HITLER DECLARA QUE A ALEMANHA NÃO SERÁ DERROTADA


Publicado na Folha da Manhã, quarta-feira, 11 de dezembro de 1940

Neste texto foi mantida a grafia original

Discursando numa fábrica de material bélico em Berlim, o chanceler germânico afirma que o seu país foi esquecido na partilha do mundo.

O objetivo colimado pelos alemães é edificar um mundo dentro de seus verdadeiros e justos principios de igualdade e fraternidade —Versalhes— povo e capital —a vida dos países ricos

Berlim, 10 (T. O.) - Às 12 hora de hoje, no auditorium de uma fábrica berlinense de material bélico, de fama mundial, sobre uma plataforma constituida de um bloco de aço de 5 metros de altura, o "fuehrer" da Alemanha, Adolfo Hitler, fez um discurso, perante milhares de trabalhadores da industria de guerra do Reich.
Todas as estações radiofônicas e radiotelegráficas alemãs em todos os países europeus, transmitiram as palavras do chanceler alemão, proferidas no intervalo do almoço dos operários, e dirigidas a todos os que dão seu concurso à industria belica germânica, bem como à nação inteira, neste momento reunida no recinto da fábrica ou junto aos alto-falantes.
Compareceram à solenidade o ministro das Munições, dr. Fritz Todt, o chefe do Estado Maior alemão, marechal Wilhelm Kelterl, e o chefe da frente alemã do Trabalho, dr. Roberto Ley.
O ministro do Reich, dr. Joseph Goebbels, na sua qualidade de chefe provincial de Berlim, deu inicio ao ato, proferindo breves palavras, sendo que a seguir, o sr. Hitler proferiu a seguinte oração:

Dois mundos em luta

"Meus compatriotas! Meus operários! Ultimamente tenho falado poucas vezes, porque, no atual momento não me sobra tempo para discursos, pois devo agir. Encontramo-nos envolvidos numa luta onde está em jogo algo mais do que a vitória de um ou de outro país. Trata-se da contenda gigantesca de dois mundos diversos. Pretendo dar-vos, em palavras breves, um retrospecto, sobre as causas da atual guerra. Circunscrever-me-ei apenas à Europa Ocidental. Os povos a que me referirei em primeiro logar são a Alemanha, Itália, França e Inglaterra.

A distribuição dos territorios

"Estabelecendo uma relação entre o numero de habitantes e o espaço territorial por essas nações ocupado, temos o seguinte quadro:
46 milhões de ingleses dominam territorios que se estendem sobre cêrca de 40 milhões de quilometros quadrados; 37 milhões de franceses dispõem de 10 milhões de quilómetros quadrados e 45 milhões de italianos, se considerarmos o territorio realmente aproveitavel de sua patria, apenas dispõem de menos de meio milhão de quilómetros quadrados.
Quanto aos alemães, cuja população se eleva a 85 milhões de almas, comprimem-se num espaço vital de menos de 600 mil quilómetros quadrados, e isso, depois de nossa intervenção ativa, estabelecendo atuação mais justa.
Essas terras não foram distribuidas, na incrivel desproporção em que se encontram, nem pela Providência nem por Deus. De sua distribuição, encarregaram-se os homens nestes ultimos trezentos anos. Durante esses séculos, o povo alemão se achava desarticulado e minado em sua estrutura estatal, especialmente após a conclusão da guerra dos Trinta Anos, quando, em consequência da Paz de Muenster, o Reich ficou repartido em centenas de pequenos estados feudais. Desta forma, o povo germânico esgotava suas energias em loucas disputas internas, em sangrentos conflitos fratricidas. O regime feudal, o mundo eclesiástico cheio de dogmas, contribuiram, ou melhor, foram a unica e verdadeira razão para esse estado de cousas anti-natural e humilhante. E quando parecia ter chegado o fim do sistema nefando, surgiram os partidos politicos com seu caos ideológico, prosseguindo na mesma sanha destruidora. Nesse periodo negro, o povo mais capacitado e laborioso da Europa Ocidental esgotou suas forças exclusivamente em contendas internas. Foi nesse instante preciso, tragico para a Alemanha, que se efetuou a partilha do Mundo, entre as nações ricas e poderosas. A Alemanha foi escarnecida, posta à margem como uma carcassa inutil.

