AS MULHERES NA VIDA DE HITLER
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Publicado
na Folha da Manhã, Domingo, 3 de fevereiro de 1935
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Neste texto foi mantida a grafia original
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Circula actualmente pelos "magazines" europeus, uma pretensa
historia amorosa de Hitler. Segundo dizem o "reichführer"
foi docemente empolgado por uma "mulher fatal", artista
de cinema que se chama Leni Riefenstahl. Pelo menos reporteres indiscretos
- ou imaginosos - narram por menores maliciosos e apaixonados episodios
do suposto idyllio.
Parece, com tudo, tratar-se apenas de fantasias. Apparentemente, pelo
menos Hitler continua sendo invulneravel ao amor. Por sua vida passaram,
é verdade, algumas mulheres mas nenhuma conseguiu ainda conquistal-o
de vez. Durante os seus dias maus, quando era simples pintor de paredes:
ou quando vendia, em Viena, cartões postaes que elle mesmo
coloria; ou quando nutria o espirito com obras de philosophia e o
estomago com arenques defumados, nunca teve, que se soubesse, uma
"gretchen" para enfeitar a sua bohemia forçada.
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Cara
de pau |
Em 1920, Hitler desfaz-se para sempre do uniforme de cabo do infantaria.
O capitão Rohem acaba de descobrir nelle um tribuno ardoroso
e um chefe em embyrão e, todos os dias, fal-o sentar-se á
sua mesa ao lado de numerosos comensaes. Ha damas, tambem. Mas Rohem
não quer saber das senhoras, embora não se opponha a
que seus companheiros palestrem e dansem com ellas. Hitler, immerso
em interminaveis dialogos com coroneis e generaes - os que podem tornar
viaveis os seus planos politicos - não repara nas moças
- bailarinas, actrizes incipientes, burguezinhas emancipadas - que
mariposeiam em seu redor. Ellas, por sua vez, não se atrevem
a cercal-o.
Tão sério, tão solenne, tão fraco, tão
mal trajado, a umas elle desperta medo a outras um pouco de riso.
Algumas dellas, mais entendidas em politica, affirmam às outras,
gravemente, que aquelle que está ali "será o que
quizer". Mas ninguem acredita:
- Esse?! Com essa cara de pau? Qual...
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O
Cerbero do amor |
O tempo passa. Hitler engorda, discursa nos salões das cervejarias
tem seu grupo de partidarios e as mulheres de Munich olham-no com
certa admiração.
Começa a receber cartas de amor que, invariavelmente, ficam
sem respostas. Nas reuniões do nazismo, ha sempre, nas primeiras
filas, uma porção de moças que o applaudem com
delirio. Seu "chauffeur" - que aliás era apenas um
"chauffeur" de praça que, por enthusiasmo politico,
o transportava de graça e, às vezes, até lhe
emprestava dinheiro - teve que repelir innumeras offertas de suborno.
- Já disse que não levo cartas ao chefe. Eu sou um soldado
do partido e não quero metter-me em negocios de saias.
Hitler, então devora livros no seu quartinho modesto, de vez
em quando, engalfinha-se futiosamente, nas cervejarias, com os communistas
que tentam corromper seus partidarios; vae aos suburbios de Munich
passar em revista as primeiras formações, timidas e
ralas das futuras Secções de Assalto; é recebido
em varias casas de luxo, de familias quasi aristocraticas, embora
ainda não tenha frack. Não lhe sobra tempo para o amor.
Alliás, isso não está nos seus planos.
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Mecenas
de saias |
O desenvolvimento assombroso do Partido Nacional-Socialista, obriga
Hitler a frequentar a alta sociedade. São necessarios fundos
para a propaganda e para a manutenção das tropas de
choque e - onde encontal-os senão com os burgueses e capitalistas
sympathizantes? Seus correligionarios mais intimos, Anton Drexler,
um serralheiro cincoentão que cedeu, sem rancor a chefia do
partido a Hitler; Godofredo Feder, um austero professor de Economia
que dotou o movimento hitlerista de um programma financeiro e Christiano
Weber cerram as sobrancelhas cada vez que deixam Hitler, trajado a
rigor nos humbraes de um palacio aristocratico onde se realiza um
sarau. Não vá elle ser arrebatado por uma das sereias
fascinadoras que dansam lá dentro...
