"TAILLEUR", O TRAJE DO MOMENTO
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Publicado
na Folha da Manhã, domingo, 5 de outubro de 1952
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Neste
texto foi mantida a grafia original
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Novas
linhas de casacos |
As mulheres em Nova York, principalmente as que trabalham e não
dispõem de muito tempo para escolha de trajes, vestidos e conjuntos,
dão preferencia quase unanime aos "tailleurs".
Quer esteja fazendo calor, frio ou chuva, o "tailleur" é
sempre o traje do momento. Com muito calor, usa-se um costume mais
leve; com um pouco mais de frio, apenas a saia e blusa; para o inverno
fechado, "tailleur" com um casaco ou casaquinho por cima.
Os "tailleurs" servem para todas as classes e para todas
as horas. Muito pratico e elegante sempre, talvez sejam essas as duas
razões que levam as mulheres a dar-lhe preferencia.
Dentre as desenhistas desse tipo de traje, que mais se especializaram
nesse setor é Hannah Troy. Entre os seus modelos, com linhas
mais suaves, isto é, não tão rigidas quanto exige
um "tailleur" classico, há conjunto muito gracioso,
composto de saia meio godé de lã quadriculada em tons
claros, blusa escura, de mangas curtas, e jaqueta reversivel, forrada
com a fazenda empregada na confecção da saia. O outro
lado é da cor da blusa. Dessa forma, quando usado do ultimo
lado, apresenta punhos e gola em xadrez. Todas as peças foram
feitas com jersei de lã.
Um outro modelo, de linhas muito singelas, foi feito de lã
tipo casimira, em tom cinza claro. A saia é toda lisa e a jaqueta,
de aba curtinha e justa, não tem gola, possui mangas compridas
de corte classico, com enchimento leve e, dos lados do colo, aplicações
ou bordados em tons bem escuros de cinza.
Um outro conjunto, desta vez feita de Capri Frocks, apresentava saia
com bolsos laterais bojudos, blusa de malha larga e jaqueta solta,
em estilo francês, com mangas classicas, punhos soltos e gola
media. Duas tampas de bolsos, colocadas na linha da cintura, imitam
a sua presença, mas apenas para enfeite.
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Os
casacos |
Tanto
em Nova York quanto em Paris, muitos esforços vêm sendo
feitos com o fim de eliminar o estilo piramide e conseguir novos tipos
de casacos que, sem deixar de ser confortaveis, tivessem linhas bonitas,
modernas e menos exageradas, isto é, casacos "usaveis"
e não apenas para serem exibidos.
Lanvin apresentou uma interpretação do estilo piramide,
com corte mais acentuado para o tipo classico e com belissima "caida"
nas costas.
Carpentier exibiu desenhos de modelos para casacos com golas enormes,
cobrindo inteiramente os ombros e possibilitando, dessa forma, melhor
agasalho nos dias mais frios.
Fath mostrou esquema para casacos com tendencia chinesa, isto é,
com mangas tipo quimono, gola à chinesa e frente fechada dessa
mesma forma. Jacques Hein tambem se apresentou como colaborador dessa
campanha, e dentro de alguns meses, talvez um ou dois, teremos as
novas linhas para casacos "confortaveis, bonitos e que não
tenham nada da deselegante linha piramidal".
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