O Mediterrâneo

"A Inglaterra construiu então, aproveitando-se das circunstâncias do destino o seu gigantesco império, não por via de tratados ou acordos felizes, mas pela força. O segundo povo que tambem foi esbulhado em seus direitos nessa distribuição do Mundo - o italiano - achava-se subdividido, tal como a Alemanha, em pequenos feudos, sacrificando seus recursos humanos e economicos à luta dramática dos egoísmos intestinos. A Itália, rainha do Mediterraneo por excelencia geografica e cultural, viu-se banida do "Mare Nostrum" latino. Isto, não por virtude da força da sabedoria inglesa ou francesa, mas sim e unicamente pela desgraça da fortuna, pela deslealdade, pelo egocentrismo dos poderosos, cujo fulcro de poder radicava no Ouro, no dinheiro, na superioridade economica.

"O homem não vive de teorias"

"Hoje em dia, quando o Mundo se convulsiona em angustiosa espectativa, revolvido pelas bombas que tudo estremecem, perguntam aqueles que olham com seus dois olhos para a frente e voltam tambem suas vistas agudas para trás, para o pasado: "Pode ser eterna a desventura? Podem duas nações viver definitivamente inferiorizadas, enganadas?" Nunca! Pois o homem não vive de teorias, nem de conceitos sobre a vida e sobre a morte - vive do que pode retirar da terra, pelo trabalho de seus musculos, do seu cerebro, de sua conciencia. Assim, se a sua terra é exigua, é pobre, miseravel ha-de ser a sua vida!
Semelhante ponto de vista podemos constatá-lo entre os proprios povos. As regiões ferteis são igualmente as habitadas por individuos mais fortes, mais proliferos, mais dispostos à luta pela vida. A diferença de capacidade do solo, as inferioridades geograficas, não podem se eliminadas com discursos e, nem mesmo com o esforço dos musculos e dos cerebros. Porquanto essas diferenças são fatais. Lutar contra ellas seria lutar contra a Natureza, e isto só os poetas e os malucos podem fazê-lo com estulta esperança.
Por conseguinte, notamos que a causa remota das tensões existentes no mundo atual está na iniquidade da distribuição das terras e dos meios de aproveitamento dessas terras.

"Os ricos tremem de pavor"

"A inquietação dos pobres aumenta cada vez mais. Os ricos tremem de pavor ao pensar nas tremendas consequências de uma avalanche revolucionaria. Chegados a este ponto do problema, não cabe aos economistas e aos psicologos tecerem comentários, creando teoremas e teorias complexas, absurdas, estéreis; entra aqui o bom senso, apenas. E, contra a força, é preciso que se anteponha a força. Isto é o que acontece entre os povos divididos em classes inferiores e superiores. E é isto tambem o que acontece entre as nações. Uma nação imperialista deve calcular bem o seu egoismo; deve estudar bem a força de seus meios de coação e a fraqueza de seus escravizados; deverá aplicar o bom-senso, a previdencia, pois do contrário, um belo dia, os povos oprimidos se insurgirão com violência inaudita, irreprimivel, tomando, tambem pela força, aquilo que pela força lhe fôra negado!

O problema da Alemanha

"O problema da Alemanha, problema gigantesco, interno, que urgia solução magna, foi estudado por mim em dias tristes, quando tudo e todos me perseguiam, me ameaçavam. A despeito, porém, de tudo e de todos, impuz-me a missão herculea de, apelando para a razão e o bom-senso de todos, eliminar o abismo entre a riqueza e a miseria. Eu lutei pelo direito de viver de meus compatriotas pobres e humilhados. E clamei a verdade em face dos ricos. E tive a suprema alegria de ser ouvido por muitos deles!

"O direito à vida é o direito à terra"

"O poderoso justo que concede seus favores ao mais fraco dá prova de seu poderio quando esquece imediatamente as vantagens que concedeu. Isto porque compreende ter apenas consumado uma obra de justiça. Não falemos de esmolas! Ninguem neste mundo tem o direito de dar esmolas! Quando a Justiça se cumpre não se deve falar em misericordia e em esmolas! As nações poderosas que dizem proporcionar às outras mais fracas a possibilidade de viver incorrem num atentado contra a Natureza. O direito à vida é ao mesmo tempo, direito à terra-mãe, direito ao solo, de onde provem essa mesma vida! Por esse conceito sagrado, os povos lutaram sempre, desde que a sua existência fosse ameaçada pela iniquidade da insensatês egoísta.

