LENDAS ANTIGAS DE AMOR E ESPERANÇA ENVOLVEM O NATAL
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Publicado
na Folha de S.Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1974
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Neste texto foi mantida a grafia original
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Um
hóspede especial |
Era uma vez um pobre lenhador, que vivia modestamente com sua família
numa cabana no interior da floresta. Quando se sentaram a mesa para
comemorar pobremente o Natal, bateu a porta um menino mal vestido
e friorento. "Entre, filho, disse a esposa do lenhador
nós não temos muito, mas pode recebê-lo no nosso
lar". No meio da noite o lenhador e a família acordaram
com uma bela música. Seu pequeno hóspede estava no meio
da sala, de pé, rodeado de forte luz. Suas roupas tinham se
transformado em luminosas e êles o reconheceram imediatamente:
era o Menino Jesus.
O garoto apanhou um galinho de abeto da lareira e o dirigiu para a
porta, dizendo: "Esse é o meu presente para vocês,
em retribuição da amabilidade que recebi aqui. De hoje
em diante, essa árvore será sempre verde, carregada
de frutos e vocês não passaram mais fome nessa estação".
Quando acabou de falar, desapareceu, mas a árvore tornou-se
verde, alta e forte e o lenhador e sua família nunca mais passaram
fome.
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Rosa
de Natal |
Há muitos e muitos anos o povo de uma aldeia estava triste
e preocupado. É que os nobres haviam guerreado durante todo
o ano, devastando as aldeias e os campos. Nada havia sido plantado
e a fome ameaçava a todos. Quando o inverno chegou os aldeões
fugiram para as cavernas da floresta de Gainge, onde encontraram abrigo,
lenha e caça. Mas a véspera de Natal foi triste pois
eles não tinham lar, nem podiam fazer uma festa para as crianças.
Quando a noite desceu, reuniram-se em volta de uma fogueira para homenagear
o Menino Jesus. Ao longe, o sino de uma igreja badalava, aumentando
ainda mais a sua tristeza naquela noite fria.
Quando o sino parou de tocar, a floresta toda se iluminou e os aldeãos
ouviram um côro celestial cantando Glória ao Excelso.
A escuridão desapareceu, a neve derreteu e a grama ficou verde,
assim como as folhas das árvores. Os pássaros começaram
a voar e as flores desabrocharam. A floresta inteira se transformou
em um jardim encantado. Os aldeãos ficaram tão assustados
com tanto milagre, que acharam que todas aquela transformações
maravilhosas eram obra do diabo, que veio tentá-los naquela
noite santa. Imediatamente a escuridão tomou conta da floresta,
os pássaros as flores e as folhas verdes desapareceram e a
neve cobriu a grama. Na manhã seguinte, restava apenas aos
aldeãos incrédulos uma bonita flor de cera, que conhecemos
como "Rosa de Natal".
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