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          | OS ESTADOS UNIDOS REPELEM AS ACUSAÇÕES DA UNIÃO 
              SOVIÉTICA
 
 
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          | Publicado 
              na Folha da Manhã, sexta-feira, 21 de dezembro de 1951 |   
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              Neste texto foi mantida a grafia original
 
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          | O 
              governo de Washington reafirma a sua "politica tradicional de auxiliar 
              as vitimas da opressão" - Execução de espiões na Russia |   
          | WASHINGTON, 20 - Os Estados Unidos repeliram as acusações 
              da Russia, segundo as quais este país tenta imiscuir-se em 
              assuntos sovieticos e fomentar movimentos subversivos contra o governo 
              de Moscou.
 
 
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          | Energica 
              nota dos E.U.A. |   
          | WASHINGTON, 20 - Referindo-se às acusações 
              sovieticas segundo as quais Washington estaria fomentando movimentos 
              subversivos contra a Russia, os Estados Unidos declaram que essas 
              afirmações são feitas por um país que 
              há numerosos anos "apóia atividades subversivas 
              contra o governo ianque".
 A nota norte-americana rejeita, como destituidas de fundamento, 
              as acusações russas de 21 de novembro ultimo, segundo 
              as quais o credito de cem milhões de dolares, previsto pela 
              lei de segurança mutua, destinado a auxiliar as vitimas do 
              regime comunista, constitui ato de subversão contra o governo 
              sovietico.
 "Os auxilios dessa natureza estão de pleno acordo com 
              a politica tradicional dos Estados Unidos, de ajudar as vitimas 
              da opressão" acrescenta o documento.
 "Com essas acusações, diz a nota, a União 
              Sovietica tenta prejudicar o esforço de defesa da organização 
              do Pacto do Atlantico Norte "pretendendo falsamente, com objetivos 
              de propaganda, que um dos aspectos do apoio dos Estados Unidos aos 
              objetivos daquela entidade é dirigido com intenções 
              agressivas contra a Russia."
 
 
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              "Mania de espionagem"  |   
          | Paris, 20 - Os Estados Unidos declararam, perante as Nações 
              Unidas, que os quatro pilotos norte-americanos presos na Hungria 
              são novas vitimas inocentes da "mania de espionagem", 
              de que se acham possuidos os paises satelites da Russia.
 O delegado Michael Mansfield criticou violentamente o discurso ontem 
              proferido pelo chanceler Andrey Vishinsky, em que aquele representante 
              de Moscou disse esperar que os aviadores presos na Hungria sejam 
              julgados por crime de espionagem.
 "O discurso ontem proferido por Vishinsky indica que a mania 
              de espiões e atos de espionagem está aumentando nos 
              países da cortina de ferro" declarou Mansfield.
 O orador, ridicularizou a "prova" de que o chanceler sovietico 
              lançou mão, para a sua afirmativa de que aqueles quatro 
              pilotos se encontravam em missão de espionagem e não 
              se haviam perdido, como as autoridades americanas declaram. Apresentou 
              para isso uma copia do opusculo "Segurança Aerea", 
              da Força Aerea dos Estados Unidos. Nessa publicação, 
              determina-se o equipamento a ser coduzido, em todos os voos, pelos 
              aparelhos de transporte C-47. Esse equipamento deve incluir um transmissor 
              de radio, cobertores para uma lotação normal de dezoito 
              passageiros e um ou mais para-quedas extras, para os ocupantes do 
              aparelho.
 "Em outras palavras, disse Mansfield, o 'equipamento de espionagem' 
              encontrado no C-47, agora na Hungria, é usado em todos os 
              aviões do serviço militar de transporte da Força 
              Aerea dos Estados Unidos."
 "Aqueles quatro pilotos americanos, todavia, continuam detidos 
              na Hungria. Não sabemos se essas autoridades são hungaras 
              ou sovieticas. Nossos representantes diplomaticos não conseguiram 
              obter permissão para visitar os quatro aviadores e, assim, 
              não puderam enterder-se com eles".
 
 
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          | Execução 
              de espiões estrangeiros na Russia |   
          | Paris, 20 - "Dois espiões que se atiraram de para-quedas 
              na Russia, de aviões norte-americanos, foram executados" anuncia 
              a emissora de Moscou.
 
 
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          | Desmentido 
              de Acheson |   
          | Paris, 20 - Falando à imprensa, o secretário 
              de Estado Dean Acheson desmentiu que o seu país tenha enviado 
              espiões à Russia, referindo-se à noticia, dada 
              pela emissora de Moscou, sobre a execução de dois 
              para-quedistas "que desceram na União Sovietica de aviões 
              dos Estados Unidos".
 
 
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