O Reich há 8 anos

"Ao se objetivar a revolução nacional-socialista, uma exigência era essencial: a unidade nacional da Alemanha - porque, sem isso, não haveria força suficiente para levar à pratica as aspirações vitais alemãs. Espero que ninguem de vós desconhece a situação que imperava há oito anos, quando o nosso povo estava próximo do esgotamento total. 7 milhões de desocupados e cerca de 6 milhões e meio de trabalhadores ocupados em serviços de emergência, provisórios, eram o resultado de nossa economia agonizante e de nossa agricultura, industria e navegação arruinadas. Podia-se prever mesmo o instante em que os 7 milhões de desocupados se transformariam em 10 ou mais milhões. Chegar-se-ia então ao ponto em que o número dos ocupados teria sido menor do que os sem trabalho, sendo que estes tinham de ser mantidos pelos que trabalhassem. A vida se tornara insuportavel, tanto para os ocupados como para os desocupados.

"Para a violência - a violência"

"A unificação nacional era, pois, imprescindivel para acumular as forças do povo afim de inculcar neste último o sentido de sua própria força, a confiança em si próprio que lhe permitisse reivindicar seus direitos de subsistencia. Foi então quando resolvi dar início à minha Campanha do Bom-Senso, apelando para todos, ricos e pobres, fazendo ver as falhas e apontando o caminho para a regeneração nacional. Sei que nem todos me compreenderam. Fui escarnecido, criticado tanto pelos ricos como pelos pobres. De um lado, estavam os que pertenciam às altas classes sociais que me acusavam de querer "plebeizar' seu método de vida; de outro lado, estavam os proletários, desconfiados, como todos aqueles que sofreram fortes decepções, e que, tambem, inconcientes, me acusavam de charlatão. Tive de convencer tanto a uns como a outros de que não havia tempo para discussões de família. Em última analise, apelei para as frases fortes e relatei fatos escabrosos, fazendo notar que, para a violência dos tempos só havia um recurso - a violência. Era preciso reconhecer que 140 pessoas, num quilómetro quadrado de terra, como acontecia na Alemanha, não podiam viver muito de acordo ao terem de extrair dessa terra o sustento do seu corpo. As lutas eram naturais. Era humano que houvesse desentendimentos, ódio e desconfiança.

A base para evolução do povo teuto

"Reconheci que havia um ponto essencial a ser inicialmente vencido. Tivemos de crear a comunidade alemã. Que estavamos com a verdade, prova o fato de nossos inimigos se manifestarem imediatamente contra os nossos esforços. Mas, com todos os contratempos, a modificação sonhada por mim foi realizada, de nada valendo os esforços da Inglaterra e da França no sentido de impedí-la. Durante os sete anos de nossa campanha realizamos cousas portentosas se pensarmos no estado em que se achava a Alemanha, plena de bandos de facinoras sempre dispostos ao crime político, regorgitando de traidores e de judeus vindos do Oriente. Varremos todos esses elementos para fóra de nossa pátria, creando assim a base para uma evolução sadia de nosso povo.

"Nossas colónias nos foram extorquidas"

A segunda grande necessidade do regime nacional-socialista era eliminar as opressões politicas do exterior, as quais encontraram sua verdadeira expressão em Versalhes. Fundiu-se ali o material destinado a impedir a unidade nacional do povo alemão, pois que nossas colónias nos foram extorquidas. O segundo ponto do nosso programa era pois a luta contra Versalhes. Tudo o que aconteceu nada de novo representa, pois não passa de uma execução de paragrafos prefixados em nossos estatutos. As lutas que a Alemanha sustentou para consecussão de seus direitos em face do Mundo já era esperada por mim desde o primeiro instante em que, com a modesta que todos sabem, fundei, numa saleta humilde, o meu partido. Desde então, a campanha contra o Tratado de Versalhes, constituiu o alvo da minha politica. Contra isto se batia a Inglaterra, justamente temerosa de que assim que o povo alemão se unisse, não mais poderiam os ingleses continuar tranquilidamente na sua exploração do Mundo. Teriam então um grande adversário pela frente. Não só as exigencias alemãs, justissimas, mas tambem as da Italia deveriam ser resolvidas.

