A VINGANÇA DOS JUDEUS

Oito seculos de perseguições e o inicio de uma tremenda vingança contra a civilização...

Publicado na Folha da Manhã, domingo, 11 de junho de 1933

Neste texto foi mantida a grafia original

Um publicista europeu que se occulta sob as iniciaes de L. C., publicou, ha poucos dias, um interessante artigo sobre as perseguições que, ha quasi oito seculos, vêm se realizando contra os judeus, na Europa.
...Ao relato espantoso dos propromos que se organizam, periodicamente, para a extincção da "raça maldita", o jornalista accrescenta o relato da vingança que esse povo nomade e resistente está exercendo contra a chamada "Civilização Occidental", abalando-a nos fundamentos, no que ella tem de mais solido e mais expressivo. A muitos, essas observações hão de parecer apressadas ou fantasiosas. Forçoso é convir, porém, que ellas têm um caracter de realidade impressionante. Os factos existem e são indiscutiveis. Seja como um plano pre-estabelecido de vingança, seja como simples coincidencia, a acção destructiva dos judeus faz-se sentir, violentamente, em todos os sectores intellectuaes da civilização occidental, de um seculo a esta parte.
Neste momento, em que se desencadeia na Europa Central mais um desses terriveis programos, este estudo tem uma grande significação e uma grande opportunidade, principalmente para nós, povos novos da America, que desconhecemos esses dolorosos dramas raciaes e não aninhamos no coração a menor parcella de desprezo ou de odio contra os nossos semelhantes.

Disturbios de estudantes

Ha, tambem, programmas tranquillos, poder-se-ia dizer evangelicos, em comparação com os anteriores. Assim foi, em 1927 na Rumania, em consequencia da forte campanha anti-semita feita entre a mocidade intellectual rumena, como consequencia de um tratado da grande guerra que outorgou à Rumania territorios habitados por judeus.
Em dezembro daquelle anno, os estudantes de todas as universidades rumenas decidem celebrar um congresso na cidade de Oradea-Mare, na Transylvannia. Oradea-Mare é uma povoação de hebreus e o objectivo da reunião é a guerra aos judeus. Um ex-ministro, general do exercito rumeno, e um notavel professor, incitam os estudantes à luta contra a "raça maldita". Os rapazes, cheios de enthusiasmo, dirigem-se à redacção de um diario onde trabalhava um jornalista judeu, Alexander Flescher, e matam-n'o. Depois, dirigem-se para a rua, invadem os bondes e arrancam dahi os judeus que encontram. Esvasiam, a pauladas, os cafés e os restaurantes. As vitrinas das casas commerciaes de judeus são destruidas a martelladas e pedradas. E tudo é, então, saqueado. Depois, os estudantes se dirigem a outras localidades e repetem a façanha. À distancia, a policia vigia, para que tudo decorra normalmente.

A vingança


Numerosos judeus ingressaram em cheio na civilização occidental. Mas, apesar disso, não perderam as caracteristicas de sua origem racial. E, nessa nova civilização, adaptaram-se e têm se destacado de maneira notavel. E parece que perpassa, em todas as suas obras, como que um desejo de vingança contra a civilização adventicia que conseguiu vencer a sua, já tão millenaria. A philosophia medieval havia adoptado o conceito da existencia individual da philosophia classica, estendendo-a para muito além da morte. O homem immortal, livre dos seus actos, senhor do bem e do mal, sorria, seguro de si mesmo. Descartes, que havia fundamentado uma nova philosophia, conservou, entretanto, intacto, este conceito da philosophia christã: "O corpo é uma machina, mas o pensamento que o habita, a alma, é livre e semelhante a Deus". Porém, um judeu de origem hespanhola, Benito Spinoza, que tinha uma officina de lentes em Amsterdam, agitou o systema cartesiano e conduziu-o às ultimas consequencias. E, sobre os principios em que o philosopho francez deixara incolume, da orthodoxia religiosa, o pensador judeu edificou um systema, pelo qual o individuo não é outra coisa senão um modo, um accidente da substancia divina, sem ter, entretanto, nenhuma liberdade. E quando reflexiona sobre a theoria das causas finaes e do livre arbitrio, detém-se, um momento, no trabalho de sua officina, contempla uma aranha que tecla alegremente a sua teia e sorri com um sorriso diabolico.

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Passaram-se os seculos.
Os philosophos idealistas allemães conseguiram rebater as theorias de Spinoza e fazer triumphar o individualismo idealista sobre o qual se assenta o romantismo e se rehabilitou a philosophia catholica. Um judeu de Dusseldorf, Henri Heine, um pequeno judeu, de rosto anguloso no qual constantemente brincava um tenue sorriso de ironia, emprega seu estylo rebuscado e malicioso, e seu genio literario, em ridicularizar os idealistas, os romanticos e os catholicos. Certo dia, alguns amigos que esperavam ansiosamente a sua conversão, conduziram-n'o à cathedral de Colonia, para verem se a arte e a grandeza architectonica do templo seriam capazes de predispôr, à conversão, o seu espirito sensivel. Era por uma quente manhã de julho. Ao penetrar no suave ambiente da cathedral, o pequeno judeu respirou, visivelmente emocionado, enquanto enxugava o copioso suor que corria de sua fronte. Heine olhou-os com seus olhos espertos e exclamou:
- Magnifica religião para o calôr...

