ANÚNCIOS APARENTEMENTE INOCENTES, PUBLICADOS NOS JORNAIS,
CONTINHAM INFORMAÇÕES AOS ELEMENTOS DA QUINTA COLUNA
A
ação desenvolvida pela espionagem nipônica em
Havaí, segundo descreve o secretário da marinha dos
Estados Unidos, sr. Frank Knox
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Publicado
na Folha da Manhã, quinta-feira, 5 de fevereiro de
1942
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Neste texto foi mantida a grafia original
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Nova York, 4 - Uma quinta-coluna e rede de espionagem pacientemente
organizada durante muitos anos, preparou o caminho para o golpe de
surpresa desfechado pelos japoneses em Pearl Harbour.
A história completa da quinta-coluna, que o ministro da Marinha,
coronel Franck Knox, declarou ser a mais efetiva que a da Noruega,
provavelmente não poderá ser contada, até a terminação
dos inquéritos oficiais abertos pelas autoridades competentes.
"Durante minha recente visita a Honolulú, disse o sr.
Knox, consegui apurar:
1º - Que, segundo noticias divulgadas entre os plantadores de
cana de açucar das ilhas, foram colocadas, poucas horas antes
do ataque japones, grandes setas indicando os objetivos militares
norte-americanos.
2º - Que um japones, preso por usar um transmissor de ondas curtas,
durante o ataque a Pearl Harbour, era um negociante que durante 20
anos fora um frequente visitante do quartel de Schofield, posto militar
do exército norte-americano.
3º - Que os quitandeiros japoneses, quando entregavam as verduras
aos comissários a bordo dos navios de guerra, procuravam habilmente
conhecer os movimentos das unidades da esquadra norte-americana.
4º - Que anúncios aparentemente inocentes publicados nos
jornais continham informações interpretadas por meio
de um código, dirigidas aos elementos da quinta-coluna".
As acusações, entretanto, não são extensivas
a todos os nipônicos residentes em Honolulú. Em conjunto,
eles são trabalhadores e bem comportados e dependem de seus
próprios labores. Muitos deles, porem, pertenciam à
quinta-coluna e eram bem sucedidos em suas atividades. Os informes
que forem apresentados aos norte-americanos agora, podem auxiliar
a por a nação de sobreaviso, e outras potências
livres do perigo.
A situação do ataque era a seguinte: "Nas primeiras
horas da manhã do domingo, a patrulha da madrugada partiu para
efetuar sua habitual inspeção e informou que nada de
anormal observara na área sobre a qual voara. Pouco depois,
durante um "alerta" de sabotagem, os aviões japoneses
atacaram. As bombas cairam sobre os hangares cheios de aviões.
Os hangares vazios foram ignorados.
Os japoneses sabiam muito bem quando deviam atacar e onde estavam
os objetivos. Alguns dos aviadores japoneses abatidos tinham os anéis
das escolas secundárias de Honolulú e do Estado de Oregon.
Alguns dos nipônicos presos durante ou depois do ataque, eram
figuras respeitáveis de Honolulú, que mereciam a confiança
geral por um longo período de 20 anos ou mais.
A força e a importância da colônia japonesa nas
ilhas Havai passaram até então despercebidas no continente
americano.
Os japoneses constituem o maior grupo racial do arquipélago,
elevando-se a 155 mil, na população que tem um total
de 414 mil, sendo mais que o total dos indigenas e dos americanos.
Muitos dos japoneses residentes nas ilhas Havai são cidadãos
americanos, com direito de voto. Os partidos políticos das
ilhas não podem deixar de tomar em consideração,
a importância desse grupo de eleitores. Parcialmente foi esse
o motivo de os japoneses de nacionalidade americana infiltrarem-se
no Departamento de Polícia, de que tiveram empregos de inspetores
de estrada, sanitários e outros casos de maior importância.
Muitos foram trabalhar nos serviços postais e telefonicos,
postos ideais para um espião. Outros encontram ocupação
nas Companhias de Gás e Eletricidade, bem como em diversas
empresas de serviços de utilidade pública, vitais para
a defesa local e necessidades civis. Como cidadãos americanos
eram admitidos na guarda territorial, cuja missão consiste
em defender os principais pontos estratégicos, em caso de emergência.
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Reduzida
a fabricação de maquinas de escrever |
Washington, 4 - O Departamento de Produção de
Guerra determinou que as fábricas de máquinas de escrever,
cuja produção atingiu a mais de um milhão de
máquinas no ano passado, reduzam consideravelmente essa produção,
de maneira a empregar o material na fabricação de peças
para a artilharia.
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A
fabricação de pneumáticos |
Washington, 4 - O presidente da "General Tire and Rubber
Co.", "sir" William O'Neill, aconselhou o público
americano a compreender a importância da conservação
dos pneus, tanto quanto seja possível. "O que vale, felizmente,
é que entramos na guerra com o pneus dos nossos carros de passageiros
nas melhores condições da história. Fizemos um
milhão de pneus nos dois últimos anos, tanto para equipamento
original, como para substituições, e sou de opinião
de que podemos conservar todos os carros americanos, rodando durante
três anos, sem ser preciso fabricar outra nova remessa de pneumáticos.
Certa quantidade de borracha deve ser tambem destinada como reserva
para o revestimento, provavelmente, de cerca de 40 mil toneladas anuais
do produto".
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