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Charge
de Belmonte publicada em 25 de maio de 1946
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Música
Popular do Brasil
Dizer
que a música popular feita no Brasil é caracterizada por sua riqueza
é repetitivo, mas é essencial para defini-la.
Sua
história começa com os índios e com a música feita pelos jesuítas
que aqui aportaram. Esse
encontro entre a música dos jesuítas e a música dos indígenas
é a pré-história da música popular do Brasil. A evolução desses
ritmos primitivos, como o cateretê ou o cantochão, são ainda hoje
tocados em festas populares.
A música popular do Brasil só se tornaria mais forte no
final do século 17, com o lundu, dança africana de meneios e sapateados,
e a modinha, canção de origem portuguesa de cunho amoroso e sentimental.
Esses dois padrões, a influência africana e a européia, alternaram-se
e combinaram-se das mais variadas e inusitadas formas durante
o percurso que desembocou, junto a outras influências posteriores,
na música popular dos dias de hoje,
que desafia a colocação de rótulos ou classificações abrangentes.
Durante
o período colonial e o Primeiro Império, além dos já citados lundu
e modinha, também as valsas, polcas e tangos de diversas origens
estrangeiras encontraram no Brasil uma nova forma de expressão.
Já
no século 19 surgem os conjuntos de chorões, que adaptam formas
musicais européias -como a mazurca, a polca e o scottisch- ao
gosto brasileiro e à forma brasileira de se tocar essas construções.
Surge então, a partir da brasileirização dessas formas, o choro,
e firmam-se novas danças, como o maxixe.
Outras
duas coisas que ajudaram decisivamente o aparecimento da canção
popular no Brasil foram o carnaval carioca e o gramofone. Pixinguinha,
João da Baiana, Donga -autor de Pelo Telefone, primeiro
samba gravado, em 1917-, foram grandes nomes nesse período, junto
com os continuadores dos chorões.
O
samba urbano só se firmaria na década de 30, época em que surge
a primeira escola de samba, a Deixa Falar, fundada em 1929. Depois,
com a popularização do rádio e do disco a música popular se consolidaria
e chegaria ao mundo de opções musicais que hoje o Brasil possui.
Renato
Roschel
do
Banco
de Dados