"MEDIOCRE ALGUM RECEBEU DE MIM PALAVRAS DE LOUVOR À SUA
OBRA"
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Publicado
na Folha da Manhã, sexta-feira, 18 de outubro de 1957
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Neste texto foi mantida a grafia original
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Agripino Grieco, ao completar meio seculo de critica literaria,
é entrevistado pelas Folhas Acha sugestiva a poesia concreta
e não vê declinio na literatura "Não consigo entender Guimarães
Rosa: escreve em hungaro"
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RIO, 17 (FOLHAS) "Nenhum muar ficou impune nos
meus cinquenta anos de critica literaria, exercitada não
apenas em colaborações nos jornais, mas tambem através
de conferencias que proferi em todos os Estados do Brasil"
disse ao reporter, ao comemorar o seu jubileu, Agripino Grieco,
considerado o mais ferino examinador das obras e nomes da literatura
nacional.
Após asseverar que não é destruidor de talentos,
(mas confirmando que os mediocres nunca lhe mereceram uma palavra
de louvor), Agripino Grieco afiança que só tem feito
replicar, como porta-voz dos leitores, às sandices copiosamente
disseminadas por certos literatos, "em quem se descobre, de
fato, uma vocação irrealizada de estivador, ou ainda,
de camelô".
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"Nasci
às margens do rio Classico"
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Agripino Grieco nasceu a 15 de outubro de 1888 às margens
do Paraiba do Sul. A 15 de outubro de 1907, aos 19 anos, portanto,
iniciou-se oficialmente nas letras. "Nasci às margens
do rio classico, do chamado rio da escravidão, a cujas margens
se recortava o perfil das senzalas. Meus pais estão sepultados
num cemiterio a cavaleiro do rio de que guardo saudade eterna",
declarou-nos Agripino, alongando o olhar vivo para as obras nacionais
e estrangeiras que se aglutinam em sua modesta mesa de trabalho.
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Sarcasmo
tambem já o atingiu
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"Minha vocação literaria afirmou-se
em meu terceiro lustro de existencia. Mas sempre foi contraditada
pelo sarcasmo dos poderosos do meu municipio natal. Menino ainda,
eu já tentava escrever no jornal da terra e fazia versos."
De pé quebrado? perguntamos. E Agripino Grieco,
rapido:
"Absolutamente. Eu já lera o Tratado de Metrificação
de Antonio Feliciano de Castilho. Todavia, os despeitados garantiam
que os versos não eram feitos por mim. Alguns versos eram
de amor, com luares, arrebóis, donzelas palidas à
espreita, no balcão, de um Romeu imaginario e quejandos."
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1906:
Rio de Janeiro
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Agripino Grieco observa que, em sua mocidade, era tão deselegante
quanto hoje. "É uma tradição inarredavel",
explica. E, após informar que, em seu municipio, havia uma
pequena biblioteca onde entrou em contato com Camilo Castelo Branco
e os romances de capa e espada, desabafa:
Quando eu via uma biblioteca opulenta, à qual não
podia ter acesso, era dominado pela inveja mais profunda. Finalmente,
em 1906, vim para o Rio de Janeiro. Meu pai sempre estimulara meu
carinho pelas letras. Ocorria comigo disposição contraria
à que se fez presente à vida de Casimiro de Abreu,
cujo pai se opunha ao desenvolvimento de sua vocação
poetica. Aliás, essa oposição paterna, no caso
do vate fluminense, só o beneficiou: se não acontecesse
a admoestação em tela, Casimiro não teria sofrido
tanto e, em contrapartida, sua dor não teria plasmado versos
tão belos em que repontam tanto lirismo e tanta melodia."
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Codigo
morse e casas de pasto
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"No Rio de Janeiro prossegue submeti-me a um
concurso na Estrada de Ferro Central do Brasil e logrei boa colocação.
Quando já praticava o Codigo Morse que lembra muito os "scripts"
de Viriato Correia fui convocado para servir na contadoria.
Passei a vencer 4 mil réis nos dias uteis. Era pouco, mas eu comia
nas casas de pasto, a cuja porta se perfilava sempre uma pequena
palmeira. Os pratos eram cantados e, em certa ocasião, o maestro
Julio Reis que sempre me acompanhava, achou o garção desafinado.
Ao que obtemperei: "Por esse preço, você não pode exigir
um garção com as doçuras vocais de um Gigli..."
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Biblioteca
já foi na Lapa
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Agripino Grieco reside na rua Aristides Caire, 86 (Meyer), há
vinte e nove anos. A casa, de dois pavimentos, três salões
de livros, dois quartos e uma sala de jantar, foi construida por
cerca de 40 mil cruzeiros. Retomando a entrevista, ajunta:
"Eu ia sempre à Biblioteca Nacional, então
no Largo da Lapa, e lia até às 21 horas. Sugava os
livros - sob a impaciencia indisfarçada de alguns funcionarios
que sempre se atrasavam por minha culpa. Após a leitura,
eu me encaminhava para o passeio publico, onde luzia um café-concerto,
onde cantavam duas espanho-permeaveis a qualquer inclinação
artistica e um transformista. Não me sentava, porquanto se
o fizesse, a consumação seria compulsoria."
