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 Meias 
                - finas, grossas, transparentes, compridas, curtas, enfeitadas, 
                lisas, coloridas, de seda, de algodão, de lã, de 
                náilon, de lycra, com compressão, anti-celulite, 
                enfim, seja lá qual for o modelo, a cor ou o tamanho, hoje 
                existem meias para todas as ocasiões e pessoas, que podem 
                ir da academia de ginástica à uma festa sofisticada.
 A tecnologia é a grande responsável pelo desenvolvimento 
                da indústria de meias no mundo. Desde o surgimento do náilon, 
                em 1935, as possibilidades para a fabricação de 
                meias tornaram-se quase ilimitadas. Na 
                verdade, o uso de meias vem de longe. Segundo Marcelo Duarte, 
                em seu "Livro das Invenções" (Cia. das 
                Letras), as primeiras meias foram utilizadas pelas mulheres gregas 
                por volta de 600 a.C. As "sykhos", como eram chamadas, 
                pareciam com um sapato baixo, como uma sandália, que cobria 
                os dedos e o calcanhar. Nessa época, os homens não 
                costumavam usá-las, por serem consideradas um artigo vergonhoso 
                para eles.
 
 Em Roma, as mulheres também usavam essas meias, feitas 
                de couro macio, que passou a ser chamada de "soccus". 
                Quando elas chegaram às ilhas britânicas, os anglo-saxões 
                descobriram que a "soccus", quando eram usadas dentro 
                de uma bota, protegiam os pés. Era o início do, 
                hoje insubstituível, par de meias. Em 
                1589, o inglês William Lee inventou a primeira máquina 
                de fazer meias. Mas a idéia não fez muito sucesso 
                na época. Entretanto, não demorou muito para que 
                a França criasse sua primeira fábrica de meias, 
                em 1656. Por volta de 1700 já havia em Berlim 32 fábricas 
                de meias.
 
 Finíssimas 
                e presas por ligas aos espartilhos ou cintas, as meias de seda 
                se impuseram rapidamente na França, onde surgiram as meias 
                de seda azuis, introduzidas por mulheres da época, consideradas 
                revolucionárias por suas idéias libertárias. 
                Em Paris, as famosas dançarinas de "can-can" 
                imortalizaram as meias 
                de rede, ou arrastão.
 
 No 
                início do século 20, as meias eram grossas e escuras. 
                Elas não costumavam aparecer, pois os vestidos eram compridos. 
                Nos anos 20, as saias subiram e as pernas se tornaram o foco da 
                atenção. Com isso, as meias passaram a ter maior 
                importância e começaram a ser aperfeiçoadas. 
                Elas deveriam valorizar as pernas femininas, embelezando e escondendo 
                eventuais falhas.
 As 
                meias de seda, porém, ainda eram muito caras e pouco duráveis, 
                além da sua falta de elasticidade. Esses problemas foram 
                resolvidos com o surgimento da primeira fibra sintética 
                - o náilon -, em 1935.
 O náilon foi o elemento causador da grande revolução 
                na fabricação das meias, que passaram a ser elásticas, 
                mais resistentes e puderam ser fabricadas em grandes quantidades, 
                diminuindo o preço ao consumidor.
 
 O 
                sucesso da nova descoberta pôde ser realmente comprovado 
                no dia do lançamento das meias finas de náilon, 
                em 15 de maio de 1940, data em que quatro milhões de pares 
                de meias foram vendidos nos Estados Unidos. As filas nas portas 
                das lojas pareciam não ter fim e muitas mulheres chegaram 
                a brigar por um par de meias de náilon. Muitas 
                nem esperavam chegar em casa para vestí-las. 
                O triunfo da nova invenção resultou numa fabricação 
                de náilon maior que a de aço.
 
 Durante 
                a Segunda Guerra Mundial, a indústria do náilon 
                foi requisitada para a fabricação de pára-quedas, 
                tendas, uniformes e macas. Em uma pesquisa, feita em 1945, nos 
                Estados Unidos, cerca de 80% das mulheres entrevistadas sentiam 
                mais falta do náilon do que dos maridos ou namorados.
 
 Na 
                década de 50, surgiram as meias-calças de náilon. 
                A fibra tornou-as mais fáceis de usar e, com isso, ainda 
                mais populares. As ligas, usadas para prendê-las e ainda 
                usadas hoje em dia, passaram a ser opcionais e mais relacionadas 
                à sensualidade e ao erotismo.
 
 A 
                Rhodia foi a empresa que introduziu o náilon no Brasil 
                e iniciou a sua comercialização em junho de 1955.
 
 
  Durante 
                os anos 60 e 70, principalmente as meias-calças, predominaram 
                na moda feminina. Elas eram confeccionadas com fibras sintéticas, 
                textura leve e macia, coloridas e podiam modelar e proteger as 
                pernas ao mesmo tempo. 
 As 
                décadas de 80 e 90 do século 20 viveram o auge da 
                tecnologia na produção das meias, cujo processo 
                atual é todo automatizado. As últimas mudanças 
                estão ligadas aos novos materiais, aos diversos níveis 
                de transparência, cores, textura e tramas, e ao uso de enfeites, 
                como bordados e pedras.
 
 Além disso, a indústria das meias está produzindo 
                modelos indicados também para outros fins, como para amenizar 
                a barriguinha, aumentar ou modelar o bumbum, prevenir varizes 
                e ajudar a combater a celulite.
 
 
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