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São
Paulo, domingo, 30 de agosto de 1987
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O MARXISMO ESTÁ MORTO
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Para José
Guilherme Merquior, o ensaísta e embaixador do Brasil no
México, a teoria marxista não tem nenhuma perspectiva
e não se sutenta à luz da razão.
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André Singer
Secretário de Redação |
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A morte de Marxismo é o mote preferido das últimas
intervenções do ensaísta José Guilherme
Merquior, 46, embaixador do Brasil no México e hoje, talvez,
o maior polemista ativo na cultura brasileira. Merquior, cujo último
livro é "O Marxismo Ocidental" (Nova Fronteira),
vem assestando sua metralhadora giratória sobre autores e
conceitos básicos do marxismo, como mais-valia e alienação.
Entre os principais atacados está o alemão Jurgen
Habermas, considerado por muitos o maior filósofo marxista
vivo. De passagem, lança farpas sobre o também ensaísta
diplomata brasileiro Sérgio Paulo Rouanet, por suas tentativas
de fazer "ligações" entre Habermas e Foucault.
Categórico, Merquior não vê nenhum horizonte
para o marxismo. Tece elogios a um certo "marxismo analítico",
desenvolvido em algumas universidades européias e norte-americanas,
mas não sabe se isso pode mesmo ser considerado marxismo.
Para ele o marxismo tem raízes religiosas e nenhuma de suas
principais teses resiste ao exame da razão.
Há três meses morando na agradável residência
oficial da embaixada brasileira na Cidade do México, Merquior
concedeu lá esta entrevista, um dia antes da chegada do presidente
Sarney à capital mexicana, há duas semanas. Foi uma
pausa entre os preparativos para mais uma festa da "unidade
latino-americana". Aliás, soa curioso ouvir o erudito
Merquior, na Cidade do México, se referir a torto e a direito
à tal "unidade latino-americana". Mesmo se dizendo
dedicado "full time" à diplomacia, Merquior anuncia
que já tem outro livro na gaveta.
A seguir os principais trechos da entrevista:
Folha: O sr. acha que existe uma crise do marxismo e do pensamento
da esquerda, hoje?
José Guilherme Merquior - A crise do marxismo, tanto
quanto eu possa ver, é permanente, quer dizer, eu não
a sinto como uma conjuntura ou um modismo ideológico que,
digamos, daqui a dez, quinze ou vinte anos estaria superado por
uma possível revivescência, uma possível renascença
do marxismo. Eu acho que o marxismo está, realmente, como
proposta teórica, considerada no que lhe possa restar de
unidade, num momento de liquidação. Os marxismos seriam
um outro problema, porque o campo marxista se fracionou de tal maneira,
teoricamente, que há marxismos. Eu posso contemplar alguns
marxismos com capacidade de sobrevivência. Mas a questão
de saber o grau de autenticidade marxista desses marxismos é
uma questão muito cabeluda. Por exemplo, no chamado movimento
do marxismo analítico, do qual pouco ou nada se tem falado
no Brasil. Todo mundo se preocupa no Brasil com Habermas e outras
tendências a meu ver infinitamente menos fecundas. Mas é
perfeitamente possível que se diga que o marxismo analítico
é apenas um marxismo pela metade ou marxismo sem luta de
classe, marxismo sem profecias progressivas.
Folha: O que é o marxismo analítico?
Merquior - Eu chamo de marxismo analítico naturalmente
esse movimento - que quase não é um movimento, o número
de protagonistas ainda é reduzido, mas apesar de reduzido
é muito brilhante -que se consubstancia em obras recentes,
todas basicamente da década e de 80 ou do meio da década
de 70 para cá, do John Elster, do Jerry Coehn, que são
pessoas que reexaminaram em profundidade o conceito de exploração,
o conceito de alienação e, sobretudo os instrumentos
metodológicos que a tradição marxista utilizou,
tanto Marx quanto seus sucessores da época da 2a. Internacional,
ou posteriores, como os marxistas ocidentais, utilizaram. É
um movimento de grande interesse intelectual, que eu acho que é
o maior desafio intelectual hoje dentro do marxismo. Mas o que eu
queria deixar claro é que o conjunto de conclusões
a que alguns desses autores chegaram, como é certamente o
caso do mais brilhante e produtivo deles que é o próprio
Elster, são conclusões que o leitor inteligente e
despreconcebido fica na dúvida se deve considerar conclusões
marxistas ou conclusões pós-marxistas.
A minha tendência pessoal é considerá-las conclusões
pós-marxistas porque resta muito pouco do sistema marxiano
depois dessa filtragem crítica realizada pelo marxismo analítico.
