HERODES, O GRANDE E HERODES ANTIPAS

Publicado na Folha da Manhã, domingo, 2 de junho de 1940

Neste texto foi mantida a grafia original

Um monstro de ciume e um monstro de crueldade

Embora tivesse vida muito apagada, em comparação com a de seu antecessor, Herodes Antipas, simples tetracha da Judéa, governando-a em nome do imperador de Roma, é muito mais conhecido, por haver julgado Jesus e mandado degolar S. João Batista. "De Herodes para Pilatos" - essa expressão de uma fase da paixão de Cristo, fica em nossa memoria, desde a primeira infância, desde o dia em que, pela primeira vez, lemos ou ouvimos lêr trechos do Evangelho.

Semelhantes na capacidade de fazer mal, na ausencia total de escrupulos e de piedade, distinguem-se os dois soberanos judeus pelo caráter sentimental embora monstruoso da tragedia, que dominou a vida do primeiro, e a frieza, a falta de qualquer afeição sincera, no coração do segundo.

Herodes, o Grande, mereceu o cognome com que passou á História, por altos dotes politicos e principalmente militares: mas, ainda moço, logo após seu segundo matrimonio, foi acometido por um amor insano, doentio, em que havia mais ciume do que qualquer outro sentimento.

Note-se que, de todas as paixões humanas, a mais constante, a mais vulgar é o ciume. Nenhum dos grandes escritores, que se empenharam em pintar o Homem, com suas taras e suas faculdades, deixou de dedicar o melhor de suas obras ao ciume.

Isso da mais remota antiguidade até hoje. Euripedes, Boccacio como Shakespeare, épicos ou satíricos; os mestres do lírismo como os tragicos mais sombrios estudaram e descreveram o ciume, como o pior dos flagelos, o que mais a meudo ensandece os pobres mortais.

Homero, o Grande, mais do que o proprio Othelo - que o genio de Strafford sobre o Avon fixou na imaginação dos homens como a personificação do ciume - foi vitima desse mal sem remedio, que o torturou durante os melhores anos de sua existencia, arrastando-o a praticar os mais abominaveis atentados.

Poucos homens começaram tão cedo a vida publica e com tal precocidade deram mostras de valor militar e tino administrativo. Tinha apenas quinze anos quando seu pai, Antipater, o nomeou governador da Galiléa, provincia constantemente ameaçada por bandos de salteadores. Herodes não só extinguiu esses malfeitores como organizou ali uma administração competente, que lhe assegurou a ordem e, com ela, a prosperidade. Tudo isso em um ano, grangeando, desde logo, renome que o tornou conhecido e admirado até mesmo em Roma.

Foi nessa época que, pela primeira vez, se casou, mas pouco se sabe sobre sua primeira esposa Doris: a não ser que lhe deu um filho, Herodes Antipas, o juiz do Redentor.

Foi a segunda esposa, Mariamna desposada quando ele já era rei da Judéa, quem lhe inspirou uma paixão louca e, com ela um ciume desarrazoado e inextinguivel.

Mariamna era filha do Grande Sacerdote Hyrcano, que, já muito idoso, se tornara "fraco de espirito", como se dizia então. Esse homem tinha outra filha casada - Alexandra, que desempenhou importante papel na tragedia de Herodes e Mariamna. Esta - dizem todos os testemunhos do tempo - era de uma beleza sem igual, que a todos deslumbrava, porém, o rei não teve dificuldade em afastar todos os concorrentes. O proprio Hyrcano, lisonjeado pela perspectiva de vêr sua filha mais moça num trono, recebeu com agrado as pretensões do enamorado, propondo-se a acompanha-lo na viagem, que tinha que fazer ao Egito, em visita de cortezia ao triunviro romano Marco Antonio.

Aproveitando sua ausencia, Alexandra fez o possivel para dissuadir sua irmã de ser a esposa de Herodes, em quem já pressentira um desequilibrado. Infelizmente, Mariamna já se deixára deslumbrar não só pela promessa de uma corôa como pelo garbo do noivo, que era um belo tipo de homem.

Esse bom aspécto valeu tambem a Herodes causar excelente impressão sobre Marco Antonio, que confirmou seus poderes na Judéa. Porém esse êxito não logrou tornar alegre o rosto do rei judeu. Já alucinado por sua noiva, ele não podia suportar aquele afastamento e só a idéia de que outros podiam ve-la, durante sua ausencia, era-lhe insuportavel. Alegando razões de Estado e necessidades inexistentes, em risco de descontentar o onipotente Romano, Herodes abreviou no que pôde as cerimonias de sua visita e apressou-se a regressar, abandonando em caminho seu futuro sogro, cuja idade não permitia suportar marchas forçadas.

