QUEM MANDA EM SUA CASA?
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Publicado
na Folha da Manhã - terça-feira, 8 de abril de 1952
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Neste texto foi mantida a grafia original
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Erro
mutuo - A mulher faz o marido - Humorismo de mau-gosto
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Quem manda em sua casa?
A pergunta pode parecer um tanto indiscreta, porem, é com o
intuito de aconselhar a algumas "novas esposas" que a formulamos.
Tão errado, como quando certas mulheres dizem que são
elas que mandam em casa, é o homem afirmar que quem manda é
ele.
A nosso ver, quem deve mandar na casa são os dois. Todavia,
melhor será que nem um nem outro mande, mas que ambos a dirijam,
cada um no seu setor, para que haja paz e harmonia.
O lar, sendo como é uma escola pratica da vida, e onde, quase
sempre, estão em formação caracteres ainda jovens,
que no caso são os filhos, os exemplos a serem dados devem
ser sãos e beneficos.
Havendo compreensão, quer por parte do marido como por parte
da esposa, a sociedade conjugal resistirá a todos os obstaculos
que se lhe depare, do mesmo modo que uma sociedade comercial consegue
enfrentar as oscilações dos negocios. Convem lembrar
que as filhas, principalmente, a quem estarão mais tarde confiados
seus proprios lares, levarão para eles os exemplos e ensinamentos
que tiveram em meninas. Por sua vez, os filhos aprendem dos pais como
dirigir a casa e como tratar a esposa.
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A
mulher faz o marido |
Uma verdade tão velha quanto o mundo é esta. Mas, quantas
vezes é ela esquecida? Não será com gritos, com
imposições, com exigencias, enfim, que a mulher conseguirá
do marido o que deseja. Da mesma forma, não é assumindo
ares de amo, de feitor, ou de um ser superior, que o homem demonstrará
que ele é, afinal de contas, o chefe da casa.
O que é preciso é haver isto: um mutuo entendimento,
o que significa compreensão.
A vida moderna, possibilitando, como de fato oferece, uma igualdade
de direitos entre o homem e a mulher, não quer isso dizer que
o marido venha a ser guiado pela esposa, nem que ele tenha de encarnar-se
num ditador, para mostrar que, se ela mandar, ele manda mais ainda...
"Cada macaco no seu galho" - é a definição
mais acertada, muito embora tão usada e até deselegante...
No entanto, não pode ser de outra forma.
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Humorismo
de mau-gosto |
Visitando, certa vez, uma amiga de infancia, hoje casada e esposa
exemplar, certa senhora teve oportunidade de verificar que seu lar
era um exemplo, pela harmonia que lá existia e pelo espirito
de cooperação posto em pratica pelo casal. Todavia,
não foi sem uma palavra de censura, tanto é um como
o outro, que admirou um quadrinho, na parede do terraço, com
a seguinte inscrição:
"O chefe da casa sou eu, mas quem manda é minha mulher..."
Isto pode ser humorismo, mas não deixa de ser de mau-gosto
e um exemplo perigoso.
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Convem
saber |
Os presentes devem ser feitos sempre com a devida oportunidade, ou
quando algo os justifica. O contrario coloca a pessoa que os recebe
em situação embaraçosa, obrigando-a a perguntar
qual o motivo da atenção inexplicavel. Quase sempre,
a interpretação logica é que a pessoa que faz
o obsequio espera ser retribuida com algum favor. E é proprio
de pessoas sem noção de delicadeza, pretender conquistar
a boa-vontade de alguem de quem espera algo, comprometendo, assim,
em principio, seu agradecimento.
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A nenhum homem agrada esperar sua mãe, esposa ou irmã,
quando se vê obrigado a acompanhá-las. As mulheres
deveriam, nestes casos, preparar-se muito antes da hora combinada,
dando ampla margem para sair no momento convencionado.
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As pessoas que, constantemente, estão alegando os favores
que prestam, mortificam aos beneficiados com sua insistencia observarão
que, por maior que seja a necessidade que estes tiverem, evitarão
novamente de pedir-lhes ajuda. Alem do mais, esta atitude dá
a impressão de que esperam uma recompensa pelos favores prestados.
Expondo a sua prodigalidade de favores feitos a terceiros, por muito
amigos que sejam, impedirão a estes de pedir alguma coisa,
sabendo, de antemão, que o favor prestado não ficará
oculto, mas, o contrario, será difundido aos quatro ventos.
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Nenhuma carta intima deve ser escrita a maquina, mas sim do proprio
punho. Por muito que se tentem outro calor e significado mais a
comodidade que traz, nada existe que substitua o manuscrito, pois
com que sejam mais convincentes, afetivo.
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As dores, assim como as alegrias, não devem ser exteriorizadas
de maneira aparatosa ou exagerada porque não são atitudes
que fazem com que sejam muito convincentes, intensas ou expontaneas.
Convem agir sempre com moderação, o que é mais
correto e elegante aprendendo a dominar as emoções
e a controlar as reações. Exercendo este dominio sobre
os nervos, conseguimos impressionar muito melhor e conquistar simpatias
no circulo de nossas amizades.
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As atenções que tenha um cavalheiro para com uma dama
durante uma viagem não comprometem a esta, senão que
fica na obrigação de agradecer a gentileza ou obsequios
prestados.
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Quem comunica com ar de pouca importancia seu aniversario, a conhecidos
e amizades, ainda que não o faça intencionalmente,
fica em evidencia e dá margem a que se pense que sua alusão
foi feita pensando no presente.
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