A causa da guerra

O esforço desempenhado pela Inglaterra no sentido de manter de pé o Tratado de Versalhes foi a causa máxima do atual conflito. Outro motivo constituiu-o porem o seguinte: os observadores norte-americanos e ingleses afirmavam que havia duas classes de povos - os que possuiam riquezas e aqueles que nada possuiam. Diziam ele: "Nós, ingleses e norte-americanos, juntamente com nossos colegas franceses, somos ricos. Os alemães não passam de pobres diabos!"
Em toda a minha vida, entretanto, eu sempre fui um representante de "pobres diabos". Hoje, apresento-me de novo perante o Mundo como representante de um povo sem riquesas, e como tal, jamais reconhecerei o direito que outros se outorgam sobre aquilo que amealharam à custa da força e da extorsão. Jamais, por conseguinte, reconhecerei tal direito que outras nações se arrogam aquilo que foi nosso e que de nós foi extorquido!
(Neste ponto, uma estrondosa ovação se faz ouvir. Refeito o silencio, a custo o "fuherer" prossegue!)
A vida dos países ricos

"É interessante focalizar a vida desses paises ricos, ou seja os chamados paises democráticos onde, segundo se diz, o poder é dirigido pelo povo e para o povo. O que se nota ali é que os magnatas bradam estentoreamente uma porção de extraordinárias regalias populares e apresentam programas onde o seu amor pelo povo chega às raias da adbnegação maternal. Isto, enquanto precisam dos elementos da coletividade para a aprovação de seus estatutos, cujo efeito secreto apenas irá beneficiar algumas centenas de capitalistas. Os povos, nas nações democráticas, aplaudem os oradores na praça pública, mas não teem a licença de entrar nas salas secretas, onde se conluia o seu esbulhamento mais sordido. Quando na Inglaterra se afirma: "Gosamos da maior liberdade", quer-se com isso dizer: "Temos uma economia livre", ou seja a liberdade do capital, não só para crear riquezas, como tambem para lhe dar a aplicação que bem queiram os capitalistas, sem restrição de especie alguma por parte do povo. Esse capital creou uma imprensa, e cada jornal tem um dono e senhor, que é o capitalista. Ele e não os seus redatores é que impõe a orientação ao periodico. Essa imprensa modula a opinião publica, e esta, por sua vez, forma os partidos, os quais se diferenciam muito pouco entre si.

Conservadores liberais e trabalhistas

"A maioria das vezes, acontece nesses paises que as familias se distribuem em grupos: - de um lado os conservadores, do outro os liberais e os trabalhistas. Assim, pois, a oposição carece ali de qualquer valor. Dever-se-ia ao menos supor que, nesses paises de liberdade e riquesa, o povo viva em boas condições economicas. Entretanto, acontece exatamente o contrario: na Inglaterra milionária, a diferença de classes é mais acentuada do que parece aos observadores sem o minimo dom de observação. A pobreza miseravel de um lado; e de outro a riqueza incalculavel. Assim se vive nos paises que dispõem dos tesouros da terra. Neles, os operários se aglomeram em miseraveis palhoças, trajando de acordo com suas habitações. As greves são frequentes. Essa rica Grã Bretanha, durante decenios, manteve 2,5 milhões de sem-trabalho. A América do Norte, em seus colossais armazens de ouro, conta com cerca de 13 milhões de desocupados e a França, não menos rica, 800.000. Acrescente-se a isso a diferença de cultura por consequência de uma instrução apenas proporcionada aos ricos. Não foi para fazer espirito que um membro do Partido Trabalhista inglês declarou no Parlamento que "quando a guerra terminar deverá o país fazer algo em beneficio do operário britânico, que tambem deverá ter o direito de viajar pelas colonias e conhecer usos e costumes do Imperio".

Povo e capital

"Pois bem; nós na Alemanha, já resolvemos há muito semelhante problema. Isto porque não temos que lutar com os egoismos dos pequenos grupos que se escondem sob o véo da democracia. Os capitalistas da Inglaterra sabem que nós não os ameaçamos diretamente, a eles e ao seu Império; contudo, sabem, tambem, perfeitamente, que as idéias do povo alemão constituem um grande perigo para a Inglaterra, porque se continuar o regime nacional-socialista na marcha em que tem vindo até agora, em breve o próprio povo inglês se encarregará de destruir o arcabouço democrático para implantar um regime verdadeiramente util áqueles que trabalham honestamente. Nas democracias capitalistas, a principal lei económica é: "O povo existe para a economia e a economia para o capital".
Nós, nacional-socialistas, invertemos o sentido desse postulado, e dizemos: "O capital existe para a economia e a economia para o povo". O povo figura pois em primeiro plano; tudo o mais são meios para um fim. A mim não interessa absolutamente saber quanto de dividendos recebem as centenas de pessoas envolvidas numa empresa. Nossa industria de armamentos poderia tambem dividir seus lucros até 160%. Isto, porém, não consentirei, pois estou certo de que 6% são mais do que suficientes, e, mesmo, bastariam 3%. Assim, o individuo não tem o direito de dispôr livremente daquilo que deve ser empregnado no interesse da economia nacional. Acabamos de uma vez com o abuso nos conselhos de administração, onde os funcionários chegavam a receber até 100.000 marcos por ano. Na Alemanha atual, nenhum deputado pode ser membro do conselho de administração, a menos que semelhante cargo seja méramente honorifico. Em muitos outros países, tal não acontece. Por isto há lutas sangrentas e é mais facil ao diabo entrar numa igreja para benzer-se do que esses magnatas tomarem conhecimento de idéias que de há muito nos são familiares.