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Influencia
de Bilac e D'Annunzio
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Indagado sobre quando lançou seu primeiro livro, esclarece o entrevistado:
"O meu primeiro contato com o publico verificou-se em 1910
com o livro de poesias intitulado "Anforas" que escrevi sob a influencia
de Olavo Bilac. A obra recebeu menção honrosa da Academia Brasileira
de Letras, o que na epoca consubstanciava realmente uma distinção,
visto como lá se encontram os maiores escritores do país. Em 1913,
já casado, dei à estampa o livro de contos "Estatuas Mutiladas",
que se embaraçava nos repertorios de D'Annunzio, com muito romantismo
e inteiramente desligado da realidade brasileira. Os padrões alienigenas
é que suscitavam os enredos da literatura nacional, naquela quadra."
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Num
panfleto
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Agripino
Grieco afirma que cogitava, então, de viver burguesmente,
mas, relacionando-se com Lima Barreto, que residia em Todos os Santos,
foi por ele apresentado a Fernando Borla, que editava um panfleto
intitulado "Hoje". "Aí continua o entrevistado
escrevi trabalhos satiricos, posteriormente enfeixados num livro
sob a epigrafe "Fetiches e Fantoches". Fiz tambem estudos
literarios, agrupados em "Caçadores de Símbolos",
e isto me pôs em contato com Tristão de Ataíde,
critico literario de "O Jornal". Alceu de Amoroso Lima
praticava um trabalho brilhante, inaugurara uma critica que desgarrava
das caracteristicas miudas que até então a presidiam,
deixando de se reportar a versos quebrados e a solecismos para fazer
uma analise em profundidade das obras que lhe eram submetidas."
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Contra
Gregorio de Matos
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"Como Tristão de Ataide se sentisse fatigado acrescenta
Agripino Grieco licenciou-se e indicou-me para substituí-lo.
Dias após, realizava-se uma homenagem a Gregorio de Matos.
Escrevi um rodapé que lhe deveria ser favoravel, pois era
o rei dos maldizentes. Mas consegui ser mais ferino do que o proprio
Gregorio de Matos - e arrrasei-o! Supunha que isso não agradasse,
mas vieram aplausos. Ganhei estimulo e até hoje estou na
refrega, caustico com os onagros que posam de genios e suave com
os talentosos."
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O
"Boletim de Ariel"
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"Trabalhei com Teo Filho (que ainda anda por aí oxigenando os cabelos)
e com o Pereira da Silva, que parecia um poeta da Casa das Fazendas
Pretas, com um ar de 2 de Novembro, em "O Mundo Literario". Mais
tarde, fundei com Gastão Cruls o "Boletim de Ariel", que durou sete
anos e onde colaborou a melhor gente do Brasil. Não tinhamos preocupações
de escolas, de paroquias literarias. Queriamos apenas talento nos
colaboradores. Foram tambem saindo os livros, muitos deles reeditados
depois, e aqui estou, a entrar nos 70, ainda amigo da literatura.
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Com
Paulo Barreto
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Agripino
relembra que tambem trabalhou na velha "Gazeta de Noticias",
na epoca um jornal prestigioso, ao lado de Paulo Barreto, Olavo
Bilac, Silva Jardim, Irineu Marinho (que depois haveria de fundar
"O Globo"), e outros. "Depois se seguiram quase vinte
anos de conferencias pelo Brasil, a falar nas grandes urbes e tambem
nas aldeolas, onde houvesse um publico interessado nos problemas
da literatura", elucida, acentuando que não foi uma
catequese perdida.
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Uma
calamidade publica
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"Certa vez, pedi ao prefeito de uma comuna do interior paulista
que me ajudasse numa conferencia. Ele objetou que não podia
fazê-lo porque a verba estava esgotada. "Só sou
autorizado a abrir novos creditos quando se trata de calamidade
publica, como peste ou enchente", explicou. Solicitei-lhe,
então, relacionasse a minha conferencia como calamidade publica
e me auxiliasse. E assim foi feito..."
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Afonso
Arinos e Rosalina Coelho Lisboa
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Num
dos cantos da sala em que entrevistavamos Agripino Grieco, via-se
um livro da sra. Rosalina Coelho Lisboa Larraigotti. Solicitamos
ao critico seu parecer sobre a escritora, que é esposa do
sr. Larraigotti, diretor da Cia. Sul-America de Seguros, e Agripino
Grieco rapido:
"A Rosalina pode não ser a maior escritora da
America do Sul, mas é, seguramente, a maior escritora da
Sul-America..."
Sobre o sr. Afonso Arinos de Melo Franco, homem de letras e deputado
federal pela U.D.N. de Minas Gerais, narra o seguinte:
"Afonso Arinos foi fazer uma conferencia, em Paris,
sobre Direito Publico Internacional. Como não havia nenhuma
assistencia, a conferencia passou a versar sobre Direito Privado.
