Da Redação
Em agosto de 1969, o presidente Costa e Silva sofreu um derrame.
O Alto Comando das Forças Armadas decidiu que o vice-presidente,
Pedro Aleixo, não poderia assumir, e passou o poder para
uma junta militar. A escolha do sucessor de Costa e Silva terminou
com a vitória de Emílio Garrastazu Médici,
ficando em segundo lugar o general Orlando Geisel (do grupo castellista),
nomeado ministro do Exército.
O grupo castellista se rearticulou e obteve o apoio de generais
do Alto Comando. Orlando Geisel sugeriu ao presidente Médici
o nome de seu irmão, o general Ernesto Geisel, escolhido
presidente pela Arena, derrotando Ulysses Guimarães, do MDB.
Geisel iniciou o processo de redemocratização chamado
de "distensão". A oposição venceu
as eleições para o Senado em 16 Estados e em 1976
Geisel editou a Lei Falcão, impedindo candidatos de apresentarem
seus programas na TV. Mesmo assim, estudo do SNI mostrou que o MDB
poderia eleger vários governadores.
Em abril de 1977, Geisel decretou o fechamento do Congresso. Depois
disso, retomou os entendimentos com a oposição. No
final de 1978, a Lei de Segurança Nacional foi abrandada
e o AI-5 foi revogado.
A "linha-dura" continuava ativa. Em 24 de outubro de 1975,
o jornalista Vladimir Herzog foi morto nas instalações
do Doi-Codi. Em 17 de janeiro de 1976, o metalúrgico Manoel
Fiel Filho morreu torturado no Doi-Codi. A versão divulgada
foi a de suicídio. Geisel afastou o comandante do 2º
Exército.
Em 1977, a "linha-dura" sofre outra derrota. O ministro
do Exército, Sylvio Frota, era o candidato da facção
à Presidência. Mas Geisel já tinha escolhido
o seu candidato à sucessão, o chefe do SNI, general
João Baptista Figueiredo.
O governo Figueiredo iniciou a segunda fase da redemocratização,
chamada de "abertura política". Em 1979, o Congresso
aprova a Lei da Anistia e a reforma partidária. As eleições
de 1980 foram adiadas, mas acertou-se que as de 82 seriam diretas.
A "linha-dura", enquanto isso, intensificava as atividades
dos grupos paramilitares. Os atentados prosseguem até o dia
30 de abril de 1981, com o atentado ao centro de Convenções
do Riocentro. O chefe da Casa Civil, general Golbery do Couto e
Silva, exigiu a punição dos culpados. Figueiredo preferiu
fazer um acordo, e Golbery deixou o governo. Ninguém foi
punido, mas os atentados cessaram.
No campo econômico, a crise começou em 1981. O PIB
caiu 4,5% e a inflação continuou alta: 97%. Nesse
período ressurgem as greves nas cidades do ABC paulista.
A crise econômica solapava as bases de apoio do governo que,
nas eleições de 1982, perdeu a maioria na Câmara,
mas manteve a maioria no Colégio Eleitoral.
Apesar da maioria no Colégio Eleitoral, o PDS já mostrava
sinais de divisão. No final do ano, quatro candidatos civis
se preparavam para disputar a indicação à Presidência.
O único militar, o ministro-chefe do SNI, Otávio Medeiros,
teve a candidatura abalada por denúncias contra o órgão.
Começa então o movimento das diretas, em novembro
de 1983, em São Paulo.O movimento ganha a adesão de
várias entidades civis. Em fevereiro de 1984, a emenda das
diretas é derrotada.
O PDS se dividiu irremediavelmente após a campanha. Em julho,
é formalizada a Frente Liberal, que faz uma aliança
com o PMDB em torno da candidatura de Tancredo Neves. Diante dos
sinais de que o PMDB venceria a eleição indireta,
setores da "linha-dura" militar se articularam para tentar
um golpe. Enfrentam resistência de militares que já
tinham se aproximado de Tancredo. Em 15 de janeiro de 1985, a chapa
Tancredo/Sarney derrota os pedessistas. Era o fim do regime militar.
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