A despeito dessa sofreguidão, a noticia da decisão de Marco Antonio a seu respeito precedera-o em Jerusalem, de modo que ele foi recebido com aclamações entusiasticas. Assim, festejado pelo povo e tendo a seu lado a encantadora Mariamna, Herodes foi durante alguns dias o homem mais feliz do mundo e mal conteve a impaciencia, aguardando o regresso de Hyrcano, afim de realizar seu casamento.

Mas, no proprio dia da cerimonia nupcial, começou a se manifestar nele a idéia sombria de que ia, desde então, envenenar sua existencia e a de todos os que o cercavam.

O cortejo do casamento, organizado com luxo verdadeiramente asiatico, atraiu imensuravel multidão e, como era natural, a formosura da noiva concentrou todos os olhares. Isso foi para o rei um tormento sem nome. A mal disfarçada admiração de todos os homens feria-o como uma imperdoavel afronta e sua fisionomia, que devia irradiar felicidade, ensombrava-se de colera e odio.

Porém, no meio das expressões de alegria daquele momento foram bem poucos os que notaram o mau humor de Herodes. Infelizmente entre esses espectadores bastante lucidos, estavam, além de Alexandra, já prevenida contra seu cunhado, duas mulheres, que odiavam a nova rainha, ofuscadas pela importancia que ela tomara na vida do rei: Cypros e Salomé, mãe e irmã de Herodes. Essas duas mulheres não podiam perdoar a Mariamna ocupar lugar tamanho no espirito de seu marido, a ponto de eliminar a influencia de toda qualquer outra pessoa.

Animadas por esse rancor, Cypros e Salomé foram, desde então, para Mariamna, inimigas tanto mais perigosas quanto não suspeitadas. O velho Hyrcano tambem concorreu para o desassocego de seu genro e, conseguintemente, de sua propria filha, pelo empenho em passar a seu filho Aristobulo suas altas funções. Aristobulo contava apenas dezesseis anos e era, como sua irmã, de uma beleza inimaginavel irreal, prodigiosa. Não se sabe por que - talvez por considerar que, tendo já elevado ao trono uma das filhas de Hyrcano, não devia reservar lugar de destaque a outra pessoa de sua familia - Herodes se opoz a indicação de seu cunhado para Grande Sacerdote dos Hebreus.

Essa intriga de bastidores foi interrompida por um gravissimo incidente militar. O rei dos Parthas, Orode I, veio, com um exercito formidavel, atacar Jerusalem. Eram tão numerosas as forças dos Barbaros que, embora reforçado por contingentes romanos, o exército de Herodes não parecia suficiente para repeli-las; mas era tamanho o prestigio do rei judeu, sua nomeada de chefe militar era tão lisonjeira que, não se atrevendo a lançar o ataque contra a cidade, o rei Partha apelou para um recurso traiçoeiro. A pretexto de negociar uma paz honrosa, conseguiu atrair Hyrcano a sua tenda, aprisionou-o e mandou encerral-o em sua fortaleza de Baris.

O grande sacerdote era um valetudinario, contava já oitenta anos de idade, e, segundo varios testemunhos do tempo, estava com as faculdades mentais sensivelmente diminuidas. No fim de alguns dias, o proprio Orode reconheceu que seu aprisionamento nenhum efeito moral produzira sobre o exercito dos Israelitas e libertou-o depois de o ter submetido a um castigo humilhante - a ablação das duas orelhas.

Alexandra, Cypros e Salomé aproveitaram essa desgraça para de novo insistir em suas pretensões com respeito a Aristobulo. Alegando que, após o degradante ultraje, que lhe fôra feito pelos Parthas, Hyrcano perdera toda a autoridade moral, preconisaram a indicação de seu filho para substitui-lo. Como Herodes adiasse sua resolução, Alexandra lançou mão de um recurso bem feminino: - fez seu pai escrever uma longa carta a Cleopatra, expondo-lhe a situação e pedindo seus bons oficios junto de Marco Antonio, para que os Hebreus tivessem um Sumo Sacerdote digno de sua gloria e seu passado. Para requinte de perfidia, Alexandre, sabendo quanto o triunviro romano era sensivel ás seduções da beleza feminina, juntou á carta de seu pai não só o retrato de Aristobulo como tambem o de Mariamna.

Herodes nunca soube esse ultimo detalhe mas uma ordem de Marco Antonio, chegando-lhe subitamente para que conferisse a seu cunhado o titulo, insignias e atribuições de Grande Sacerdote, fel-o compreender a intervenção oculta das mulheres, que cercavam sua esposa, se não da propria Mariamna.

Esta, brutalmente interrogada por ele, negou qualquer participação na conspiração de palacio; porém Herodes já não confiava néla, nem em ninguem de sua familia.

