A ANTIGA SILHUETA DE "BARRIL" - CHAPÉUS COM FITAS

Publicado na Folha da Manhã, domingo, 16 de março de 1947

Neste texto foi mantida a grafia original

A antiga silhueta de "barril", grossa no centro e arredondando-se até os estreitos ombros e a barra justa, está ameaçando as formas das mulheres de hoje. As saias cheias no alto e estreitas na barra conseguem esse efeito, juntamente com a eliminação dos enchimentos nos ombros.
As saias curtas são incompativeis com essa nova moda. Enquanto permanecerem em voga, o "barril" fará pouco progresso, mas a nova silhueta é realmente graciosa nos vestidos de jantar que caem até os tornozelos. Vimos um exemplo em um vestido de tafetá preto com cintura grossa, por meio de enfeites e enchimentos, e a saia estreitando até os tornozelos. O decote desse vestido era ornado com um "fichu" de tafetá, tendo no centro um ramalhete de flores brancas, flores essas que apareciam tambem no chapéu preto.
Os vestidos de saias cheias para noite não estão sendo muito usados agora em Nova York a não ser pelas mocinhas. A tendencia é para trajes mais justos, com saia estreita, ou para estilos eduardianos, apertados na frente e com enfeite caido nas costas.
As rendas estão agora em grande moda. Para trajes do dia elas são empregadas apenas em blusas e como enfeite.
Um novo toque nos vestidos para tarde e ocasionalmente para noite é representado pela sobre-saia simulada, que cai até a barra, na frente e, às vezes, se repete nas costas. Isso tende a tornar a silhueta mais alta e magra, podendo-se por esse motivo prever grande popularidade para esse estilo.
As linhas diagonais continuam a influenciar os desenhistas. Harriette Harra, de Stein & Blaine, coloca debruns em diagonal, em meio das saias. Um vestido curto para jantar, feito de crepe estampado de azul e branco, possui um debrum que corre da direita no alto, até a esquerda, em baixo. O mesmo tratamento é dado a um vestido de renda para jantar.
A mesma desenhista usa a barra desigual em vestidos pretos para jantar. A saia cai até a altura dos tornozelos na parte de trás e ergue-se quase até os joelhos, na frente. Em um vestido para tarde em crepe estampado, essa barra desigual é conseguida por meio de folhos de tafetá preto, que dá a volta pelos quadris e cai atrás, por meio de um enfeite mais comprido do que a propria saia. Esse tipo de vestido desce até o meio da barriga da perna, e tem o popular decote quadrado e aberto.
Entre os chapeus mais modernos destacam-se os chamados modelos "de perfil", que possuem uma larga aba do lado esquerdo, elevando-se até grande altura. São geralmente enfeitados com simplicidade, com fitas ou "écharpes". Um modelo "de perfil' em palha azul-marinho é enfeitado com uma "écharpe" de "chiffon" azul-marinho caida sobre os ombros.
Quantidade imensa de fitas estão sendo usadas ao redor dos novos chapeus, muitas vezes combinadas com flores. Para enfeitar um chapeu de palha azul-marinho, Jay Thorpe combina fitas azul-marinho e melania côr de "chartreuse". Brandt, de Stein & Blaine, emprega laços de tafetá preto, ornado com tenda de palha, em um grande chapeu de palha milanesa preta.



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