A outra conferencia, compareceram algumas pessoas. Explica-se: Lá
fora soprava um vento frio e no salão em que falaria o conferencista
havia um sugestivo calorifero."
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40
mil volumes
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Agripino
Grieco nos leva até o seu Pavilhão dos Livros. São
três amplos salões com estantes de cima abaixo. "A
minha biblioteca sustenta é maior e melhor do
que a de Rui Barbosa. Na de Rui, haviam até livros de Carlos
Cavaco." E mais adiante:
"Gasto quarenta quilos de naftalina por ano para manter
meus livros incolumes à ação das traças.
Obviamente, não vou gastar naftalina com livros de Osvaldo
Orico ou do Peregrino Junior, que, como academico, tem conseguido
ser um medico razoavel."
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Talento
não sofreu colapso
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Inquirido
sobre a literatura moderna, diz:
"Não posso concordar com o conceito de que se
esteja registrando um declinio em nossa literatura. Não há
sincope de talento. Há, hoje, exemplares que não envergonhariam
nenhuma epoca literaria. Nota-se, mesmo, certa precocidade, a par
da comunicação de um carater social mais ativo à
produção atual. Todavia, não desdenho os da
minha geração, cheios de talento e erudição.
Quanto aos onagros, eles sempre existiram, embora hoje em maior
proporção."
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Nenhum
escritor destacado
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Após
frisar que o talento está dividido, nos dias atuais, Agripino
Grieco completa: "Ninguem o monopolizou. Há três
ou quatro escritores, atualmente, dignos do melhor aplauso."
Quanto à poesia concreta:
"É sugestiva e com a vantagem de suscitar indagações
e discussões".
Sobre a poesia, salienta:
"Prefiro a antiga. Registro com prazer que os poetas
vão retornando aos estilos classicos. É um recuo que,
na realidade, envolve um avanço. Alguns poetas modernos são
vendaveis, mas isto não impede que continuem esgotando-se
as obras de Bilac, de Castro Alves, Augusto dos Anjos e outros."
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Critico
é apolitico
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Quando
perquirido sobre suas inclinações politicas, Agripino
Grieco sorri:
"Sou eleitor a contra-gosto, pois se não votar
não recebo os vencimentos correspondentes à minha
aposentadoria. O sufragio universal, é uma burla e só
tem um merito: faz com que os candidatos me enviem centenas de cedulas,
em cujo anverso tomo tranquilamente os meus apontamentos literarios..."
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"Nunca
viajei a expensas do governo"
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Agripino
Grieco recorda suas viagens ao exterior:
"Fui à Italia a convite de Mussolini. Os fascistas
esperavam que, em meu regresso, eu escrevesse a favor do regime
que então vigorava na Península. Não foram
satisfeitos, é claro. Tambem estive na Argentina a convite
do periodico "A Critica". Em Portugal, aonde me levaram
os intelectuais da terra, apontaram-me, um dia, a avenida da Liberdade.
E eu perguntei: "Quando é que a inauguram?" Nunca
viajei às custas do governo brasileiro, do que muito me orgulho."
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Vergastando
o "petit trianon"
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Provocado
sobre a Casa de Machado de Assis, Agripino Grieco se mostra impiedoso:
"É um sodalicio em decadencia. A sucessão
dos defuntos se opera com outros defuntos. Eles lá se reunem
para o chá, para as torradas e o "marron glacé".
A literatura não os preocupa porque a ela não podem
ter acesso. Veja-se, por exemplo, o caso, do Gustavo Barroso. Advogo
para suas obras uma criação intensiva de traças.
Seria o unico meio de extingui-las. Ele produz a metros e a quilos.
Que persistencia!"
Sobre Raimundo Magalhães Junior assim se expressa:
"É um esforçado e tem boas coisas. Quanto
ao Guimarães Rosa, não consigo assimilá-lo:
escreve em hungaro."
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Roteiro
para composição escolar
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Depois
de garantir que dará aos seus netos as obras de alguns academicos,
por considerá-las excelentes roteiros para composições
escolares, Agripino Grieco responde a um quesito do reporter:
"Não sou poliglota. Nem bilingue sou. Não
obstante, leio muito bem em francês, italiano, inglês
e espanhol." Linguas só se aprende em dicionarios encadernados
em pele cor de rosa, em contato direto com as mulheres de cada país.
Fora daí é impraticavel", assinala com bom humor.
Sobre a cronica social:
"Desinteresso-me por ela por considerá-la uma
questão topografica. Ainda não chegou ao Meyer, cifrando-se
por enquanto aos ouros falsos de Copacabana".
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Confiança
nos jovens
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A conversa
fixa-se nos autores jovens, pelos quais Agripino Grieco demonstra
grande ternura. Há referencias elogiosas à "Viuva
Branca", de Ascendino Leite, e o critico arremata:
"Estou inclinado a acreditar, porem, que todos os livros
têm sua utilidade. Informam debates, suscitam teses e, às
vezes, como os de Adelmar Tavares, chegam a servir para formar barricadas
em frente às casas ameaçadas de enchentes..."
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