LEI DOS PARTIDOS SERÁ SANCIONADA HOJE
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Publicado
na Folha da Tarde, quinta-feira, 20 de dezembro de 1979
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Quando for sancionada, hoje, pelo presidente Figueiredo, a lei de
reformulação partidária, estarão automaticamente
extintos os dois partidos criados em 1966: Arena e MDB. Agora, o
Tribunal Superior Eleitoral tem 60 dias de prazo para regulamentar
a nova Lei Orgânica dos Partidos Políticos. Figueiredo,
através de veto, restabelecerá as sublegendas nas
eleições de senadores e prefeitos, a obrigatoriedade
de filiação partidária no caso de convocação
extraordinária de blocos, e a escolha, obrigatória,
de Diretórios Distritais através de eleições.
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Reformulação
partidária é sancionada
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BRASÍLIA (FT) - O presidente Figueiredo sancionará
hoje a lei de reformulação partidária, com
três vetos. A partir de hoje os partidos políticos
criados em 1966 - Arena e MDB - estarão extintos e será
aguardada a regulamentação do TSE para que as novas
agremiações políticas possam, na realidade,
se organizarem
Os vetos referem-se ao artigo 13, parcialmente, restabelecendo as
sublegendas para o Senado e prefeitos municipais, ao dispositivo
que determina que seja constituído, no prazo de cinco dias,
os blocos parlamentares, no caso das Assembléias Legislativas,
Câmara de Vereadores ou Congresso Nacional convocadas extraordinariamente,
e a que estabelece critérios para a criação
de Diretórios Distritais.
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Regulamentação
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A nova Lei Orgânica dos Partidos Políticos aguardará
a regulamentação pelo TSE, no prazo de 60 dias a partir
da sanção (terminará no dia 20 de fevereiro),
para então gerar seus efeitos no que se relaciona à
organização dos novos partidos políticos.
Como os tribunais entram em recesso, o assunto deverá ser
definido somente em fevereiro.
Enquanto, isso, os novos partidos iniciam a arregimentação
de forças políticas, constituição de
blocos parlamentares e elaboração do programa e respectivo
manifesto.
O pedido de registro porém, bem como a formalização
para iniciar a fase de criação dos novos partidos,
somente poderá ser realizado após a regulamentação
da matéria pelo Tribunal Superior Eleitoral.
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PMDB
lança manifesto criticando o Governo
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BRASÍLIA
(FT) -
"A Nação não esquece que cada arbitrariedade
do regime permitiu sempre uma definição mais nítida
das forças oposicionistas. Enquanto alguns, nominalmente
na oposição, fraquejavam e transigiam, outros, muitas
vezes vindos das bases partidárias e dos novos movimentos
sindicais e comunitários, engajavam-se na luta. Agora, esse
mesmo avanço dar-se-á em dimensão maior".
Este é um dos trechos do "Manifesto dos Fundadores do
PMDB à Nação", divulgada à tarde,
após uma das reuniões da Comissão Organizadora
da nova legenda oposicionista.
Afirmando que "o PMDB congregará todas as correntes
verdadeiramente populares e democráticas", acentua o
documento que o partido "não servirá de instrumento
aos que colaboram, direta ou indiretamente, com o Governo, nem aos
que não estejam realmente dispostos a participar de uma obra
de mobilização popular. E ganhará novos quadros
que, até hoje, permaneceram afastados da política
partidária por não identificá-la como veículo
adequado aos movimentos de base".
Denuncia o manifesto que "as forças dominantes, embora
acenando com a ampliação do acesso ao consumo, na
verdade não sacrificam o luxo de poucos para abolir a miséria
de muitos. Exigem que as formas limitadas do pluralismo político
tolerado se desenvolvam dentro dos estreitos, porém variáveis,
limites impostos pelos governantes para que a maioria não
se torne militante e mobilizada".
"Nesse sentido, procuram reduzir os cidadãos a uma massa
inerte e obediente, construir a nação-potência
sobre a base das desigualdades sociais e regionais existentes. E
não hesitam em usar todas as armas do golpismo pseudo-constitucional
para impedir que a luta da oposição, dentro ou fora
dos partidos, fruste essas intenções liberticidas."
Num decálogo de compromissos, os fundadores do PMDB reafirmam,
entre outras coisas, que o partido "terá como tarefa
fazer uma oposição confiável ao povo, não
aos detentores do poder", que "surgirá disposto
a uma prática política de organização
e mobilização, sobretudo frente aos conflitos, sempre
pela via da militância pacífica e democrática",
insiste na necessidade de convocação de uma assembléia
nacional constituinte.
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