NOMES COMPRIDOS
Publicado na Folha de S.Paulo, domingo, 11 de abril de 1943
Neste texto foi mantida a grafia original

Falamos ontem dos nomes excessivamente compridos de algumas cidades paulistas. São difíceis de pronunciar e de escrever. Causam perda de tempo. Complicam a vida, inutilmente.
Devíamos começar a revisão pelas denominações que são palavras de mais de cinco sílabas. Até cinco, ainda bem: Altinópolis, Araçatuba, Guararapes, Itupeva, Jacupiranga, Pirassununga, Piracicaba, Taquaritinga. Mas é evidente que precisamos podar nomes longos e de arrevesada prolação, como Araçariguama, Caraguatatuba, Itaquaquecetuba, Pindamonhangaba.
Pindamonhangaba, já o seu próprio povo reduziu para Pinda. E não fica muito bem?
Caraguatatuba podia passar a Gravatuba. Gravatá é o mesmo que caraguatá. Preferir-se apenas uma forma eufônica à outra bárbara.
Quando a contratação não fosse possível, lançar-se-ia mão do recurso radical: a mudança pura e simples para outra denominação mais bem achada.
Assim como os nomes compridos compostos. A muitos, ajunta-se o do rio que banha a cidade, como que para distinguir. Entretanto, não se distingue. Rios Pardo, temos dois, que passam por S. José na Mogiana, e por Santa Cruz, na Sorocabana. Sapucaí tambem dois o de S. Bento e o de Patrocinio, Turvo, igualmente, o tributário do Pardo do sul e o tributário do Jacaré-Guassú.
Esses topônimos extensos são muito de espanhóis e portugueses, que os compunham com o santo da sua devoção e uma característica geográfica ou qualquer outra forma de identificação. Porisso é que tinhamos aqui São Carlos do Pinhal, S.Bento de Araraquara, São João do Rio Claro, São José do Rio Preto, Nossa Senhora do Amparo, Nossa Senhora da Conceição de Guarulhos, São João Batista do Rio Verde. Consolemo-nos porem: Los Angeles era El Pueblo de Nuestra Señora de los Angeles...
Já progredimos. Oxalá este ano avancemos mais alguns passos, reduzindo e simplificando, inteligentemente.
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