"O ouro é fator de opressão"

"Na Inglaterra, afirma-se: "Lutamos para manter o padrão ouro da moeda." Nós tambem tivemos o ouro, e nô-lo extorquiram. Quando ascendi ao poder, não errei ao alijar o padrão-ouro. A verdade era que o ouro já não existia, e portanto, foi muito facil afastar uma cousa que na verdade não existia. Isso não me desagrada, pois estou convencido de que o ouro não é fator de valor, e sim de opressão, destinado ao dominio escravizador dos povos. Erguemos nossos alicerces sobre uma esperança: a operosidade do povo alemão e a inteligência dos nossos inventores. Sobre um principio tambem alicercei a nova Alemanha: - embora não tenhamos ouro, contamos com a nossa fôrça produtora, que é o nosso ouro, porque é o nosso capital. Os países capitalistas, entrementes, desmoronam-se com suas moedas.
A libra já não pode ser vendida no mundo e se alguem com ela topa dela se afasta para evitar contágio. Entretanto, nossos marcos, a cuja sombra não há ouro, conservam sua estabilidade porque, detraz deles, há o trabalho. Se há oito ou nove anos eu tivesse declarado em público que dentro de seis ou sete anos não haveria mais o problema dos sem-trabalho e seria necessário procurar braços para este último, teria sido então qualificado de visionário. Entretanto, a verdade é exatamente essa: o mundo que erguemos é um mundo do trabalho comum, de esforços comuns, de preocupações e de deveres comuns.

O racionamento

"Ao contrário do que fizeram outros países, não esperei meses, nem siquer anos, para começar o racionamento. Em outros países, anunciou-se previamente que a carne seria racionada imediatamente, os que disputam de capitais, adquiriram grandes estoques, o mesmo acontecendo com o café e com os outros gêneros. Quando nada mais havia para ser racionado, foi decretada a medida. Nós, ao contrário, evitamos isso, e aplicámos as limitações, no momento exato, atingindo indistintamente a todos. Não conhecemos a tolerância, nem a complacencia. Quando algum contravem os preços estabelecidos para os gêneros que interessam a coletividade, castigamos os exploradores. O povo orienta sua própria vida, fixa as diretrizes de seu governo; os milhões de funcionários do Partido são todos homens do povo.

Os preconceitos sociais

"Na escolha dos funcionários, foram postos de lado todos os preconceitos sociais. Há funcionários do Reich que antes eram lavradores ou ferreiros. Milhares de funcionários procedem do artezanato, como milhares de oficiais pertenciam a esse ramo de atividade. Atualmente, contamos com generais que há poucos anos eram simples soldados ou sub-oficiais. Dispomos de inúmeras escolas para educar as crianças, procedentes da massa do povo. Desejamos um estado futuro, no qual cada posto possa ser ocupado por um filho do povo, seja qual fôr sua ascendência; um Estado no qual a ascendência nada significa, e, em contraposição, a capacidade e o saber tudo signifiquem - eis o ideal pelo qual trabalhamos!

"Um dos dois mundos tem que ruir"

"Contra esse ideal levanta-se um mundo no qual a idéia é sempre a luta pela fortuna de uma família para a satisfação do egoísmo do individuo, para a vitória da riqueza sobre a pobreza! Sou o primeiro a reconhecer que um desses dois mundos tem que ruir! Se formos nós os vencidos conosco perecerá o povo alemão; se vencermos, os demais povos continuarão completamente livres, pois a nossa luta não visa os ingleses nem os franceses, contra os quais nada temos, mas sim o bem estar da Humanidade! Durante muitos anos, em minha política exterior, nada lhes pedi. Em contraposição, quando eles entraram na guerra disseram, em altas vozes que o faziam porque o nosso sistema alemão os perturbava. Pretendiam levar nosso povo e um novo Versalhes. Enganaram-se redondamente desta vez. O auxilio judáico de nada lhes há de servir!