Mas Hitler traçara um plano e executava-o à risca. As
mulheres não o interessavam...
Começam então os murmurios a respeito do "belo
Adolpho". Fala-se, principalmente, no "proximo casamento
do chefe. Mas Hitler nem sequer toma conhecimento desses boatos.
Dizem por exemplo que o viram em suspeito colloquio com uma conhecida
dama de Berlim: a senhora Elena Berchstein, esposa do famoso fabricante
de pianos. Cada vez que o "führer" vae a Berlim, só
se o vê em companhia daquella senhora que além disso,
ainda dá sempre um cheque a Hitler. Mas tudo isso não
passava de intriga, principalmente porque a senhora Berchstein que
pode até ser mãe do chefe nazista, não sente
por elle mais que um affecto maternal, enquanto seu marido, confiando
cégamente no futuro do ex-cabo de infantaria, dispensa, talvez
desinteresadamente essa proteção ao ideal nacionalista.
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O
sacrificio pelo partido |
Outro "caso" se attribue a Hitler. É, este, com Gertrudes
Von Seidlitz, viuva mais que outonal que dirige os vastos negocios
que lhe foram deixados por seu esposo não só na Allemanha
mas nos paizes balticos. A viuvez e as maneiras desenvoltas da senhora
Von Seidlitz contribuem muito para tornar a maledicencia verosimil.
Mas, como a anterior, o boato não tem o menor fundamento. Hitler
e a viuva "bunssinesswoman" não têm a menor
relação sentimental. Tratam apenas de negocios commerciaes,
em que a viuva é profundamente entendida, dadas as ramificações
internacionaes de suas casas.
O conde Dietrch Eckard, mentor de Hitler no complicado labyrinto do
capitalismo germanico, foi quem approximou do "führer"
essas e outras personalidades. É portanto, seu confidente e,
quando perguntas indiscretas o asseduam, ri ás gargalhadas:
- Não sejam tolos! O "führer" não tem
tempo nem temperamento para essas coisas. Cumpre o seu dever e sacrifica-se
pelo Partido.
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O
pavo de Drexler |
Mas um dia, Anton Drexler alarma-se sériamente. Dessa vez é
verdade! O amor vae roubar Hitler á Politica!
Não é possivel repetir-se a historia dos auxilios financeiros
fornecidos ao partido por intermedio de Hitler, porque Isabel Von
Ehring é pobre - filha de um modesto advogado - e nunca foi
enthusiasta do nacional socialismo. Não ha tambem a desculpa
de que Isabel não é a mulher dos sonhos de Hitler porque
Isabel é joven e, além disso, muito bonita. Um rosto
de Madona emmoldurado por uma cabeleira de Walkyria. Um temperamento
tão persuasivo - ou tão dominador - que conseguiu de
seu pae convidasse Hitler não só para o seu salão,
mas tambem para os jantares intimos. Isabel Von Ehring possue um maravilhoso
talento musical, e Hitler passa noites inteiras voltando as paginas
das partituras que ella toca ao piano. Às vezes, passeiam juntos
pelos jardim, juntos e sós. Drexler, furiosissimo, exclama
aos seus companheiros:
- Esse homem é capaz de casar-se - e logo com a filha de um
homem que não é nosso amigo Então... adeus, partido!
Observam a Drexler, com paciencia que um casamento não é
propriamente uma tragedia e que muitos chefes foram casados, sendo
excellentes maridos e excellentes politicos.
Mas Drexler não se conforma.
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Sonho
desfeito |
Teriam razão de ser os temores do tyranico serralheiro? Estaria
Hitler, realmente apaixonado pela formosa filha de Munich? Isso é
um enigma que um dia será desvendado. Por ora, nada se póde
averiguar, porque dois factos simultaneos provocaram o rompimento
entre Isabel Von Enring e Hitler.
