LENDAS ANTIGAS DE AMOR E ESPERANÇA ENVOLVEM O NATAL
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Publicado
na Folha de S. Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1974
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Neste texto foi mantida a grafia original
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Flor
da noite sagrada
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Em Cardena, pequena aldeia mexicana, era costume levar presentes
para a igreja na véspera do Natal. Enquanto os aldeãos,
felizes, levavam suas ofertas para o altar, um pobre rapaz, espreitava
tristemente pela janela, pois nada tinha a oferecer naquela noite
fria, em que todos comemoravam com alegria o nascimento de Jesus.
Embora tentasse evitar, algumas lágrimas rolaram pelo seu
rosto. O rapaz ajoelhou-se na neve e rezou. A música que
vinha da igreja parecia mais alta e, de repente, êle sentiu
um calor gostoso, como se o sol do verão estivesse brilhando.
Quando acabou suas orações, levantou-se e viu que
no lugar onde se ajoelhara tinha nascido uma linda flor, de pétalas
vermelhas e miolo amarelo. "Meu Deus gritou êle
já tenho um presente para oferecer ao Menino Jesus!"
Apanhou a flor, entrou na igreja e colocou-a gentilmente no altar.
Muitos e muitos anos se passaram e até hoje os mexicanos
chamam-na de "Flor da Noite Sagrada", conhecida na América
como ponsétia.
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Símbolo
do amor
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Era uma vez, um jovem chamado Baldur, o Belo. Era o deus da luz,
da caça, da paz e do prazer. Seu pai era Odin, o regente
do mundo e sua mãe, Frigga, a deusa do céu. Um dia,
Baldur acordou assustado e contou à mãe que havia
sonhado com sua morte. Desesperada, Frigga viajou pelo mundo todo,
pedindo a cada ser vivo da terra, do ar, da água e do fogo
que lhe prometessem não causar nenhum dano a seu filho. Porém
não pediu ao visgo, um parasita, que não tinha origem
nesses quatro elementos. Sabendo disso, Loki, o deus do mal e da
desordem, que tinha inveja de Baldur, fabricou um dardo de visgo
e colocou nas mãos de Hoder, uma cega, deusa da noite e da
escuridão. Sob sua orientação, Hoder dirigiu
o dardo a Baldur, matando-o.
Imediatamente o sol desapareceu, a terra ficou escura e triste,
enquanto todas as coisas da terra choravam a morte de Baldur. Mas
logo êle ressuscitou e sua luz brilhou novamente. As lágrimas
de Frigga transformaram-se em sementes de visgo, como símbolo
do amor, mais forte que a morte. Satisfeita e alegre com a vida
de seu filho, Frigga beijava as pessoas que passavam debaixo do
visgo. Disse-lhes que a partir daquele instante, receberiam o mesmo
sinal de afeição, sempre que passassem por baixo da
plantinha, devendo retirar uma semente dela. Depois de retiradas
todas as sementes, a árvore teria perdido seu vigor.
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