COMO CONQUISTAR A CONFIANÇA ALHEIA
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Publicado
na Folha da Manhã, domingo, 4 de maio de 1952
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Neste texto foi mantida a grafia original
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A conquista da confiança do proximo é uma arte dificil,
e que se pode comparar à diplomacia, pela necessidade de se
conjugar a fraqueza e a gentileza.
Muitos psicologos se ocuparam desse assunto e desses estudos resultaram
os seguintes conselhos, que se podem tornar muito uteis na vida cotidiana:
Convem ouvir com paciencia, sem interromper, as confidencias que nos
fazem, pois isso demonstra a confiança que em nós se
deposita.
Durante as discussões, convem não dar mostras de que
se quer dar lições ao interlocutor.
Quando alguem nos der conselhos, convem acolhê-los simplesmente,
sem pensar se vamos aplicá-los ou não. A rejeição
brusca desses conselhos impressiona mal e quem nô-los dá.
Todas as cortesias que recebemos devem ser pagas na mesma moeda. Receber
gentilezas e não as devolver é dar mostras de egoismo.
É de grande utilidade ter anotadas as datas de aniversario
e de outros acontecimentos da vida dos nossos amigos, a fim de demonstrar
os nossos sentimentos, ainda que seja por um simples bilhete de cumprimentos.
Esse gesto insignificante de amizade agrada sempre a quem o recebe
e permanecerá sempre em sua lembrança.
Ao fazer visitas, devemos sempre agradá-las com pequenos presentes,
como ramos de flores ou bonbons; isso dará grande prazer a
quem recebe e ao mesmo tempo aumentará o sentimento de confiança
entre ambas as partes.
Nunca se deve demonstrar a propria superioridade, nem mentir para
impressionar. Os nossos proximos querem impressionar-se apenas pelo
que somos, mas nunca pelo que imaginamos ser.
Não devemos embaraçar nossos amigos e conhecidos com
pedidos que eles não poderão atender ou que lhes darão
muito trabalho. Não devemos nunca nos mostrar indiferentes
a qualquer palestra ou discussão entre pessoas que estão
em nossa companhia, mas, ao contrario, demonstrar interesse pelo assunto
em debate.
É necessario fazer todos os esforços para cumprir a
palavra empenhada e mostrar-se pontual nos compromissos. Nada aborrece
tanto como o fato de não poderem confiar em nossa palavra ou
na nossa pontualidade.
É preciso saber quando se deve falar: mesmo que tenhamos motivos,
nunca devemos falar mal de quem quer que seja. A bisbilhotice é
uma arma de dois gumes, e nunca se sabe para que lado ela se voltará...
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