NASCIMENTO E CIVILIZAÇÃO
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Publicado
na Folha da Manhã - domingo, 27 de julho de 1952
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Neste texto foi mantida a grafia original
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Fenomemo
curioso observado no Japão - Diminuição permanente
do numero de obitos no Brasil e na Argentina - Recordista em vitalidade
a America Latina
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O aumento da população mundial torna-se maior cada ano
que passa, pois o numero de nascimento ultrapassa o de mortes. Assim
a população mundial, que em 1920 era de 1 bilião,
834 milhões, aumentou, nos trinta anos seguintes, para 2 biliões
378 milhões.
De um modo geral, o numero de nascimentos, por ano, no mundo, corresponde
a 37 por mil habitantes; e o de mortos de 25 por mil, de acordo com
as mais recentes estatisticas. Esses numeros mostram que há
um excesso anual de 12 pessoas por mil habitantes. Naturalmente, esse
excesso de nascimentos sobre mortos não é igual em todos
os continentes.
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Na
America Latina |
Na America Latina nota-se um superavit impressionante: para cada 17
mortes, observam-se 40 nascimentos por mil habitantes, com um crescimento
de população anual de 23 individuos por mil habitantes.
É um recorde mundial, que poderá ainda ser aumentado,
principalmente no Brasil e na Argentina, graças à diminuição
permanente do numero de obitos, como resultado dos progressos da medicina
e da higiene.
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Na
Europa |
Ao passo que a America Latina, mostra essa grande vitalidade, na velha
Europa é o contrario que se observa. Nos paises mais adiantados
da Europa do norte, do centro e do oeste, os numeros de obitos são
pequenos em comparação com os da America Latina: 12
por mil habitantes. Mas, ao mesmo tempo, o numero de nascimentos é
de apenas 19 por mil habitantes. Assim, o superavit demografico é
de 7 apenas, isto é, três vezes menor que na America
Latina. Do ponto de vista da vitalidade, a Europa ocupa o ultimo lugar
no mundo.
Duas vezes melhor que na Europa é a situação
na America do Norte onde, para cada 10 obitos se registram 25 nascimentos,
dando o crescimento de 15 habitantes em cada mil.
Tragica, realmente, mas que poder ser sanada, é a situação
na Asia e na Africa. O numero de nascimentos em ambos os continentes
atinge 45 por mil; mas o de obitos é de 30 por mil e, no Oriente
Proximo, chega a 35 por mil. Essa situação tem por causas
principais a pobreza, condições de vida dificeis, falta
de higiene, de serviços medicos e de alojamento.
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Fenomemo
Curiosos |
O único pais na Asia que mostra progressos nesse sentido é
o Japão, onde o numero de mortes é de 15 por mil. No
caso do Japão, porem, observa-se um fenomeno curioso: quanto
mais se civiliza, tanto mais diminui o numero de nascimentos. Na China
os nascimentos são de 45 por mil, e são apenas de 31
por mil no Japão. Diante dessa situação, conviria
perguntar: valerá civilizar um país para que os nascimentos
diminuam? E a civilização trará sempre, com ela,
a redução da população?
Na Oceania, para cada 12 obitos, há 28 nascimentos por mil
habitantes, o que dá a media de aumento da população
de 16 por mil habitantes anualmente.
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Recordistas
Em Vitalidade |
Em resumo, pode-se dizer que a America Latina ocupa o primeiro lugar
sob o ponto de vista da vitalidade de 23 por mil habitantes; em seguida
vêm o Japão e a Oceania, com 16; a Africa, a America
do Norte e a Asia do Sul, com 15; a Europa Meridional, com 11; o Extremo
Oriente e a Europa Oriental, com 10; e Europa do Norte e Ocidental,
com apenas 7. |
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