Era porém forçoso obedecer à determinação daquêle, que representava no Oriente o poder incontrastavel de Roma e, tremulo de furôr, o rei presidiu a cerimonia na qual, revestido com os suntuosos atributos de Grande Sacerdote, Aristobulo parecia o proprio Adonis, na estatua cinzelada por Phydias.

Mas a partir desse dia, ferido em seu orgulho de soberâno, vencido por intrigas femininas e obrigado a agir contra a propria vontade, Herodes passou a odiar a familia de sua esposa; e mesmo sua afeição por Mariamna foi alterada pela desconfiança. Nada lhe tirava da cabeça que ela fôra cumplice da irmã; por isso, embóra escravisado por sua maravilhósa beleza, ele viveu em incessante irritação contra ela, tendo no coração mais ciume do que amôr.

Ocorreu nessa época uma desgraça, que veio agravar os tormentos morais do rei dos judeus. Poucos dias após sua coroação, Aristobulo foi tomar banho no rio Jordão em companhia de varios oficiais da casa real e - não se sabe como nem por que - morreu afogado. Houve alguma razão para suspeita? Não ha documentos nem tradições que o afirmem; mas, ao que parece, Alexandra e a propria Mariamna ficaram convencidas de que a morte do jovem sacerdóte não fôra natural... de que o rei, por despeito, mandára simular um acidente. Fôsse como fôsse, a partir dêsse dia, Herodes não mais encontrou na esposa adorada se não frieza, que mal disfarçava terrôr, aversão, repugnancia.

Para um marido enamorado e ciumento não poderia haver mais infernal castigo.

Com a esperança de que se tratasse de uma impressão momentanea, facil de dissipar a custa de carinho, ele fingiu não perceber sua mudança de atitude. Mas a cada dia que passava, mais transparecia o horrôr, que Mariana em vão tentava disfarçar, pela presença de seu marido.

Entretanto, o boato ganhava vulto e de tal módo se espalhou que, um dia, Heródes recebeu das mãos de um centurião romano ordem para ir, incontinenti, a Alexandria, afim de se justificar pessoalmente, perante Marco Antonio, da acusação de assassinio de seu cunhado.

A ocasião não podia ser menos oportuna. Heródes não se atrevia a levar a espôsa consigo, temendo o olhar talvês cubiçôso do triumviro, mas, por outro lado, daria o braço direito para não a deixar naquêle estado de espirito, inteiramente entregue à influencia de sua irmã. E quais seriam as verdadeiras intenções de Marco Antonio com respeito a êle?

Heródes tinha um irmão chamado José, a quem confiava seus mais melindrósos segrêdos, e a administração do reino, sempre que se ausentava de Jerusalém. Nessa vez, além dos negócios do Estado, confiou-lhe uma grave missão: a de matar Mariana, caso êle não voltasse. Queria ter a certeza de que ela não teria outro espôso.

José recuou estupefáto ao ouvir tão monstruosa ordem, porém Heródes fê-lo jurar que seria obedecido.

Dir-se-hia que a alucinação do rei se comunicára a todo o reino. Não havia ainda quinze dias que ele partira e surgiu um boato horrendo - Convencido de sua culpa, o triunviro romano o condenára à morte, no meio de atróses torturas.

Imagine-se o transe em que se viu o bom e honesto José, prêso pelo juramento, que fizéra e, ao mesmo tempo, sem animo para sacrificar uma vida inocente...

Felizmente não tardou a chegar o desmentido. Heródes não tivera dificuldade em demonstrar sua inocencia e voltava com plenos podêres para designar outro Sumo sacerdóte.

Vinha radiante, principalmente por acreditar que a decisão de Marco Antonio convenceria tambem sua espôsa de que ele não tivéra culpa na morte de seu cunhado.

Porém coisa peor o esperava em seu lar porque, na angustia em que o lançára a noticia de sua morte, José revelára a Mariana a impiedósa missão, que lhe fôra confiada; de modo que, agora, mais do que nunca, a espôsa se sentia contrafeita em sua presença.

Então, atribuindo os sentimentos da espôsa a amôr por outros, Heródes perdeu de todo a cabeça. Vencera todos os obstaculos, conquistára um trôno e uma corôa pela força de suas armas; libertára-se da tutéla de Hyrcano, do prestigio rival de Aristobulo... Agora mesmo, sua eloquencia lográra vencer as suspeitas do Romano arbitrario e imperioso. E não conseguia dobrar a vontade daquéla mulher, que se mantinha indiferente; mais do que isso, hostil, como se ele lhe inspirasse unicamente asco e terrôr. Por vêses, avançava como uma féra contra ela, rasgava-lhe as roupas, punha-lhe os cabêlos em desordem; mas sua belêsa perfeita detinha-o e ele não se atrevia a lhe bater.

Então, voltava-se contra si mesmo e contra os objétos inanimados, destruindo tudo em torno de si. Em um desses acéssos de furôr, mandou degolar seu irmão, considerando-o responsavel pelo estado de espirito de Mariana.

