Reprodução
|
|
Gravura
feita pelo artista Emil Orlik
|
Mahler
O
músico, compositor e maestro, Gustav Mahler, nasceu na Boêmia,
em 1860, e sempre afirmou que era "um compositor de finais
de semana", pois durante a maior parte de sua vida passou
nove meses de cada ano no teatro de ópera ou na sala de
concerto. Compunha apenas durante suas férias de verão.
Mahler
começou a estudar música aos 6 anos e deu o seu primeiro
recital de piano em 1870.
Entrou para o conservatório de Viena em 1875, onde tornou-se
amigo do também músico e compositor Bruckner.
Sempre
teve como ambição ser compositor. Queria compor obras extensas,
autobiográficas e intelectualizadas. Tinha o plano de criar
equivalentes musicais para a obra do filósofo Nietzsche,
mas não havia como sobreviver fazendo tal trabalho, já que
para tal não havia mercado.
Começou
sua carreira de regente em 1880, em seguida, no período
de 1883-5, foi regente em Kassel, onde teve complicado relacionamento
amoroso, que acabou tornando-se motivo para uma de suas
obras "Lieder eins fahrender Gesellen" (Canções de um Caminhante).
Mudou-se
para Praga em 1885 e, no ano seguinte, para Leipzig.
Em
1897, quando deixou de ser judeu e converteu-se ao catolicismo
apostólico romano, tornou-se o diretor da ópera da Corte
de Viena.
Este
cargo ocupado por Mahler é lembrado ainda nos dias de hoje.
Sabe-se
que ele era terrível com cantores ou instrumentistas que
se achavam muito importantes, e demitia sumariamente aqueles
que entendia como fora dos padrões estipulados por ele.
Gustav
Mahler, apesar de dedicar uma boa parte da sua vida à ópera,
nunca escreveu uma.
Em
1889, Mahler conduziu sua primeira sinfonia, a qual descreve
como sendo um "poema sinfônico".
Casou-se
em 1902, com Alma Schindler, que também era compositora
e musicista.
Apresentou-se
pela primeira vez nos EUA em 1º de janeiro de 1908,
no Metropolitan Opera House de Nova York e foi indicado,
em 1909, para ocupar o cargo de regente da Orquestra Filarmônica
de Nova York.
Mahler
escreveu 10 sinfonias, mas foi em sua sétima sinfonia
que ele mostrou um verdadeiro avanço para o modernismo.
Podemos considerá-lo como um artista da transição entre
o romantismo tardio e a vanguarda da segunda escola de Viena.
Suas
criações polifônicas e seu virtuosismo na condução de
um orquestra fazem de Mahler um dos grande nomes da música
moderna, pois como afirma o maestro e compositor Pierre
Bourlez, "o que torna Mahler contemporâneo é a amplidão
e complexidade de seus gestos, a variedade e intensidade
do seu grau de invenção _e não só contemporâneo, mas indispensável,
hoje, para quem quer pensar sobre o futuro da música".
Mahler
teve uma vida marcada por grandes tragédias familiares e
só conseguia trabalhar entre intrigas e ambientes hostis;
vários de seus amigos morreram, ou ficaram loucos, ou se
suicidaram.
Foi
envolvido nessa vizinhança adversa que Mahler criou quase
toda sua obra.
Mahler
é também ficou conhecido por suas declarações
polêmicas, como por exemplo: "Três vezes apátrida,
natural da Boêmia entre os austríacos, austríaco entre os
alemães, judeu em todo o mundo", ou a famosa premonição
que fez de sua própria obra quando disse: "Meu tempo virá!".
A
musica misteriosamente romântica e moderna desse homem
que trabalhou toda sua vida em ambientes de intrigas, exerceu,
com sua escrita inovadora, grande influência sobre
a geração seguinte de compositores, chegando
a ser considerada a obra precursora dos três expressionistas
vienenses: Schonberg, Webern e Berg.
Mahler
teve uma morte prematura em 18 de maio de 1911, após ter
sofrido uma forte infeção sanguínea.
Renato
Roschel
do
Banco
de Dados
|