A responsabilidade da guerra

Imediatamente após minha ascensão ao poder, declarei que não desejava de maneira alguma rearmar o país e que queria mobilizar o trabalho do povo alemão para outros fins. Cheguei mesmo a fazer propostas para reduzir e até para suprimir o rearmamento. Minhas propostas foram recebidas como inconsequentes e ingenuas. Foram repelidas. Propuz, tambem, que a aviação não fosse utilizada como arma de guerra, e isto tambem foi recusado; que a bomba não fosse usada como arma mortifera, e o resultado foi o mesmo. Assim, pois, não me cabe responsabilidade alguma pela guerra. O mesmo não pode dizer os homens que se acham na Inglaterra, tanto Churchill - o máximo responsavel - como seus acólitos.
O próprio Chamberlain se ressurgisse havia de admitir o que digo, pois, ele tambem tinha na sua conciência muitos remorsos. Na guerra mundial, experimentei e vi como os soldados alemães lutavam e davam tudo quanto tinham. Mas o seu sangue generoso não bastou para a vitória, pois o inimigo dispunha de mais material. Já naquela ocasião me convenci de que os ingleses não nos superavam. Nada menos verdadeiro do que se diz alhures que: "Diante dos ingleses eu sentia um complexo de inferioridade". Os que dizem semelhante cousa não passam de velhacos ou malucos. Naquela ocasião, os ingleses pediam o auxilio do mundo inteiro. Neste momento, novamente a Inglaterra e a Alemanha se defrontam. De minha parte, fiz e tenho feito tudo quanto humanamente é possivel para evitar a guerra. Fui o primeiro a lamentar que os povos cuja colaboração encareci tivessem de lutar um contra o outro.

As campanhas da Polonia e da Noruega

"Entretanto, se aqueles senhores desejam eliminar o estado nacional-socialista e dispersar o povo alemão, experimentarão, certamente, uma grande surpreza, cujo começo, em verdade, já conheceram e provaram. Em 18 dias, aquela Polonia, que queria marchar até as portas de Berlim, era inteiramente eliminada. A seguir foi a tentativa de ataque da Inglaterra contra a Noruega, fracassada de maneira a mais lamentavel e onde a Alemanha demonstrou seu valor militar - tal como na Polonia, derrotando a Inglaterra de fórma inesquecivel.
Não é necessário que eu vos diga que "onde está o soldado alemão nenhum outro consegue pôr o pé".

A derrota da França

"Os ingleses pretenderam ser mais diligentes do que os alemães, obtendo com maior rapidez uma decisão do estado de cousas no ocidente. Ora bem; isto conduziu a que se desencadeasse aquela ofensiva tremenda que muitos de nossos velhos homens do Exército esperavam com certo temor. O que preocupava esses valentes era pensar no sangue das vitimas que o ataque à Linha Maginot custaria. Mas, cousa estupenda! Esta campanha terminou em seis semanas! Em 42 dias, a França, com seu exército tradicional, foi esmagada! este maravilhoso feito devemos agradecê-lo ao nosso Exército, a nossos soldados e a nossos operários da indústria do armamento. Pela primeira vez, nosso soldado foi para a luta com a convicção de que nossas armas, nossa estrategia, eram superiores e portanto tinhamos de vencer. Sobretudo, o soldado alemão tinha desta vez munições suficientes. Não sei se, mais tarde, depois da guerra, quando forem executados calculos exatos, alguem me dirá: "Mas, senhor! O sr. foi um dissipador! Mandou fabricar munições que não foram utilizadas e, agora, tudo ficou sobrando. Não é isto um desperdício?" E eu lhe responderia: "Parece-lhe! Se mandei fabricar toda essa munição foi porque eu pensava comigo mesmo:
"As granadas, posso substituí-las; as bombas, tambem; mas os homens, nunca! As armas de nada valem se o soldado não fôr bom!

Desafio aos ingleses

"Ao terminar a campanha no oeste, em nenhum terreno haviamos chegado a consumir mais do que a produção de um mês! E hoje em dia, encontramo-nos armados para toda eventualidade. Que faça a Inglaterra o que bem quizer! Com cada arma que temos, lhe assestaremos novos golpes! E se os ingleses pretenderem pôr os pés em alguma parte do continente, então nos enfrentaremos de novo! Nós não esquecemos o que aprendemos, sendo de esperar que tambem os ingleses, de sua parte, não tenham esquecido o que lhes aconteceu. Queremos, sim, vê-los pela nossa frente! De preferência em exércitos terrestres! Mas tambem os aceitamos nos ares! Até agora a luta tem se desenvolvido esmagadoramente á nosso favor. O final será uma apoteose triunfal! Durante a campanha da Polonia não deixei que se realizassem ataques noturnos porque, de noite, não se pode apontar muito bem e quem sofre mais com isso é o povo!

