Símbolo
da campanha "O Câncer de Mama no Alvo da Moda",
coordenada pelo IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer)
Divulgação
Camiseta
da Hering assinada pelo estilista Alexandre Herchcovitch
Por
CLAUDIA GARCIA
Por uma moda mais solidária
Bazares
de Natal
(Dezembro/2001)
Fim de ano é tempo de pensar um pouco na vida, fazer planos
para o próximo ano e refazer aquelas velhas promessas que,
na maioria das vezes, nunca serão cumpridas. Além
disso temos de comprar os presentes de Natal, missão quase
impossível, já que o trânsito é um
horror e as lojas estão lotadas.
Uma boa saída são os conhecidos bazares de Natal
que invadem a cidade nessa época. Eles acabam sendo uma
ótima oportunidade para todos, já que as marcas
vendem peças de suas coleções passadas ou
de estoque e nós podemos comprar roupas, sapatos e acessórios
legais por um preço razoável. Mas o melhor de tudo
é que várias instituições são
beneficiadas com parte da renda obtida com as vendas.
Na seção "Agenda" deste site divulgamos
os bazares que se comprometem a ajudar alguma instituição
de caridade. Dê uma olhada nas datas e nos endereços.
Se você correr ainda dá tempo de comprar aqueles
presentinhos que estão faltando na sua lista de Natal.
Moda
e Solidariedade
Eduardo
Knapp/Folha Imagem
Modelo
da M.Officer fabricado em parceria com a Coopa-Roca
E
por falar em ajudar pessoas, de acordo com pesquisa realizada
pelo Datafolha e publicada na Folha no dia 28 de outubro
último, 83% dos entrevistados consideram muito importante
o trabalho voluntário, mas 73% nunca participou de
nenhuma ação desse tipo. Esses números
podem mudar e dependem de um trabalho de conscientização
e de projetos sociais que vão além do simples
assistencialismo.
Além de doar dinheiro, comida ou roupas é importante
promover o desenvolvimento social. Nesse sentido, muitas empresas
têm se mostrado interessadas na realização
de projetos sociais de maior impacto na área de educação
e capacitação profissional de pessoas carentes.
Um exemplo que tem dado certo é o projeto da M.Officer
com a Coopa-Roca (cooperativa de costureiras da Rocinha, maior
favela do mundo, que fica no Rio de Janeiro). A marca paulistana,
desde agosto de 2000, usa peças de crochê e patchwork
produzidas pela cooperativa. A M.Officer faz a modelagem e
o acabamento das roupas e as costureiras da Coopa-Roca entram
com a técnica artesanal. Além de ecologicamente
corretas, essas iniciativas contribuem para a qualidade de
vida de comunidades de baixa renda.
Divulgação
Susi
"Inventando Moda" da Estrela
Outro
projeto nessa linha é o "Senac na Comunidade"
que trabalha com capacitação profissional de
pessoas de comunidades carentes. As aulas acontecem no Centro
de Educação em Moda do Senac, em São
Paulo, que coloca sua biblioteca à disposição
dos alunos, além de realizar palestras, oficinas e
mostras com os trabalhos realizados durante os cursos.
Mais um exemplo de grande sucesso no Brasil, lançado
em 1995, é "O Câncer de Mama no Alvo da
Moda" que impressionou os lançadores internacionais
da campanha. A versão nacional, coordenada pelo IBCC
(Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), será
usada como referência para outros países. Vários
artistas, como atrizes, modelos e estilistas, entre outras
personalidades participam da campanha emprestando suas imagens
para comerciais de televisão e revistas.
Em maio de 2001, a fábrica de brinquedos Estrela lançou
uma versão da boneca Susi ("Susi Inventando Moda")
para ajudar o IBCC. Parte do dinheiro da venda da boneca vai
para o Instituto. A boneca, que tem a consultora de moda Constanza
Pascolato como madrinha, veste uma camiseta criada pela Ralph
Lauren com o símbolo da campanha.
No último São Paulo Fashion Week, que aconteceu
entre junho e julho de 2001, vários estilistas criaram
modelos para a camiseta, confeccionada pela Hering. A empresa
lança novos modelos a cada estação. Parte
do dinheiro da compra de qualquer produto com a logomarca
da campanha é revertido para o trabalho de prevenção
do câncer de mama, compra de equipamentos para o IBCC
e no atendimento a pacientes carentes. Vale lembrar que no
Brasil ainda morrem 20 mulheres todos os dias vítimas
do câncer de mama.
Para o próximo ano, desejo que mais campanhas e projetos
de ação social possam surgir e que aqueles 73%
de pessoas que nunca participaram se transformem em 0% (não
custa nada sonhar). Vamos participar e não deixar a
solidariedade sair de moda.
(Dezembro/2001)