ALBERT CAMUS, PREMIO NOBEL DE LITERATURA PARA 1957


Publicado na Folha da Manhã, sexta-feira, 18 de outubro de 1957

Neste texto foi mantida a grafia original


Estocolmo, 17
— O Premio Nobel de Literatura para 1957 foi atribuido ao escritor francês Albert Camus, por sua importante obra literaria, que põe em relevo os problemas que se colocam em nossos dias à consciencia dos homens.

Receberá 208.500 coroas suecas

Estocolmo, 17 — Uma soma de 208.500 coroas suecas será entregue a Albert Camus, a 10 de dezembro proximo, em cerimonia solene na Sala de Concertos de Estocolmo, na presença da familia real.

Dados biográficos e obras editadas

Paris, 17 — Albert Camus, que acaba de obter o Premio Nobel de Literatura, nasceu a 7 de novembro de 1913, em Mondov, no cantão do Departamento de Constantina. Licenciado em filosofia, e diplomado em estudos superiores, ele renunciou à carreira universitaria por motivos de saúde.
Durante os anos que precederam à segunda guerra mundial, Camus travou em Argel conhecimento com Jean Grenier —que ele reconhece hoje como seu mestre— e numerosos intelectuais, com os quais formou um grupo teatral de vanguarda. Em 1938 ele se inicia no jornalismo, "Argel Republicano", e depois se instala em Paris, onde colabora no "Paris-Soir".
Ele deixou o jornal em junho de 1940, para entrar no movimento de resistencia "Combat". Quando da libertação o jornal apareceu novamente e Camus nele escreveu uma serie de editoriais não assinados.
Em 1945 ele abandonou momentaneamente o jornalismo para se consagrar a sua obra literaria, e efetuou nos Estados Unidos uma serie de conferencias.
Seu livro "A Peste", coroado em 1947 com o "Premio dos Criticos", colocou-o nas primeiras fileiras da literatura contemporanea.
Camus tinha publicado precedentemente "L'Envers et L'endroit" (1937), "Noces" (1938), "L'Etranger", este ultimo, em 1942, revelando-o ao grande publico, "Le Mythe de Sisyphe", em que Camus expõe a sua filosofia do absurdo. Ele publicou "Le Minotaure ou la malte d'oran" em 1950, "Le Rebelle" em 1954, e, enfim "La Chute" em 1956.
No teatro, Camus apresentou em 1944 "Le Malentendu", "Caligula" em 1945, tendo essa ultima peça obtido imediatamente um grande exito. "L'etat de siege" em 1948, e "Les Justes", adaptação de "La Peste" em 1949.



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