O
compositor italiano, nascido a 3 de novembro de 1801,
em Catania, na Sicilia. A musica de Bellini, embora
destituida de força dramatica é extremamente melodiosa
e tocada de grande ternura. Esse compositor da escola
romantica italiana, afirmou-se no teatro lirico, escrevendo
dez operas, em que imprimiu sempre uma veia melodica
de pureza e de sensibilidade admiraveis. O primeiro
ato "Casta Diva", de sua opera "Norma", é uma das melodias
mais belas da musica de todos os tempos. Da juventude
aos seus ultimos dias, Bellini criou as suas divinas
notas sob a inspiração das mulheres que amou: Madalena
Fumaroli, Judite Cantú e Maria Malibran.
*
Vicenzo
Bellini era filho e sobrinho de musicistas originarios
dos Abruzos. Passou a adolescencia sob a direção do
pai que, tocando na igreja e noutros lugares, levava-o
consigo. Assim, desde pequeno, Bellini familiarizou-se
com a arte da musica, para a qual já demonstrava excepcional
e precoce disposição. Aos 18 anos de idade, entrou para
o Conservatorio de Napoles, onde teve como professores
Giovanni Furno, Carlos Conti e Giacomo Tritto.
No
ano de 1825 fazia representar no teatro do Conservatorio
sua primeira opera, "Adelson e Salvini" com grande exito.
Ainda em Napoles, Bellini encena, em 1826, no Teatro
São Carlos, a opera em dois atos "Branca e Fernando",
alcançando grande sucesso. Nesse mesmo ano, musicou
uma canção do poeta Alindo Ilisseo, dedicando-a a Madalena
Fumaroli, seu primeiro amor.
Em
1827, deixando o Conservatório, parte de Napoles para
Milão, onde faz representar, com grande triunfo, no
"Scala" a opera "O Pirata". Com o exito dessa opera,
desde então torna-se famoso o jovem compositor italiano,
passando a pertencer à galeria dos grandes que honraram
o seculo XIX com o seu genio musical.
Em
1828, Bellini apaixona-se por Judite Cantú, dedicando-lhe
a opera "Straniera", encenada em 1829 no "Scala", com
exito superior ao de "O Pirata". As arias belissimas
da "Staniera" permaneceram lembradas por muito tempo
pelos milaneses, que as cantavam por toda parte. Ainda
nesse ano, em Parma, Bellini faz representar a opera
"Zaira" com pouco sucesso.
Em
Veneza, no ano de 1830, apresenta a opera "Romeu e Julieta",
com estrondoso exito. Após esse sucesso alcançado em
Veneza, Bellini volta para Milão, onde, em 1831, encena
a opera "A Sonambula" no Teatro Cancano. Essa opera,
inspirada por Judite Cantú, obteve tambem extraordinario
exito. Até o ano de 1833, quando parte para Londres
Bellini encena no "Scala a maravilhosa opera "Norma"
sendo grandemente aplaudido e em Veneza, encena "Beatriz
de Tenda" com regular exito. Em Londres, Bellini faz
representar "A Sonambula" e "Norma", sendo entusiasticamente
ovacionado pelo povo londrino. Ao fim da primeira representação
de "A Sonambula", depois de freneticamente aplaudido,
foi o compositor italiano levado de seu camarote para
o palco com uma multidão de entusiastas. Nessa ocasião,
Bellini conhece a cantora Maria Malibran, "primadona"
de sua opera e seu grande e ultimo amor.
No
fim do ano de 1833 Bellini parte de Londres para Paris,
onde escreve a opera "O Puritano". Na capital francesa,
porem, encontra Rossini que, mantendo grande influencia
na Opera, embora afastado do teatro, protegia Donizetti
na apresentação de suas melhores operas. Para Bellini
poder encenar "O Puritano" precisou primeiro aproximar-se
de Rossini, que só depois de muito tempo o colocou ao
lado de Donizetti como um de seus protegidos.
Em
1835, os parisienses aplaudiram delirantemente "O Puritano"
no Teatro Italiano.
Em meados de setembro de 1935, Bellini adoecia, vindo
a falecer a 23 desse mesmo mês, na casa de campo do
judeu Lewys, em Tuteaux, na França.