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Corria o seculo XIX, entre as mais contradictorias disputas philosophicas. Das ruinas do romantismo, uns e outros se esforçavam para salvar a força creadora do espirito humano e suas creações: a arte, a moral, a religião...
Mas um judeu de Treves, Karl Marx, intervém na discussão e dirige-se aos trabalhadores de todo o mundo para dizer-lhes que todos esses idealismos são, apenas, a consequencia de um primordial e baixo appetite: a necessidade de viver materialmente. Uma oração, uma emoção esthetica, um acto sublime... teriam suas raizes no barro das baixas paixões.
Estamos no fim do seculo XIX.
A Europa sente-se orgulhosa de sua civilização superior. Scientistas e pensadores contemplam a perspectiva dos seculos passados com um sorriso de commiseração. Os homens geniaes florescem por toda a parte, e entre elles se destacam "astros" de grande projecção, taes como Tolstoi, Ibsen, Nietzsche, Verlaine...
Mas um judeu de Budapest, Max Nordau, publica um livro, "As Mentiras Convencionaes da Civilização", e nelle explica que os genios famosos não são mais que pobres degenerados, com o espirito repleto de corcóvas que são o que os distingue dos demais, e os colloca em plano differente. E affirma ainda que, quanto à tão decantada civilização, ella não passa de uma trama de mentiras, de convenções, de coisas que não passam de pó ante o contraste que apresenta em relação à civilização de outros seculos.
É possivel que tudo neste brilhante seculo seja mentira. Mas... e a Sciencia? A Sciencia não está ahi, para attestar o poderio da intelligencia e do raciocinio humanos?
Mas, um judeu de Paris, Henri Bergson, insurge-se violentamente contra o intellecto: "Para alguma cousa servirá o raciocinio? Será que póde levar-nos ao conhecimento da verdade um orgam que, para compreender o movimento, por exemplo, tem necessidade de representar-lh'o como uma série de momentos parados? A sciencia não é, então, mais que um conjunto de regras que serve para ir nos guiando, sem choques muito brutaes, contra as cousas. Mas a verdade está muito longe do nosso pensamento".

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Cada um de nós estava convencido de ser um homem normal, de uma regular moralidade. Assim, a vida pratica podia servir de refugio à fallencia do raciocinio em suas aspirações theoricas. Mas um judeu da Moravia, Sigmund Freud, se compraz em analysar o espirito humano e descobre que, no mais conceituado e honrado personagem, se occultam, em alta potencia, um ladrão, um assassino, um depravado...

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Muito bem! Mas tudo isto são cousas de philosophos desoccupados que se entretêm em tecer e destecer systemas sem transcendencia, para o mundo em que vivemos? Já um grande philosopho, Kant, condicionára nossa existencia, através do espaço e o tempo, e muito além de onde começa a philosophia. O espaço e o tempo constituem conceitos subjectivos? Que importa, se nelles nos desenvolvemos e sobre elles podemos fundar solidamente nosso Universo?
Mas apparece um judeu de Ulm, Einstein, e prova, no quadro negro, com calculos mathematicos, que o espaço e o tempo são relativos; não em seu aspecto philosophico, mas praticamente considerados.
Tudo está baseado em uma relatividade perpetua e que aquillo que parecia o inabalavel edificio da velha physica vem abaixo, soterrando-se nos seus proprios fundamentos.

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A Europa defende-se contra todos os ataques. Procura manter, como póde a luta com a philosophia dissolvente, salva o que póde, de sua sciencia e de sua arte, embora sustentando orgulhosamente um systema economico que ella criou e o qual se rege por leis proprias e fataes, como acontece com as leis de cousas physicas.
Contra este systema os theoricos lançam terriveis ataques: fala-se em assaltar a fortaleza capitalistas, afim de vencel-a. Mas haverá alguem que se atreva a semelhante loucura?
Um judeu russo, Trotzky, é o braço armado de uma revolução que põe por terra o systema capitalista em uma bôa parte da Europa e num pedaço do mundo duas vezes maior do que a Europa.

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Um judeu de Vienna, Weinninger, demonstrou dialecticamente que a mulher - esse sêr espiritual tão decantado desde os primordios do mundo - é um sêr ignobil e repugnante.
Um judeu de Saint Germainau-Laye, Salomão Reinach, assegura, que as religiões mais elevadas não passam de restos de velhos tabu's selvagens.

Esta é a vingança judaica sobre a Europa que encuralou e dispersou a sua raça.
Os judeus, quando se encontram, dizem, um ao outro, seu "Chalom": a paz comtigo. Mas quando o judeu encontra o europeu, parece que lhe lança um olhar cheio de odio e diz-lhe:
- Que nunca possas viver em paz...

 


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