Essencialmente o que restaria aquilo que o Raymond Aron gostava
de chamar do senso dos determinismos. Aquilo que Raymond Aron quase
que poeticamente chamava de tema da infra-estrutura, que eu acho,
aliás, que é uma coisa de muita substância e
que realmente, nós devemos, na história das idéias,
principalmente a Marx. Marx, não é à toa, continua
a ser, com toda justiça, considerado como um dos principais
fundadores da ciência social. Por quê? Por causa da
ênfase posta no tema da infra-estrutura, quer dizer, a proposta
do materialismo histórico, como enfoque de baixo para cima,
como um enfoque que busca, na tentativa de explicar fenômenos
sociais, um conjunto de determinismo, um conjunto de condicionamentos,
no sentido forte da palavra evidentemente, mas não necessariamente
na sua interpretação dogmática, transformando
esse condicionamento numa espécie de lei universal, de "passpar
tout" de lei universal da explicação histórica
que, de resto é uma coisa contra a mal o próprio Marx
se rebelou muitas vezes.
Esse marxismo analítico eu considero que tem condições
de sobrevivência. Num plano que seria, digamos, entre o plano
do conhecimento e o plano da política, mas, talvez, mais
no plano da ação política do que no plano do
conhecimento, eu acho que em determinadas áreas do mundo
contemporâneo há um outro tipo de marxismo que também
tem condições de sobrevivência apreciáveis
que é, a meu ver, o que para simplificar eu chamaria de tendências
neo-gramscianas. Acho que, especialmente em países como o
Brasil essas tendências jogam uma carta historicamente ainda
prenhe de possibilidades. E por quê? Porque justamente elas
arquivam tudo o que pudesse haver e de demasiadamente isolacionista,
intransigente, dogmático e sectário em postulações
marxistas anteriores.
O meu caro amigo e principal neo-gramsciano brasileiro - creio que
seja ele o principal de longe - Carlos Nelson Coutinho, numa carta
muito recente concluía, voltando de uma recentíssima
viagem à Itália, feita neste verão italiano,
que na Itália o gramscianismo está em fracionamento,
dispersão e mesmo sofrendo um adiantado estágio de
negligência - coisa que, naturalmente, não o agradou,
como fiel gramscianista que é. E se ele tem razão,
eu diria que há outras áreas do globo que podem transformar
o nosso querido Carlos Nelson em alguém bem menos pessimista
e mais otimista quanto às posições gramscianas.
E essa área é, de uma maneira geral a nossa área,
por exemplo, latino-americana, onde as propostas neo-gramscianas
têm um charme, um tipo de apelo e de charme que, se elas não
estão tendo na Europa neste momento, podem ter em outros
quadrantes.
Procurei dar dois exemplos de possíveis sobrevivências
do marxismo: uma teórica, que é o marxismo analítico,
mas com um vasto ponto de interrogação que, palavra
de honra, não é absolutamente um preciosismo de minha
parte, é uma questão muito séria, que tenho
colocado nos meus próprios escritos sobre marxismo, no meu
livro sobre marxismo ocidental, em particular. É a questão
de saber se...bom, tudo bem com o marxismo analítico, eu
concordo com quase 90% das suas conclusões. O problema é
que essas conclusões são tão demolidoras do
edifício marxista no seu conjunto, que as pessoas têm
todo o direito de se perguntar se isso ainda é marxismo ou
se seus autores se dizem marxistas por uma espécie de fidelidade
sentimental. Já houve quem dissesse isso, já quem
diga isso de John Elster, que ele é marxista porque ele acha
bonito.
Você não precisa ser marxista para ter preocupações
de justiça social, para ter preocupações até
humanitárias, enfim, para querer corrigir abusos, onde quer
que eles se manifestem, em qualquer estrutura social. O marxismo,
afinal de contas nunca teve monopólio dessas posições
e não há porque ter daqui por diante. Certamente não
é agora que ele sofre um descrédito intelectual bem
maior do que no passado que ele vai ter esse monopólio. Mas
de qualquer maneira é o exemplo de possível sobrevivência
de uma corrente que se auto-rotula, se autointitula de marxista,
mas é uma corrente naturalmente muito rarefeita. Uma corrente
que tem um pé em Oxford, um pé na Escandinávia,
um pé nas universidades da Costa Atlântica, nos Estados
Unidos.
A outra corrente que é bem menos teórica e bem mais
política e não é tão rarefeita, seria
a sobrevivência possível do neo-gramscianismo.
Folha : Qual é a vertente de pensamento que pode ser uma
alternativa ao marxismo? O pensamento liberal, que historicamente
tem origem antes do próprio marxismo?
Merquior - Eu diria o seguinte: primeiro, o marxismo como fecundante
da ciência social ou da busca de mecanismos sociais, da busca
de condicionamentos sociais, enfim, da aspiração a
um projeto de explicação da mudança social,
permanece como um exemplo muito instigante. Na esfera econômica,
o edifício da teoria econômica marxista, quer dizer,
do próprio Marx, para não falar de marxistas posteriores,
está carcomido por um defeito de base, que é a própria
teoria nuclear, a própria teoria da mais-valia. Eu não
vejo mais intelectual de real preeminência no terreno econômico
se aprestar mais em defendê-la. É uma teoria caduca.
