DESPEDIDA
DE SENNA PÁRA SP
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Publicado
na Folha de S.Paulo, quinta-feira, 5 de maio de 1994
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Mais de 300 mil pessoas acompanham cortejo de 31 km e visitam velório
na Assembléia Legislativa
Cerca de 250 mil pessoas participaram ontem em São Paulo do
cortejo de Ayrton Senna, morto no domingo.
O cortejo percorreu em duas horas e 25 minutos os 31 quilômetros
do aeroporto de Cumbica até a Assembléia Legislativa,
onde ocorreu o velório. O Datafolha calculou o número
de pessoas a partir de fotografias do trajeto.
Até 21h, cerca de 50 mil pessoas passaram diante do caixão,
lacrado, coberto com uma bandeira brasileira.
O irmão do piloto, Leonardo, criticou a falta de segurança
em Imola. A Federação Internacional de Automobilismo
alterou ontem o regulamento apenas com relação ao movimento
de carros nos boxes.
O enterro está previsto para hoje, entre 8h e 11h, no cemitério
do Morumbi. Os pilotos Alain Prost e Nigel Mansell devem ir ao sepultamento.
O dono da Williams, Frank Williams, deve comparecer.
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Homenagem
a Ayrton Senna leva 250 mil para as ruas de São Paulo |
Cerca de 250 mil pessoas participaram ontem em São Paulo do
cortejo do piloto Ayrton Senna da Silva, morto aos 34 anos domingo
último na Itália.
O piloto morreu em decorrência do choque de seu carro Williams/Renault
contra um muro do circuito de Imola.
Seu corpo deverá ser sepultado hoje, entre 8h e 11h, no cemitério
do Morumbi, zona sul da cidade.
O cortejo percorreu 31 quilômetros do aeroporto de Cumbica até
a Assembléia Legislativa, no Ibirapuera, local escolhido para
o velório.
O cálculo do número de pessoas foi feito pelo Datafolha,
que se baseou em levantamento fotográfico realizado desde um
helicóptero durante todo o trajeto (leia texto à pág.
2).
Os pilotos Damon Hill (Inglaterra), Pedro Lamy (Portugal), Raul Boesel,
Christian Fittipaldi e Rubens Barrichello (Brasil) estiveram no velório.
Até as 20h, cerca de 45 mil pessoas passaram diante do caixão
com o corpo de Senna. O esquife permaneceu fechado e lacrado, coberto
com uma bandeira brasileira.
Em um pronunciamento de três minutos, feito às 15h35,
Leonardo Senna, irmão do piloto, criticou a falta de segurança
no circuito de Imola.
Segundo Leonardo, "na F-1, parece que as pessoas só pensam
em dinheiro".
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CRONOLOGIA |
6h00 - fãs de Senna começam a se posicionar nas vias
onde o cortejo deve passar; carros são estacionados nos acostamentos
das rodovias e avenidas;
6h12 - o avião da Varig, com o corpo do ex-piloto de F-1 à
bordo pousa no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos;
6h19 - o avião pára no ponto reservado para o desembarque;
6h45 - a urna mortuária, com o corpo de Ayrton Senna, começa
a ser retirada do avião por soldados da Polícia da Aeronáutica,
que a cobrem com a bandeira do Brasil;
6h52 - os soldados da Polícia da Aeronáutica passam
a urna para os cadetes da Escola da Polícia Militar do Estado
de São Paulo, que a colocam sobre o carro aberto do Corpo de
Bombeiros da corporação;
6h57 - lentamente, o carro do Corpo de Bombeiros se movimenta para
sair da pista do aeroporto;
6h58 - em um dos pátios de Cumbica, os carros de taxistas do
aeroporto estão estacionados formando um "S" em homenagem
ao tricampeão mundial de F-1;
7h00 - o carro aberto que transporta o caixão -tendo à
frente batedores da PM e outro caminhão do Corpo de Bombeiros
com fotógrafos e cinegrafistas- já está fora
da pista do aeroporto e começa o cortejo rumo à Assembléia
Legislativa de São Paulo;
7h02 - o som das primeiras buzinas de automóveis em saudação
à passagem do cortejo são ouvidas e se misturam ao barulho
dos helicópteros que (aproximadamente 12) que sobrevoam o cortejo,
com fotógrafos, radialistas e equipes de TV;
7h13 - fãs do ex-piloto já estão postados nos
acostamentos da rodovia Hélio Smidt, que dá acesso e
saída ao aeroporto de Cumbica; seguem-se aplausos com a aproximação
do cortejo;
7h15 - na rodovia, e na altura de uma das cabeceiras da pista, adultos
e crianças agitam bandeirolas verde-amarelas, o tom dominante
em todo o cortejo.
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