A MAIOR PARTE DAS MULHERES GOSTA DE DIRIGIR A VIDA DOS OUTROS?


Publicado na Folha da Manhã, domingo, 21 de outubro de 1956

Neste texto foi mantida a grafia original


Não. Há muitas pessoas que gostam de orientar os negócios de sua familia, amigos e empregados, mas esse desejo é comum tanto nas mulheres quanto nos homens.
Em certos individuos o desejo de manipular os bens dos outros torna-se uma compulsão. Frequentemente eles racionalizam o seu desejo querendo ser uteis, mas na verdade não querem que qualquer ação seja tomada sem que estejam ao par. Quase sempre, temos o desejo de interferir na vida dos outros, mas as pessoas normais sabem restringir isto, ou ir apenas onde o senso comum lhes indicam que devem seguir.
Para compreender esse desejo do homem ou da mulher de guiar a vida dos outros, devemos nos ater ao estudo do desejo dessa pessoa em agir daquela forma. O que queremos provar, sem duvida, é que o nosso julgamento, a nossa energia e a nossa sabedoria é maior do que desejavamos. Isto é um tipo de super-idealização. Com o compulsivo o que guia o julgamento é mais forte e mais profundo, porque a sua segurança basica é maior e maior é a sua necessidade de provar a sua superioridade.
Se entre mulheres parece haver mais gente desse tipo é porque a sua area de ação é mais limitada. Nos seus contatos normais, os homens têm sempre mais oportunidade de mandar, de exercer a sua superioridade sobre os outros e isso indica a medida da sua influencia e habilidade. Quando a sua autoridade é sabia, o seu ego torna-se mais profundo na sua segurança. A influencia da mulher é mais larga no meio da familia e entre seus amigos. Quando ela tem duvidas do seu poder ela sente necessidade de prová-lo na familia ou ajudando os outros.



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