PARIS, 11- A edição parisiense de um grande orgão da imprensa americana publica momentosa entrevista concedida pelo chanceller Hitler ao professor Pearson, de Des Moines (Iowa).

Nessa entrevista, que o jornal aponta como a primeira dada pelo chanceller do Reich depois dos acontecimentos de 30 de junho ultimo, o "fuehrer" accentua que devido á densidade da população allemã o menor acontecimento dentro do paiz tem consideravel repercussão enquanto, por exemplo, em S. Francisco se podia dar sangrentas agitações sem que isso causasse grande emoção em Nova York.

- "Durante os ultimos mezes - accentua o sr. Hitler - tivemos algumas dissensões nas fileiras. Fui trahido por homens, nos quaes tinha depositado a minha confiança. Occupando no governo lugares proeminentes, investidos de alta autoridade, esses homens tiveram a ousadia de conspirar para derrubar o governo.

Eu não tenho, pois, por onde escapar. Para ser fiel á minha missão para ser digno da confiança do povo, eu tinha apenas uma coisa a fazer: "era collocar os trahidores na impossibilidade de fazer mal e salvar assim a Alleammha da tragedia da guerra civil".

O chanceller do Reich insiste em seguida na affirmativa de que a guerra civil na Allemanha, não poderia deixar de ter, em toda a Europa, uma repercussão extremamente grave e observa textualmente;

"Para salvar a Allemanha da guerra civil era necessario agir com rapidez, firmeza e resolução. Só desejo agora que aquelles que tendem a apreciar severamente a minha attitude tenham a prudencia de reservar os seus argumentos até que venham a conhecer perfeitamente os factos e que tenha surgido toda a verdade dos acontecimentos. Estou convencido de que era do meu estricto dever sacrificar a vida de trahidores movidos unicamente por ambições pessoaes e de sêde de poder. Isto era preferivel a deixar o paiz abismar-se nas agruras da guerra civil, de que teriam sido victimas milhares e milhares de innocentes".

O "fueher" terminou dizendo que não havia nenhuma mudança no governo da Allemanha e que elle "não se voltaria nem para a direita nem para a esquerda, mas continuaria na rota que até agora seguida avançando em linha recta para a frente".