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              CONCURSOS DE BELEZA DE COSTAS FEMININAS 
               
               
                
               
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             Publicado 
              na Folha da Manhã, quinta-feira, 13 de setembro de 
              1928 
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            Isto está mesmo que é uma palangana de habitos, idéas, 
            costumes, modas e outras marmeleixons avec faziata la confuzione! 
            Já temos tido concurso de beleza, de tornozellos, de braços, 
            de olhos, de pernas, de barrigas e agora, em Los Angeles, realizou-se 
            o certamen, de costas femininas. 
            Colosso! Estão pondo a varejo os concursos de todas as partes 
            do corpo das mulheres. 
            Assim rende mais. Daqui a pouco será aberto um certamen do 
            dedão feminino... 
            Esse que poz em linha as cacundas do bello sexo é dos mais 
            originaes. A "Folha da Noite" publicou hontem o cliché-retrato 
            da vencedora das mais lindas costas, que é a senhorita Ruth 
            Kursenhler, cujo costado fará muita gente dar a costa... nas 
            praias brancas da paixão. 
            Não ha duvida que a victoriosa desse concurso tem um bruto 
            capital no costado. É só oferecer em publico aquella 
            costeira de jaspe, que a 2$000 por cabeça p'ra ver a belleza, 
            dará uma fortuna. 
            O mundo tem desses caprichos mais ou menos encostados... 
            Uns ganham a fama e o arame com o pé do futebol, outros com 
            o muque do box, outros com a garganta, quer cantando, quer cavando, 
            e agora temos umas costas que valem ouro! 
            A exquisitisse dos tempos começou por premiar em concursos 
            as fachadas femininas e termina por fazer certamen dos trazeiros, 
            exhibindo cacundas. 
            Vae nisso tudo uma profunda atrophia da época, procurando materializar 
            coisas que em outras éras gosavam dos fóros de espiritualidade. 
            O homem, gasto nos sentimentos estheticos, polluido na sua visão 
            de arte, resolveu virar a mulher para o outro lado, porque a sua brutalidade 
            despresa o rosto que foi sempre o inspirador de todos os sonhos da 
            humanidade sonhadora. 
            Quando se chega á época de trocar a belleza dos collos 
            e das faces pela monotonia da cacunda rasa, é porque o genero 
            humano está marchando p'ra traz. 
            Deante disto, só mesmo um terremoto, uma peste bubonica e uma 
            febre amarella... 
             
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