A guerra aérea ilimitada

"Eu quero atacar os objetivos de importância bélica e lutar apenas contra soldados. Não contra mulheres e crianças! Por este motivo, tambem não realizamos ataques noturnos sobre a França. Mas, eis que o estrategista Churchill teve a idéia de praticar a guerra aérea ilimitada contra a Alemanha. Seus enviados do ar não conseguiram paralisar nenhuma fábrica, nenhuma empresa de armamentos alemã, mas atingiram muitas famílias pobres, em bairros afastados de todo objetivo militar. Um dos alvos preferidos da Royal Air Force foram sempre os hospitais.
Diante da consumação deste delito, esperei três meses. Mas não é possivel continuar contemporizando quando meus compatriotas, meu povo, corre perigos traiçoeiros. A Grã-Bretanha deu inicio a uma luta ignominiosa, eivada de recursos vis. Desta forma, vejo-me obrigado a contra-atacar, usando das mesmas artimanhas; um pouco mais lealmente, talvez. Quando chegar a hora da luta final, todos verão o que ha de acontecer! Posso adiantar uma coisa:

A hora suprema

"A hora suprema será fixada por nós! E eu sei escolher bem as horas em que o nosso exército deve bater os ingleses. Dunquerque foi apenas uma leve amostra! Talvez já tivessemos podido atacar no ocidente, já no outono do ano passado, mas desejei esperar o bom tempo e vejo que valeu a pena. Estamos tão firmemente convictos do bom êxito de nossas armas que podemos permitir-nos o luxo de esperar! Creio que mais tarde, muita gente conscia de sua responsabilidade me agradecerá por ter esperado o momento oportuno; por ter poupado vidas preciosas!
Não queremos obter triunfos de prestigio, nem realizar ataques desta especie, mas sim, temos a intenção de dirigir nossos passos guiados por sensatos pontos de vista militares. O que deve acontecer, acontece! Por mais que queriam evitá-lo! Quanto ao mais, todos temos a esperança de que chegará a hora em que retornem ao convivio da Humanidade a Razão e a Paz. E desse binomio seja banida a ganancia opressiva do Capitalismo!

"Não haverá derrota da Alemanha"

"De uma cousa, não obstante, deve inteirar-se o Mundo:
Não haverá derrota da Alemanha, nem pelo tempo, nem militar, nem economicamente! Quem alimenta essa utopia vai amargar tremenda desilusão!
Aconteça o que acontecer, o Reich sairá vitorioso da luta! Não sou homem para voltar atrás nem para meter-me em labirintos errados! Isto demonstrei-o durante a minha vida e o demonstrarei mais uma vez aos senhores que me conhecem unicamente através da imprensa de imigrantes! Nos primeiros tempos, quando entrei para a política, disse a meus partidarios:
"Em nosso dicionário não existe a palavra Capitulação!"
Declararam-nos a guerra. Pois, agora que aguentem, até o fim, sem lamentélas inuteis! Comigo está todo o povo alemão e o Exército!
Estultos foram aqueles que supuzeram, que acreditaram numa revolução interna dentro da organização alemã moderna! Terão decepções os que insistirem nessa crença ridicula, fantasiada aliás pelos nossos inimigos, que estão sempre esperando um passo em falso, ou milagres impossiveis, uma vez que não confiam na própria força! A Alemanha está unida por dentro e por fóra! O seu povo é unido e as nações suas amigas ligam-se a esse povo de maneira indissoluvel! Porque, a causa do povo alemão e do povo italiano é igualmente a causa de todos os povos que sofrem ou que sofreram humilhações impostas pelos potentados capitalistas.

A mulher alemã

"Não existe no Reich uma criança, uma mulher, um velho que não estejam imbuidos do espirito da vitória! Principalmente, a mulher alemã! Feliz o povo que conta com semelhante elemento feminino, capaz de incentivar os exércitos às conquistas mais estrondosas. A mulher alemã não descansou e não descansa nesta guerra. Trabalha em todos os ramos e apresenta-se sempre com um sorriso nos labios disposta a todos os sacrificios. Seu patriotismo excedeu a toda expectativa. Sua coragem superou todas as hipoteses.