Primeiro - a revelação sensacional feita por semanario
social democrata da Baviera: "Hitler campeão do anti-semitismo,
cahiu na rede amorosa de uma bella senhorita de ascendencia judaica"-
dizia o semanario, em letras garrafaes na sua primeira pagina.
O segundo facto foi a presença de Isabel Von Ehring nos lugares
mais concorridos de Munich, ao lado de um professor da Universidade.
Vinte dias depois, casavam-se. O genro de Von Ebring era, como este,
anti-nazista.
Pouco antes, o "Volkischer Beobachter", orgão official
do partido nazista, publicou uma nota em tom energico, desmentindo
as noticias do noivado de Hitler com Isabel Von Ehring, "em cuja
honra deve dizerse" - accrescenta o jornal - "que não
tem a desgraça de ser de origem judaica".
Desembaraçado - quem sabe a custa de que intimo pesar! - desse
complicado episodio sentimental, Hitler entregou-se com maior enthusiasmo
á campanha anti-semita. Sentado ao lado do "führer",
durante os formidaveis comicios nazistas, o serralheiro Drexler dava
punhadas epicas na mesa, bradando com enthusiasmo:
- Agora, sim!
E absorvido pelos trabalhos da propaganda. Hitler retornou ás
asperezas de sua vida de celibatario...
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Da
Arcadia á Babylonia |
As suas férias, passava-as o "führer" nos Alpes
Bavaros, entre pastores.
Nostalgia de mulheres amadas e perdidas? Lutas intimas entre os deveres
do partido e a inclinação á vida mollemente burgueza?
Talvez... Nos seus momentos de desfallecimentos - tão frequentes
então - Hitler, já "reichführer" não
ambicionava c outra vida senão essa, domestica e pacifica.
Mas os correligionarios vigiavam, para que elle não fraquejasse,
e as proprias circunstancias o atiravam constantemente ás lutas
implacaveis. O partido - aquelles 12 percurssores da cervejaria Brugerbrau
com o absorvente Drexler á frente - já era então
uma avalanche e o Poder estava ao alcance de sua mão. O ex-cabo
de infantaria e ex-pintor de paredes, viajava sempre em aeroplano
hospedava-se no magestoso Hotel Kaiserhoff quando ia a Berlim e era
disputado para frequentar os salões aristocraticos, onde podia
escolher uma companheira entre as jovens mais cobiçadas de
Berlim...
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Colloquios
Wagnerianos |
Nessa época, 1928, após a grande victoria do nacional
socialismo nas eleições ao Reichstag, apparece na vida
de Hitler outra figura de mulher; uma neta do maior genio musical
da Allemanha, Richard Wagner.
É ainda o conde Dietrich Echandt quem approxima o "führer"
de Winerrid Wagner. Celebra-se em Bayreuth, como de costume uma semana
em homenagem ao autor de "Siegfried" e das "Walkyrias".
Dez horas de concerto por dia. Nos intervalos, os wagnerrianos não
têm pensamentos senão os que se destinam a reverenciar
a obra de seu idolo.
A quem senão á neta do genio iria Hitler communicar
o seu enthusiasmo? Dahi, as longas palestras, os infindaveis colloquioos,
os passeios ao luar... E dahi tambem os diz-que-diz-que, os boatos
, as intrigas...
Já não ha no séquito de Hitler, correligionarios
que lhe vigiem, ferozmente, a integridade do celibato. O serralheiro
Drexler desapparecera afastado pelos novos satellites de Hitler condes,
barões, generaes, reis do ferro e do carvão - e Feder,
austero economista, passas noites em claro estudanto o melhor modo
de transformar em leis as suas theorias economicas já que é
absoluta a sua certeza de que irá occupar um ministerio, no
dia, cada vez mais proximo em que o "führer" assuma
o poder.
E esse dia chega, inevitavelmente. Hitler deixa o seu quarto do Hotel
Kaiserhoff para tomar posse da chancellaria do Reich.
