BOMBA EXPLODE EM PORTÃO DO PALACIO DOS CAMPOS ELISIOS
Bomba explode num dos portões do Palacio dos Campos Elisios
Publicado na Folha de S.Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1966
Neste texto foi mantida a grafia original
Uma bomba de fabricação caseira explodiu na madrugada de hoje perto de um dos portões dos fundos da ala residencial do Palacio dos Campos Elisios, na rua Guaianases. Imediatamente, o Corpo da Guarda e autoridades do DOPS se movimentaram, mas até agora não foi possível apurar quem atirou o petardo.
Apesar do barulho da explosão, a familia do governador continuou repousando normalmente e os integrantes do Corpo da Guarda não viram ninguem nas proximidades do Palacio, nem mesmo veiculos trafegando pela rua Guaianases. As autoridades da Delegacia de Ordem Politica recolheram na calçada, junto ao portão, pedaços de pavio, metal e papéis, que foram levados para o Instituto de Policia Tecnica. Os peritos, ainda de madrugada, chegaram à conclusão de que se tratava de uma bomba de fabricação caseira. A explosão não chegou a atingir o portão do Palacio. A Policia está ainda investigando, mas não dispõe ainda de nenhuma pista para descobrir o autor do atentado. O Corpo da Guarda (15 soldados da Força Publica) não foi reforçada e esta manhã permanecia com o mesmo efetivo.
Guarda não viu

Apesar de todo o quarteirão do Palacio dos Campos Elisios ser mantido sob vigilancia de milicianos da FP nas 4 esquinas externas e nas guaritas dos portões principais, nenhum dos soldados que se encontravam da explosão, chegou a notar a presença de suspeitos nas proximidades.
Em Belo Horizonte

RIO, 13 (FOLHA) - Uma bomba de pequeno teor explosivo foi detonada no 13º andar do edificio Codó, na Avenida Amazonas, centro da capital mineira, não chegando a causar danos materiais. Provocou apenas grande susto nos que trabalhavam no edificio.

Equipe de agentes da DOPS e CENIMAR examinaram o local. Informa-se que os serviços secretos já tinham conhecimento de um plano terrorista em andamento. Duas pessoas afirmavam ter visto um jovem, provavelmente de descendencia japonesa, em traje esporte, que desceu as escadas do 14º andar e coreu pelo corredor do 13º, lançando o petardo em forma de charuto.
No Rio

Na Guanabara, sob suspeita de terrorismo, foram presos Levi Pinto Tarre e Nelson Resende. Na DOPS explicaram que de fato haviam colocado uma "cabeça de negro" no juro de uma residencia da Tijuca, pois os seus moradores não deixavam os jovens namorar por perto.

Novos suspeitos de terrorismo estão sendo interrogados na DOPS, enquanto outros são procurados. Os suspeitos são o lanterneiro Valdemar Nunes, conhecido como "Mica"; João Pereira; o cabo da Aeronautica Sergio Baden, que está sendo interrogado na sua corporação; Nei Teixeira e Sergio da Silva, não localizados, alem de mais dois jovens identificados como Alberto e Roberto.

O sr. Eraldo Gueiros, procurador da Justiça Militar, seguiu para Recife, para contatos com as autorias de Guerra e entendimentos com as autoridades que investigam o atentado do Aeroporto do Guararapes, ainda sem solução, apesar da prisões de suspeitos.
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