Um estado exemplar para o mundo todo

"Companheiros! Não esqueçais que a nossa luta de hoje visa um futuro melhor. Se dela sairmos vencedores, seremos nós, o povo, os vencedores! E não dois ou três industriais milionários ou aristocratas pernósticos! Desejamos construir um estado social exemplar para o mundo todo, para que a nossa revolução se estenda, seja imitada por outros povos - continua - outros povos, com toda a sinceridade. E neste ponto, acode-me à memória o descalabro da Grande Guerra, quando os vencedores se atiraram sobre os vencidos numa sanha assassina, decididos a estropear e esmagar. Que idéia tinham aqueles que fizeram o Tratado de Versalhes? Quais os ideais que os animavam no momento de sua vitória duvidosa sobre a Alemanha, traida pelos judeus e outros inimigos internos?

"Derrubadas as barricadas da plutocracia"

"É inutil ponderar aquilo que passou. Hoje estamos nas condições de retribuir, porém, todos os odiosos golpes que recebemos de forma insidiosa, quando estavamos caidos, vencidos não pelas armas, mas pela traição! Já fizemos bastante, desde o principio de nossa revolução nacional-socialista até a vitória esmagadora sobre nossos adversários que, sob o manto da hipocrisia, se haviam armado e fortificado na intenção de vir sobre nós no momento oportuno. Não que imperasse em nossas consciencias a desconfiança, o temor. Mas, em verdade, utilissima foi para nossa pátria a prudência com que tratamos dos problemas externos. As barricadas da plutocracia foram derrubadas a tempo, e, numa hecatombe intensa, como num sonho, nossos inimigos assistiram ao estertor de seus exércitos excusamente preparados para assaltar a Alemanha. Nossa audácia foi resultado da prudência, embora isto pareça estranho. Porque, madurando os fatos, é que chegamos à conclusão de que deviamos ser audazes - atacar antes de sermos atacados!

A vitória da multidão

"E o conseguimos, companheiros! Conseguimô-lo de uma maneira heróica! E isto porque nos animava uma grande fé e um ideal superior! Por isto, nossa vitória não há-de ser a vitória de poucos, mas sim a vitória da multidão. E há-de fazer surgir a Era das Multidões em que os povos viverão dentro dum sistema de bem estar humano! Já que nos impuzemos grandes planos, levemos nossa tarefa adiante, colimando um único objetivo:
Edificar definitivamente o mundo dentro dos seus verdadeiros e justos princípios de igualdade e fraternidade, varrendo todos os obstaculos que se vêem opondo à evolução do individuo e das coletividades modernas! Nosso desejo é crear um Estado Social Novo, de modo a que ele seja um exemplo digno e eficaz em todos os setores da vida humana!

"Vencer a Inglaterra é muito mais facil"


Quando já chegarmos, então, haveremos triunfado! Aqueles que julgam demasiado elevados os ideais da Alemanha, que não acreditam possam eles vir a tornar-se uma realidade do mundo, devem lembrar que muito mais dura do que a própria guerra atual foi a luta que tive de sustentar dentro da nossa própria pátria para combater os farsantes que se alcandoravam no poder, para desintegrar as camarilhas que vivem à custa do governo, para expulsar os judeus e desfazer suas urdiduras maléficas na alma do povo germânico. Considero o que já realizei como a tarefa magna da minha vida! Vencer a Inglaterra é muito mais fácil! Mais fácil será tambem demonstrar ao Mundo, chegado o momento, quem é na realidade o Senhor Absoluto: - se o Capital, vil, se o Trabalho, nobre!
Não viveremos continuamente em luta; porem, é destino da Alemanha cumprir ainda durante certo tempo um grande programa de trabalho, que ha-de findar com o mais completo triunfo de uma ideia nova. Sim! Porque após a vitória de nossos exércitos, sobrevirá a época da conquista pacifica realizada pelos nossos operários, pelos nossos inteletuais e pelos nossos técnicos! Isto para a implantação de um novo sistema economico mundial! Colocará então a Alemanha, na luta nova, todo o poderio da sua cultura e toda a capacidade do seu trabalho!

"Terra de Todos"

Ha-de surgir do Trabalho realizador aquele Reich Alemão com o qual sonhou certa vez um dos maiores poetas da Raça! A Alemanha será então um país modelar, amada de seus filhos porque ha-de ser a Terra de Todos, a pátria de ricos e pobres, sem distinção de especie alguma, digna da admiração de todos os povos, aos quais viverá unida espiritual, economica e fraternalmente".
As derradeiras palavras do "Fuehrer" foram cobertas por uma estrondosa ovação ao mesmo tempo que rompiam os acordes do "Deutschland über alles".


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