É uma teoria - eu não direi nem mais agonizante -
simplesmente morta.
O marxismo analítico talvez tenha sido o elegante golpe de
misericórdia nessa teoria. Se se atribui -como eu acho que
só pode ser correto atribuir- à teoria da mais-valia
lugar central no pensamento econômico de Marx, o pensamento
econômico de Marx fica automaticamente arquivável.
Agora, o marxismo, de qualquer maneira, era uma teoria globalista
demais, uma teoria com a vocação de ser uma explicação
global - muita gente pensa até erroneamente que por ser uma
explicação global é uma explicação
tão totalizadora que explicaria tudo, a forma dos pés
daquela cadeira, a curva de um arco gótico e assim por diante.
O marxismo, de Marx, pelos menos, jamais se propôs a ser tão
assim enciclopédico; não era uma chave para a explicação
de cada detalhe do mundo. Mas sem dúvida nenhuma era uma
explicação global como hoje nós não
mais nos atrevemos a construir - intelectualmente falando. Daí
o problema de saber se nós não nos atrevemos a construir
porque somos simplesmente inferiores, intelectualmente falando,
a Marx ou a Hegel, que era tão globalista quanto Marx. Ou
se, ao contrário, pertence à própria natureza
das coisas essa nossa impossibilidade moderna de abarcarmos tanto.
Eu me inclino, sinceramente, à segunda resposta. Acho que
o mundo moderno se tornou ao mesmo tempo mais complexo na realidade
e mais sofisticado intelectualmente para poder se permitir essa
visão tão globalizante, que ainda tem uma marca religiosa,
mesmo em espíritos tão pouco religiosos quanto Marx
ou tão religiosos, mas de uma maneira muito especial, que
não é a maneira confessional, quanto Hegel. Eu acho
que o mundo moderno aposentou os sistemas, aposentou toda espécie
de tentativa tão grandiosa de abarcar a explicação
da história no seu conjunto.
Folha : Qual a sua opinião sobre a tentativa globalizadora
de Habermas?
Merquior - Acho que o Habermas é intelectualmente falando,
um conservador. É claro que no terreno político-social
ele é um bravo social-democrata de esquerda; não estou
empregando a etiqueta conservadora noutro sentido, mas apenas no
sentido dos seus quadros mentais. Acho que nos seus quadros mentais
realmente existe uma tentativa quase grandiosa como tentativa, mas
muito pouco convincente a meu ver como resultado. É uma tentativa
de restauração intelectual, porque é uma espécie
de tentativa de ser o Hegel das Ciências Sociais, de construir
uma suma totalizante a partir de resultados de várias disciplinas.
Em conjunto, o resultado denota uma profunda ambivalência
ante a modernidade, porque por um lado Habermas, com grande coragem,
recusa a condenação barata do mundo moderno que nós
encontramos em toda uma série de pensadores contemporâneos
de grande prestígio e influência. Acho que nisso ele
tem toda razão e é uma atitude muito válida
e valente de sua parte - essa recusa desse repúdio à
modernidade. E não posso concordar com aqueles brilhantes
intelectuais que às vezes tentam concordar ao mesmo tempo
com Habermas e com algumas dessas figuras que ele sem hesitação
condena, como é o caso, por exemplo, do meu caro amigo Sérgio
Paulo Rouanet, que pensa que é possível, ao mesmo
tempo, você dar a mão direita a Habermas e a mão
esquerda a Foucault.
Estou profundamente e convencido de que não é possível;
é preciso você optar contra um, a favor de outro. Se
você quiser ficar com Foucault você não pode
ser habermasiano, se você quiser ser fiel à lição
de Habermas você não pode dar a mão a Foucault
- dar a mão intelectualmente falando, evidentemente, porque
não estou pondo em questão o brilho da personalidade
filosófica de Foucault; estou pondo em questão, certamente,
o bem fundado das suas teses. Mas acredito que apesar de Habermas,
por este lado, ser válido - a lado pelo que ele recusa a
condenação barata da modernidade -, por outro lado
a sua própria maneira de conceber essa modernidade ainda
está profundamente determinada por uma desconfiança
básica em relação ao "ethos" do homem
moderno e portanto, ao espírito da modernidade. É
muito difícil ser preciso quando a gente se move no terreno
das idéias de Habermas, porque se há um pensador que
é ao mesmo tempo plúmbeo na expressão e bastante
nebuloso na concepção, é ele mesmo. Um escritor
de graça quase elefantina e, naturalmente, de idéias
possivelmente nebulosas. Mas tentando lançar um raio de sol
nessa névoa toda, eu diria que o pensamento de Habermas ainda
está profundamente dominado pela categoria da alienação.
