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A MODA NAS COPAS
 
 
Por AMANDA FRANÇA, CHRISTIANE SCHOUERI e CLAUDIA GARCIA

(Junho/2002)
No próximo dia 30 de junho já teremos completado 17 Copas do Mundo e 72 anos de história do campeonato esportivo que mais agita o Brasil. Um aspecto curioso dessa história são os uniformes usados pelos jogadores da seleção brasileira durante os jogos. Eles mudaram bastante ao longo de todos esses anos, sempre acompanhando e refletindo o comportamento de cada época.
Desde 1930, ano da primeira Copa, disputada no Uruguai, os uniformes não pararam mais de se transformar, seja no desenho e nas cores, ou mesmo na própria tecnologia usada em sua confecção.

 
  De 1930 a 1958  
 


Já nos anos 20, a prática do esporte vinha se tornando cada vez mais popular no mundo, o que provocou, principalmente a partir dos anos 30, o surgimento de novas peças de roupas próprias para atividades esportivas, como o short e a camisa pólo.
Em campo, nessa época, os jogadores da seleção brasileira usavam camisa e calção brancos. A camisa tinha mangas compridas e gola pólo. O detalhe estava nos cordões de amarrar da gola no lugar dos botões do modelo que conhecemos hoje.
A década de 40 viveu os horrores da guerra e a suspensão dos campeonatos esportivos mundiais, o que aconteceu também com a Copa, que ficou suspensa durante 12 anos (de 1938 a 1950). A volta do campeonato foi em 1950 e aconteceu aqui no Brasil. O uniforme dessa época ainda era branco, mas a camisa trazia mangas curtas, gola pólo de outra cor e o cordão de amarrar havia sumido.

Reprodução
Seleção brasileira que disputou a primeira Copa do Mundo em 1930 no Uruguai
Reprodução
Seleção que disputou a Copa de 1950 no Brasil da qual faziam parte Domingos da Guia e Zizinho

A amarga derrota na final por 2 a 1 para o Uruguai serviu ao menos para nos livrar do antigo uniforme, que, com certeza, daria o maior azar em qualquer outra partida.
Foi aí que o hoje extinto jornal carioca "Correio da Manhã" lançou um concurso, que reuniu mais de 300 participantes, para a criação de um novo uniforme para a seleção brasileira, vencido pelo gaúcho Garcia Schlee. Surgiram então o calção azul e a camisa amarela, que foi usada pela primeira vez em uma Copa do Mundo em 1954. Com o amarelo no peito nascia a "seleção canarinho", apelido dado na época pelo radialista Geraldo José de Almeida.
No entanto, a "amarelinha" deu sorte mesmo foi na Copa de 1958, ano em que o Brasil venceu sua primeira Copa do Mundo, apesar de o time ter jogado a final com a camisa azul, já que a Suécia, os donos da casa, ficaram com o direito de usar a sua camisa amarela. O problema de última hora, pois na época o Brasil só tinha o uniforme amarelo, obrigou a seleção a improvisar um novo jogo de camisas, que só foi encontrada na cor azul, e os números dos jogadores foram bordados às pressas. A sorte do resultado de 5 a 2 fez com que a seleção brasileira passasse a adotar a partir de então uma segunda camisa com a nova cor.

 
  De 1962 a 1978  
 
Os anos 60 foram essencialmente jovens e esse era o espírito também da seleção brasileira no mundial de 1962, no Chile, ao conquistar o bicampeonato contra a Tchecoslováquia, por 3 a 1. Nessa época, o uniforme não era muito diferente do modelo dos anos 50, mas os cabelos já começavam a crescer e a seguir a linha franjão, moda influenciada pelos Beatles, o grande sucesso do momento.

Arquivo Última Hora
Amarildo em jogo do Brasil contra a Inglaterra na Copa de 1962
Arquivo Última Hora
Jairzinho com seu cabelo black power durante o jogo Brasil e Argentina na Copa de 1974

Entretanto, nada se compara às Copas do Mundo da década de 70 em descontração e inovação. Em 1970, além de conquistarmos o tricampeonato no México, em uma vitória contra a Itália, por 4 a 1, pela primeira vez os jogos da Copa estavam sendo transmitidos pela televisão ao vivo e à cores para o Brasil. Em 1974 e 1978, a moda estava em campo nos uniformes justinhos dos jogadores: calções curtos e justos e camisa colada no corpo, com as mangas bem curtas. A caneleira ainda não era usada, e muitos jogadores jogavam com as meias abaixadas. Os cabelos usados no melhor estilo hippie da época. Detalhe para o black power adotado por vários titulares da seleção brasileira.

 
  De 1982 a 1998  
 
Os anos 80 chegaram e o uniforme ainda parecia com o dos 70 - calções curtos e camisa justinha. A diferença estava basicamente na gola, careca em 1982 e pólo em 1986.
Os uniformes dos anos 90 tomaram vitamina e cresceram. Chegamos à Copa de 1994 com o uniforme mais largo de todos os mundiais até então. A camisa amarela iria ganhar mais uma estrela com a conquista do tetracampeonato nesse ano. A grande final, nos Estados Unidos, foi contra a Itália, decidida nos pênaltis.

Reprodução
Zico na Copa de 1978 na Argentina
Reprodução
Sócrates comemora gol na Copa de 1982 na Espanha
Manoel Motta/Folha Imagem
Sócrates durante o jogo Brasil e Bolívia pelas eliminatórias para a Copa de 1986

Em 1996, a Nike passou a produzir os uniformes da seleção, num contrato de dez anos assinado com a CBF e, em 1998, as principais mudanças foram na gola da camisa, que passou a ser careca e no tamanho e desenho dos calções. Eles ficaram tão compridos que para os jogadores mais baixos, como Roberto Carlos, chegavam à altura dos joelhos. Além disso, ganharam uma listra branca nas laterais.

Ormuzd Alves/Folha Imagem
Romário tenta fazer um gol de cabeça contra a Itália na Copa de 1994 em Los Angeles
Pisco Del Gaiso/F. Imagem
Raí durante jogo contra a Suécia na Copa de 1994
Eduardo Knapp/Folha Imagem
Dunga caminha no gramado após a derrota da seleção brasileira contra a França na Copa de 1998
 
  Copa 2002  
 
O modelo do uniforme da Copa 2002 é, de longe, o mais moderno de todos. Além disso, o novo desenho da camisa, cheia de recortes em verde, dá um toque fashion ao uniforme.
A Nike gastou dois anos no desenvolvimento do novo conceito. O trabalho esteve todo concentrado em minimizar os efeitos do calor e da umidade, altíssimos tanto na Coréia quanto no Japão, países-sede dos jogos, proporcionando aos jogadores maior conforto em campo. A camisa também é 13% mais leve do que o modelo anterior. Toda essa tecnologia, chamada de Cool Motion, trabalha com o conceito de duas camadas, ou seja, são dois tecidos, um que fica em contato com a pele e outro que fica por cima (alguns jogadores da seleção brasileira parecem não ter se adaptado aos dois tecidos e cortaram a camada de baixo por causa do calor). Quente ou não, agora só falta mais uma estrelinha para ser eleito o uniforme mais bonito da história das Copas.

Juca Varella/Folha Imagem
Luizão durante estréia da seleção brasileira contra a Turquia na Copa de 2002
Juca Varella/Folha Imagem
Ronaldo com a camisa azul durante jogo amistoso contra a Catalunha, preparatório para Copa do Mundo de 2002

Divulgação
Camisa oficial da seleção brasileira
Preço médio: R$ 120,00 (sem forro)

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