Essa situação era vista com ólhos bem diferentes por sua mãe e sua irmã, que, ambas, acabaram por atribuir a Mariana, com sua belêza demasiadamente perfeita para não ser diabólica a causa da loucura do rei.

Entretanto, chegavam a Jerusalém noticias desencontradas e alarmantes sobre a luta que irrompêra entre os dominadores de Roma, Otávio e Antonio.

Por fim, a vitória corôou as armas de Otávio. Vencidos definitivamente na batalha naval de Actium, Marco Antonio e Cleópatra fugiram pelo suicidio à humilhação de figurar acorrentados no cortejo triunfal de Otávio.

No primeiro momento, Heródes ficou aterrado por esse desenlace. Perdêra seu grande amigo, o triunviro, que confirmára seus poderes sobre Israel, que o inocentára no caso da morte de Aristobulo. Como pensaria Otávio a seu respeito? Não resolveria castiga-lo por suas bôas relações com o vencido?

Mais uma vez ia partir e, agora, ainda menos confiava em sua espôsa... Por isso, não hesitou. Antes de se pôr em marcha, mandou encarcerar Hyrcano, Alexandra e Mariana em profundos calabouços na fortaleza de Alexandreium e, abertamente, ordenou a Soemo, o chefe de sua guarda o mesmo que já ordenára a seu irmão, antes de ir á presença de Marco Antonio. Se ele não voltasse, sua espôsa devia ser degolada.

Mas, como na primeira vez, voltou com seus privilegios ratificados pelo novo ditador e todas as apreensões politicas dissipadas. Sómente as politicas; por que sua vida intima só podia se tornar mais amarga. Com a inconciencia de um verdadeiro louco, foi buscar a espôsa em seu calabouço e estranhou não ser por ela recebido de braços abertos. Hyrcano não resistiu á dureza da prisão e sua morte naturalmente maior rancôr trouxéra ao coração de Mariana.

A fuga de Alexandra, que, recordando o tragico fim de José, aproveitára a libertação para se refugiar na Ethiopia, acabou de perturbar o cérebro de Heródes.

Convenceu-se de que a cunhada fôra acusa-lo pelas mortes de Aristobulo, José, Hyrcano e organizar uma liga para combatê-lo, destrôna-lo. E Mariana devia ser sua cumplice...

Cypros e Salomé viram nesse desatino a ocasião hà muito esperada para suprimir aquela que trouxéra irremediavel perturbação ao coração do rei. Sincera ou hipócritamente, afirmaram ao rei que era sua espôsa a culpada de tudo. Ornada com atratívos extra-humanos, consequencia e demonstração do espirito infernal, que a animava, aquela mulher viéra ao mundo apenas para tirar o socêgo de seu espirito. Desde que ela desaparecêsse, ele ficaria libertado da influencia maléfica e poderia viver tranquilo.

Imediatamente, o rei mandou reunir o Sanhedrim e, perante os juizes aterrorizados, fez, ele mesmo, a acusação da espôsa, declarando-a mancomunada com Baal, Astarté Astaroth... todas as negras divindades inimigas do Povo Eleito e coligadas contra seu rei.

Depois dêsse libélo, que pronunciou com tremóres de epilético e a bôca espumante, Heródes se recolheu à sua câmara e caiu em profundo abatimento, cortado de vez em quando por sobressaltos, durante os quais falava em ir, mais uma vez, buscar sua espôsa.

Porém sua mãe e sua irmã se mantiveram junto dêle e conseguiram detê-lo naquele isolamento, até que a sentença de morte foi executada.

E Heródes não mais saiu de uma espécie de deliquio em que se extinguiu, após longos dias de inconciencia.
Trinta e nove anos depois, outro Heródes, o filho do primeiro casamento de Heródes, o Grande, ouviu de uma sílaba egípcia que nascêra naquêle ano "ou no anterior", um menino destinado a ser o soberano não só de Israel como do mundo.

O mundo pouco lhe importava mas o trôno de Jerusalém era seu.

Moço ainda, Heródes Antipas pretendia reinar muito tempo; então, não sabendo como identificar o predestinado mas resolvido a eliminar o possivel concorrente, mandou que fossem degoladas todas as crianças de sexo masculino, nascidas nos ultimos vinte e quatro mêses, nos territórios sob seu dominio.

Assim foi feito e centenas de mães choraram amargamente a perda de entes queridos; mas a ordem monstruósa viéra tarde para o fim que o rei tinha em vista. Quando a matança dos inocentes começou, já um ancião curvado e tremulo atravessava o deserto, que separava a Palestina do Egito. Esse homem pobre e humilde, segurava a arreata de um asno sobre o qual uma mulher moça e formosa embalava um recem-nascido.


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