O conceito de alienação ainda é absolutamente
central em Habermas. Ora uma série de resultados no trabalho
filosófico - de um lado - e no trabalho sociológico
- de outro -, que eu preciso muito na cena intelectual contemporânea,
me levam à idéia de que o conceito de alienação
precisa ser urgentemente revisto. Não é que não
haja nada atrás do conceito de alienação, evidentemente
.
Mas ou o conceito de alienação é passível
de ser traduzido em termos empíricos bastante concretos e
de fácil compreensão - a obra de Elster para citar
uma última vez o principal nome do marxismo analítico,
é um exemplo notável desse tipo de tendência
- ou o conceito de alienação é uma tradução
profunda, é uma tradição secularizada de um
mito religioso, que o marxismo, na sua dimensão de escatologia
revolucionária, herdou de um velho leito místico de
um velho leito religioso ocidental. Evidentemente que o conceito
de alienação nesse sentido místico é
fascinante como tema de história das idéias e eu próprio
me detive nele algumas vezes. Mas embora fascinante como tema de
história das idéias, ele só é fascinante
como qualquer grande veio do pensamento religioso - e se um pensamento
religioso que exerceu muita influência é fascinante,
não quer dizer que eu ache que aquilo é um instrumento
de análise.
É fascinante para mim porque a cultura religiosa, especialmente
a grande cultura religiosa que para mim pertence ao passado, e não
ao presente da humanidade, é fascinante para o entendimento
do que foi um sem número de aspectos da cultura humana no
seu passado. Mas não como instrumento válido de análise.
Como instrumento válido de análise o conceito de alienação
nesse plano elevado -em que, segundo ele, se processa um verdadeiro
drama para salvação e resgate da humanidade- me parece
algo de muito bonito mas perfeitamente arbitrário, quando
usado para a caracterização do homem em geral e do
homem moderno em particular.
Eu noto que há um grande inconformismo em vários trabalhos
filosóficos contemporâneos, especialmente de vinte
anos para cá, em relação a isso. Há
uma liquidação do conceito de alienação.
Se você quer eu cito o caso de alguém exemplar nesse
terreno -porque veio justamente do marxismo- que chegou a ser um
brilhante representante do marcismo em seu país e sofreu
uma evolução de abandono crítico do conceito
de alienação: Lucio Coletti.
Folha : A fragmentação do conhecimento de que o
sr. fala, a impossibilidade de globalização, seriam
características do tal pós-moderno?
Merquior - Você aponta a possibilidade de um equivoco,
baseado nessa aparente semelhança entre a idéia do
pós-moderno e essas conclusões a respeito da morte
do sistema e do esvaziamento do conceito de alienação.
Durante muito tempo se nos quis vender uma certa tradição
de filosofia, de corte alemão.
Quando nós fazemos um pouquinho de genealogia desta maneira
de entender filosofia, que é muito mais sistêmica e
totalizante do que analítica e fracionadora, nós deparamos
com o quê? Nós deparamos com origens claramente teológicas.
Este tipo de pensamento alemão teve raízes claramente
teológicas. Pensadores como Hegel são notórios
casos desse impulso, desse ímpeto sistêmico e dessa
visão totaliza que tinha como ponto de partida quadros mentais,
categorias, claramente herdadas de uma tradição teológica.
Não estou negando de maneira nenhuma, que haja interesse
na contribuição poderosamente original que Hegel deu
a determinados temas teológicos. O que eu estou tentando
fazer notar é que há uma espécie de marca teológica
de origem, há uma espécie de pecado original, para
empregar justamente uma metáfora teológica, nesse
tipo de pensamento, que faz com que ele esteja demasiado comprometido
com uma ânsia de salvação e com um molde de
pensamento onde a visão do todo é mais importante
do que a filtragem crítica do conhecimento.
Há mais compromisso com a possibilidade de totalizar a visão
e de atribuir a essa visão totalizante uma carga salvífica,
uma carga de salvação, do que com a filtragem crítica,
passo a passo do pensamento. Embora seja, a meu ver, ridículo
colocar esse problema em termos de saber quem foi o maior, se um
filósofo como Hegel ou sem um filósofo como Hume que
representaria, digamos assim, o conjunto de hábitos mentais
exatamente opostos aos de Hegel. Esse tipo de debate é ridículo,
porque a obra de Hegel é riquíssima - e eu estou cada
vez mais convencido da profunda riqueza temática da sua obra
- mas eu não posso negar que, como modelo de rigor cognitivo,
Hume está mais perto do nosso espírito moderno do
que essa visão totalista, repito, de origem empírico-teológica,
do pensamento de Hegel.
Leia a resposta
desta entrevista feita por Francisco de Oliveira. |
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