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A
mão de uma princesa |
De repente, outra novidade: um principe hitlerista oferece ao "führer",
reiteradamenta a mão de sua primogenita. Dezoito annos, porte
de rainha, rosto de anjo e uma fortuna, digna de Creso.
Hitler porém, recusa a offerta. Nada de complicações
sentimentaes pelo menos por enquanto. Installa-se na Chancellaria,
não nos compartimentos occupados pelos chancelleres anteriores,
mas nos reservados ao secretario geral Weber, com sua esposa, ao lado.
Christian é agora seu chauffeur particular e exerce tambem
as funções de membro da sua Guarda Pessoal, formada
pelas secções de protecção com homens
musculosos e destemidos.
Em sua vida official - recepções diplomaticas, reuniões
particulares banquetes festas de gala - o chenceler entabola relações
com innumeras admiradoras. Mas continua inabalavel e irreductivel.
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Uma
"Estrela" Malograda |
É o caso da Leni Riefenstahl? A supposta "vamk" do
3.o Reich e uma aventureira de talento, com uma historia interessantissima,
mas a respeito de Hitler, não é mais que uma funccionaria
do Partido.
Advirtimos que Leni Riefenstanl, ex-artista da luta, não é
bella, nem possue esse "sex-appeal" que lhe attribuem seus
mais recentes biographos. Alta, sim, bem proporcionada. Mas é
quasi vaga, tem uma pelle de lixa e uma voz cavernosa, por ser assim,
não chegou a ser "estrella", no advento do cinema
falado, tendo sido avisada disso pelo "casting-diretor".
Leni ficou furiosissima e resolveu fazer de Phrynéa. Arrancou
violentamente o vestido e nu a diante do chefe exclamou:
- Diga! Que acha do meu corpo? Vamos!
O diretor enfadou-se:
- Não tenho nada que oppôr. É um corpo perfeito.
Mais isto aqui é apenas um estudo cinematographico e não
o Paraiso terrestre.
Leni explodiu! E para acalmal-a admittiram-na, mediante um pequeno
contrato. Mas nunca passou de artista secundaria e bailarina de poucos
meritos.
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Bela
communista sentimental |
Leni, alcançou, todavia algum sucesso, nos filmes de themas
esportivos que aliás, acabaram cansando o publico. Precisamente,
estavam em moda, nesse tempo, os filmes de themas russos e Leni fizera
conhecimento com um escriptor de argumentos communistas fartamente
subvencionado pelo governo sovietico.
Excellente pessoa. Bela Balaz Hungaro. Seu communismo era meio pegradiço.
Quando foi implantada a republica sovietica Beda Kun fez uma leva
de escriptores e artistas desocupados e os embarcou uns por bem, outros
por mal, ao léo da vida... Balaz foi designado, então
para ocupar um cargo na Commisaria da Fazenda. O homem jurou que não
entendia nada daquilo e que nem sabia o que era uma letra de cambio.
- Nós, lhe daremos technicos.
Não adeantou nada. Acabaram, então ordenando-lhe que
fôsse servir ás ordens de Tibor Saumel, uma especie de
generalissimo da Tcheka hungara, uma tcheka ambulante e rapidissima,
pois tinha a sua séde nem trem expresso. Cada parada, uma duzia
de fuzilamentos. Bela Balaz, terno como uma sensitiva soffria momentos
indiziveis, embora sua missão se reduzisse a levar ao governo,
estatistica dos executados.
Ainda bem que, antes do almirante Horthy entrar em Budapest, Bela
Balaz pode escapulir e chegar a Moscou, onde foi recebido enthusiasticamente
e onde acertavam com a sua verdadeira vocação, collocando-o
ao lado de Einsentein outros grandes directores do cinema sovietico.
Quando viram que elle estava apto a dirigir sozinho, mandaram-no para
a Allemanha, consignado ao camarada Thaelmann, que era então
simples operario do porto de Hamburgo mas destinado a ser o presidente
do Conselho de Commissões do Povo Allemão.
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Vamos
a Moscou! |
Sobre o temperamento hypersensivel de Bela Balaz o espirito cynclonico
de Leni Riefenstahl produziu um effeito devastador.
