Academia
Paulista de Belas Artes e a Grande Medalha de Ouro do 1º Salão
de Juristas Paulistas e União Latino-Americana de Advogados.
Atualmente, Helena Miranda de Figueiredo vive em São Paulo.
Renato Roschel
do Banco
de Dados