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          | AGOSTO, MÊS DO DESGOSTO, CRISES E BRUXAS SOLTAS
 
 
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          | Publicado 
              na Folha de S. Paulo - 14 de agosto de 1971 |   
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              Neste texto foi mantida a grafia original
 
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          | Não é só por rimar com "desgosto" que 
            o mês de agosto passou para a historia como um periodo negro 
            do ano. Fatos historicos, talvez coincidentes, mostram que não 
            há mês no ano em que as bruxas correm soltas com mais 
            liberdade. A Primeira Guerra Mundial começou no dia 1 de agosto de 1914 
            e nos destruíram Hiroshima, no Japão, com uma bomba 
            (a segunda bomba, jogada em Nagasaki ainda foi no mês de agosto: 
            dia 9).
 Há outros fatos que desacreditam o mês de agosto, inclusive 
            historicamente: d. Sebastião, rei de Portugal, perdeu a batalha 
            de Alcacer-Quebir, em 4 de agosto de 1578, e morreu, neste dia, junto 
            com oito mil dos 40 mil infantes que levara a combate. A maior catastrofe 
            havida na China foi em agosto de 1887, quando o rio Huong-Ho transbordou 
            tanto que armou um diluvio, em que morreram afogados 900 mil pessoas. 
            No Peru, houve dois grandes terremotos em agosto, no fim do seculo 
            passado: no primeiro, em 1868, morreram 25 mil pessoas, e no segundo, 
            em 1896, morreram 70 mil. Em agosto de 1951, uma enchente na Mandchuria 
            provocou a morte de 1.800 pessoas e, no mesmo mês, em 1955 o 
            furacão Diana matou 400 pessoas.
 
 
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          | O 
            numero treze |   
          | Os historiadores acham que o numero 13 passou a ser temido desde a 
            Ultima Ceia de Cristo, de que participaram 13 pessoas: Jesus e seus 
            doze apostolos. Judas Iscariotes, um dos 13, traiu o Mestre por dinheiro. 
            Por isso até hoje não se põe a mesa para 13 pessoas, 
            porque isso representa morte certa para alguma delas.
 A lenda correu o mundo com tanta rapidez que até bem pouco 
            tempo muitos homens na Europa não tinham apartamentos com o 
            numero 13 e Euclides da Cunha conta que os militares sairam de Juazeiro, 
            na Bahia, no dia 12, para ter boa sorte no combate a Canudos (se saissem 
            no dia 13, os soldados acreditam que perderiam a batalha).
 Há, porém, contradições em torno do numero 
            fatidico: uma superstição diz que quem nasce no dia 
            13 de agosto tem vida feliz e a partir do "Thirten Club" 
            londrino foram criados até clubes de futebol como o Treze Futebol 
            Clube de Campina Grande, na Paraiba, acreditando na boa sorte do numero.
 Em 1966, a Patrulha Rodoviaria das estradas de acesso ao Rio de Janeiro 
            utilizaram a superstição como meio de advertir os motoristas 
            contra acidentes fatais nas estradas, distribuindo cartãozinhos 
            com os dizeres: "cuidado hoje é 13 sexta-feira. Dirija 
            com cuidado".
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