Clóvis Rossi
Enviado especial a Israel
Aviões de combate da força multinacional aliada iniciaram
a guerra ao Iraque às 2h30 da manhã de hoje (21h30
de ontem em Brasília). A operação "tempestade
no deserto" começou às 0h58 (19h58 em Brasília),
com a decolagem de caças F-15 de uma base na região
central da Arábia Saudita. o secretário norte-americano
da Defesa, Richard Cheney, disse que participaram aviões
dos EUA, Grã-Bretanha, Arábia Saudita e Kuait. Duas
horas e meia após o início das hostilidades, o presidente
George Bush disse na TV que "a guerra começou em 2 de
agosto, quando o Iraque invadiu o Kuait".
Foram atacados diversos alvos no Iraque e no Kuait ocupado. Os correspondentes
da TV norte-americana em Bagdá relataram ataques ao palácio
presidencial, à sede do Conselho de Ministros, ao aeroporto,
ao centro de comunicações e a uma refinaria. Cheney
disse que o presidente iraquiano, Sadam Hussein, não estava
entre os alvos. Segundo ele, a operação visava destruir
a capacidade militar e a cadeia de comando do Iraque. O chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, Colin Powell, não
revelou o número de aviões envolvidos nos ataques
e disse que o número de baixas é "alentador".
O preço do barril do petróleo subiu mais de US$ 8
no mercado de Tóquio, passando a barreira dos US$ 40.
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Caças dos EUA atacam Iraque; Baterias antiaéreas
revidam; Prédios do governo são atingidos
Clóvis
Rossi
Enviado especial a Israel
As forças anti-Iraque iniciaram por volta de 2h30 (horário
de Bagdá, 21h30 em Brasília) o bombardeio do Iraque
e do Kuait ocupado. Participaram do ataque aviões dos EUA,
Grã-Bretanha, Arábia Saudita e Kuait. Em pronunciamento
à nação, o presidente dos EUA, George Bush,
disse que o ataque se concentrou em alvos militares do Iraque. Segundo
ele, "a guerra começou a 2 de agosto, com a invasão
do Kuait pelo Iraque". A rede norte-americana BBC disse que
cinco mísseis iraquianos Scud de fabricação
soviética foram disparados contra bases na Arábia
Saudita.
A primeira informação sobre o bombardeio ao Iraque
foi dada, ao vivo, pelos enviados especiais a Bagdá da CNN,
a cadeia norte-americana de TV. Houve uma série de explosões
na cidade, na direção do aeroporto da cidade e de
instalações militares nas imediações.
Imediatamente depois, as baterias antiaéreas iraquianas dispararam,
deixando traços no céu de uma cidade já em
quase total blecaute, exceto pelas luzes de uma torre de TV.
Um "pool" de emissoras de rádio baseado na Arábia
Saudita informou, por sua vez, que bombardeiros F-15 norte-americanos
haviam decolado de suas bases, armados com bombas e canhões
de 200 milímetros.
Vinte minutos depois, a CNN pôs no ar o som direto de uma
incontável série de explosões no centro da
cidade, a 3 km do Hotel Al-Rashid, onde se encontravam seus enviados
especiais a Bagdá. Na Arábia Saudita, o comando das
forças multinacionais alinhadas contra o Iraque confirmou
que a guerra estava começando. O bombardeio foi realizado
em ondas que se sucediam a cada 15 minutos em média.
O porta-voz da Casa Branca, Marlin Fitzwater, disse que as forças
internacionais iniciaram a operação "Desert Storm"
(tempestade do deserto), dando início à "libertação
do Kuait". Segundo a CNN, caças-bombardeiros F-15 saíram
da Arábia Saudita às 0h58 locais (19h58 de Brasília).
Ainda segundo a CNN foi alvejado um centro de comunicações
de Bagdá, uma refinaria, um aeroporto, o Conselho de Ministros
e as redondezas do palácio presidencial. Há rumores
de que o Iraque teria atacado a Arábia Saudita. Bagdá
está às escuras. O blecaute teve início uma
hora depois de começado o bombardeio, segundo o repórter
da CNN.
Em entrevista coletiva, o secretário de Defesa dos EUA, Dick
Cheney, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Colin
Powell, afirmaram que os informes preliminares sobre baixas são
"alentadores". Não foram revelados números.
Respondendo se o palácio de Sadam havia sido atingido, Powell
disse que o presidente iraquiano não é um alvo prioritário
do ataque. "Buscamos atacar a cadeia de comando iraquiano",
disse. Em Bagdá, o presidente Sadam Hussein assumiu pessoalmente
o comando das Forças Armadas.
Os Estados Unidos já haviam deslocado 20 superbombardeiros
B-52 da base de Diego Garcia.
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