DÓLAR TEM A MAIS BAIXA COTAÇÃO
No câmbio comercial, a moeda norte-americana fechou
a R$ 0,878 para venda, o mais baixo valor desde o real.
Diferença para a cotação de venda do
BC, de US$ 1,00 por R$ 1,00, é de 12,2%; Bolsas da Valores
sobem
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Publicado
na Folha de S.Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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Da Reportagem Local
O dólar
comercial (exportações e importações)
atingiu ontem a mais baixa cotação desde a entrada
em vigor do real e rompeu a barreira dos R$ 0,88.
Com queda de 0,79%, o dólar fechou cotado a R$ 0,876 para
compra e a R$ 0,878 para venda.
A diferença para a cotação de venda do Banco
Central (BC), fixada em US$ 1,00 por R$ 1,00, é de 12,2%.
Fracassaram solenemente as medidas adotadas pelo CMN (Conselho Monetário
Nacional) para sustentar as cotações. Todas elas procuravam
aumentar a procura por dólares.
O aumento do compulsório, adotado pelo BC, tornou as ACCs
(Adiantamento do Contrato de Câmbio) a forma de crédito
mais barata da praça. Ou seja, aumentou a oferta de dólares.
Na segunda-feira, o fechamento de câmbio dos exportadores
foi de US$ 300 milhões e, na terça, de US$ 180 milhões.
A média diária anterior ao real era de aproximadamente
US$ 200 milhões.
Ontem, o fechamento dos exportadores foi um pouco superior a US$
100 milhões e as importações ficaram abaixo
de US$ 90 milhões.
Sobraram dólares também porque aumentou o ingresso
financeiro -recursos para as Bolsas e dinheiro captado por um banco
com o lançamento de eurobônus.
A valorização da moeda nacional é uma característica
dos últimos planos de estabilização. A diferença
é que na Argentina, por exemplo, não havia uma indústria
para ser sucateada -ela já tinha perdido o bonde. Aqui existe.
A armadilha do câmbio -que não pode cair porque provoca
desemprego e não pode subir rapidamente porque provoca inflação-,
porém, só vai ser desmontada depois das eleições.
Até lá, vai prevalecer a tendência de queda.
Pior. Os analistas de Bolsa esperam, mantido o atual quadro eleitoral,
nova onda de ingresso de capital estrangeiro para as Bolsas.
Ontem, foi mais um dia de alta das ações -as pesquisas
parecem consolidar a impressão de que o impacto eleitoral
do "efeito Ricupero" é quase uma Batalha de Itararé
(a batalha que não houve).
A Bolsa paulista subiu 5,68% e a carioca 5,5%. A Bolsa paulista
precisa subir 1,8% para voltar ao patamar de sexta-feira passada
-anulando toda a queda de segunda-feira.
(João Carlos de Oliveira)
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JUROS |
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária
de 0,120% no último dia 5. A taxa média do over, segundo
o mercado, foi de 5,35% ao mês. No mercado de Depósito
Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,38% ao mês.
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CDB
e caderneta |
As cadernetas rendem 2,450403% hoje. Os CDBs prefixados para 32 dias
pagaram entre 54,5% e 55% ao ano. Os papéis pós-fixados
de 153 dias pagaram taxas de 17,5% a 18% ao ano mais a TR.
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Empréstimos |
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados
ontem: as taxas variaram de 5,38% ao mês a 5,50% ao mês.
Para 32 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 55% e 70%
ao ano.
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No
exterior |
Prime rate: 7,75%. Libor: 5,25%.
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AÇÕES |
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 52.721 pontos com alta
de 5,68% e volume financeiro de R$ 355,366 milhões. Rio: alta
de 5,5% (I-Senn), fechando com 20.792 pontos e volume financeiro de
R$ 31,800 milhões.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.908,46
pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.917,78
pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.454,70
pontos.
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DÓLAR
E OURO |
Dólar comercial (exportações e importações):
R$ 0,876 (compra) e R$ 0,878 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar
comercial foi negociado, na média, por R$ 0,879 (compra) e
por R$ 0,881 (venda). "Black": R$ 0,900 (compra) e R$ 0,910
(venda). "Black" cabo: R$ 0,910 (compra) e R$ 0,915 (venda).
Dólar-turismo: R$ 0,88 (compra) e R$ 0,91 (venda), segundo
o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,26%, fechando a R$ 11,30 o grama na BM&F, movimentando
992 quilos.
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No
exterior |
Segundo a agência "UPI", em Frankfurt, o dólar
foi cotado a 1,5575 marco alemão. Em Tóquio, o dólar
foi cotado a 99,24 ienes. Em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5420.
A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou
a US$ 390,50.
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FUTUROS |
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a
projeção de juros para setembro fechou a 3,87% ao mês,
a 3,89% para outubro e a 4,17% para novembro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de
R$ 0,900 para 30 de setembro.
O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 55.300
pontos.
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