O diretor dava-lhe todos os papeis que ella queria desempenhar e chegava,
até, a modificar os argumentos para que Leni satisfiesse as
suas ambições de "mulher fatal" mallograda.
Elle chegou até a amal-a sériamente, mas teve que deixal-a
quando percebeu que ella o trahia com o capitalista da empreza.
Rompeu com ella, sem odio nem resentimento. Tanto que, um dia, lhe
perguntou:
- Gostarias de ir a Moscou? Faremos ali uma pellicula melhor que "A
linha geral"!
Leni exultou.
- Vou! Vou, porque sou mais communista que Trotsky.
- Mas, filha! Trotsky é apenas um trahidor explicou Bela ante
a ignorancia da mulher.
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Goebbels
fecha a porta... |
Mas não foi a Moscou. Sabendo que os nazistas dispunham de
grandes reservas monetarias para uma intensa campanha contra a campanha
cinematrographica dos communistas, procurou Geoebbels, levando um
cartapacio cheio de argumentos e planos.
Mas o technico de Propaganda do Reich despediu-a seccamente. Os "nazis"
são refractarios á intervenção das mulheres
na politica.
- Na cozinha ou na sala de costuras, ahi estarão em seus lugares.
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...Mas
Hitler abre-a |
Leni não se deu por vencida. Uma sua antiga companheira de
estudio, Margarida Slezak era amiga de Hitler. Tinha entrado nas relações
do "führer" por ser filha de um famoso tenor austriaco,
tocar piano maravilhosamente e possuir uma voz adoravel. Hitler a
ouviu, algumas vezes, ensimesmado, absorto - pois é um melómano
"enragé".
Desse modo, graças á sua antiga companheira, saltou
sobre Goebbels e chegou a Hitler.
O "führer" ficou admiravelmente impressionado depois
de ouvir a leitura de um argumento cinematographico escripto por Leni
sobre a vida de Horst Wessel, um romantico que andava aos tiros com
seus inimigos politicos e com seus rivaes amorosos. O nacional-socialismo
fez de Wessel um heroe e transformou uma de suas poesias em hymno
nacional, Graças a esse argumento e ao trabalho que realizara,
em alguns estudos. Leni Riefenstahl foi nomeada Directora Cinematographica
do partido.
Proclamado o 3o. Imperio, Leni conservou seu posto. Tendo o direito
de vetar quantas pelliculas pretendessem projectar na Allemanha, exercia
esse direito com quasi despotismo. Tinha, além disso, exclusividade
para filmar todas as grandes paradas, todos os actos officiaes, todos
os congressos do Partido. Vestida, habitualmente, com uma camisa parda,
um calção káki e botas, entrava em toda a parte,
seguida por uma legião de "camera-men".
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Ciumes
de funccionarios |
Mas Goebbels não a perdoára. E nomeado Ministro da Propaganda,
chamou para si o controle de cinematographia allemã, podendo,
então, censurar sem medo a pellicula sobre Horst Wessel.
Leni foi queixar-se ao "führer", concluindo assim:
- Asseguro-lhe que Goebbles tem ciumes de mim!
Hitler, que admira profundamente o dynamismo e a força de vontade
de Leni Riefenstahl, tratou de acalmal-a:
- Vou vêr o filme e procurarei uma fórmula para conciliar
os dois pontos de vista.
Começou falando com Goebbels, pedindo-lhe que transigisse um
pouco:
- A Riefenstahl nos presta serviços inestimaveis. É
um dos nossos melhores funccionarios. Devemos, pois, perdoar-lhe os
impulsos...
E Leni Riefenstahl continua se esforçando para justificar a
phrase do "führer".
Mas não é "mulher fatal", não vive
apaixonada por Hitler, nem é amada por elle. Apenas uma funcionaria
a serviço do Partido.
O resto... não passa de fantazia de jornalistas imaginosos.
Hitler ainda não concluiu a sua grande obra. Quando isso se
dér, talvez elle pense em casamento... Se ainda fôr tempo. |
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