RESGATE DE US$ 2,5 MILHÕES ENCERRA SEQUESTRO DE MEDINA


Publicado na Folha de S.Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 1990

O empresário Roberto Medina, 41, sequestrado há 17 dias no Rio, foi libertado ontem às 18h30 no centro da cidade. A família pagou um resgate de US$ 2,5 milhões (cerca de Cr$ 220 milhões). O dinheiro foi entregue anteontem à noite a dois homens no Aterro do Flamengo (zona sul). Medina chegou às 20h12 em casa, na Barra da Tijuca (zona sul), em um carro da polícia. Estava barbeado e com o mesmo terno que usava na hora do sequestro, no último dia 6, quando saía de sua agência de publicidade, a Artplan. A polícia se manteve afastada da negociação sobre o resgate. Duas pessoas suspeitas já foram presas.

Medina é solto depois de 16 dias sequestadores levam US$ 2,5 mi

O empresário Roberto Medina, 41, sequestrado durante 16 dias, foi solto ontem depois de a família ter pago um resgate equivalente a US$ 2,5 milhões. O resgate foi entregue anteontem, às 20h30, pelo deputado Rubem Medina, 47, e pela mulher do Roberto, Maria Alice Medina, 42. Os dois, atendendo ordens dos sequestradores, entregaram o dinheiro (US$ 1,5 milhão e Cr$ 85 milhões) a dois homens, em frente ao Monumento aos Mortos da Segunda Guerra, no Aterro do Flamengo (zona sul).
Roberto Medina foi liberado às 18h30. Na praça da Bandeira, zona norte, os sequestradores entregaram o empresário aos advogados Nélio Soares de Andrade e João Mandarino Guedes, e aos jornalistas Albeniza Garcia (do jornal "O Dia") e Jorge Luiz Lopes ("O Globo"). Os quatro levaram Medina até uma igreja no centro, onde o entregaram aos delegados Elson Campello e Luís Mariano, que investigavam o sequestro. Às 20h12 ele chegou à sua casa, na Barra da Tijuca (zona sul), num carro da polícia.
A polícia aguardou a confirmação de Medina esta seguro para iniciar uma operação de busca aos sequestradores. A operação, montada desde o dia 17, previa a mobilização de cinco mil policiais para buscas nas zonas norte, sul e oeste do Rio, além de Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo. As fronteiras do Estado foram fechadas para impedir a fuga dos sequestradores.
No condomínio Nova Ipanema, na Barra da Tijuca, amigos e parentes informaram que Roberto Medina foi examinado por um médico logo ao chegar em casa e aparentava estar bem de saúde, apesar de abalado pelo período em que ficou em poder dos sequestradores. Ele chegou barbeado e com o mesmo terno que usava ao ser sequestrado, às 20h20 dia 6, quando saía da Artplan, sua agência publicitária na Lagoa, zona sul. Duas horas depois, a família recebeu o primeiro telefonema dos sequestradores, mandando que a polícia e a imprensa ficassem fora do caso.
As negociações finais para o pagamento do resgate foram feitas anteontem, quando a família retomou os contatos com o interlocutor dos sequestradores e recebeu uma carta de Roberto Medina como prova.
Até o último sábado; a Folha não publicou nenhuma informação sobre o sequestro, a pedido da família. Nesse dia, a família de Medina autorizou a divulgação. No domingo, a família voltou a pedir que nenhuma notícia fosse veiculada, o que a Folha novamente fez.

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