Sistema permite rápido trabalho de edição


Publicado na Folha de S.Paulo, domingo, 4 de setembro de 1983

Neste texto foi mantida a grafia original

O funcionamento do sistema de terminais de vídeo adotado pelos jornais da empresa é explicado pelo engenheiro de sistemas Paulo de Lima, responsável pela instalação do equipamento, treinamento de pessoal e análise de fluxos do jornal. Segundo ele, o equipamento instalado em nossos jornais "é, em termos de inovação, o mais sofisticado da América Latina".

Basicamente, segundo o engenheiro, o sistema funciona da seguinte forma: todo o material redacional chega aos jornais através de terminais 4K-AG-84, de segundo nível e vai para um computador do setor respectivo. A Agência Folhas, responsável pelo grosso da produção local, tem suas matérias remetidas a uma espécie de banco de dados - a chamada "área pública" do computador. Depois de relacionadas em um índice de matérias produzidas, o material fica à disposição dos editores.

Estes, trabalhando em terminais do tipo 8K-RE-8, de primeiro nível, "chamam" as matérias que constam do índice e fazem a seleção dos assuntos que serão tratados pelos jornais.

Escolhida a matéria, no índice, o editor faz nova "chamada", desta vez do texto integral. A partir daí, o terminal de primeiro nível lhe permite executar todas as operações de edição, entre elas a inserção ou supressão de palavras, frases ou parágrafos, titulagem e diagramação. Os terminais de primeiro nível permitem ainda, ao editor, a visualização exata de como a matéria (sua disposição, medidas e tipo de letras a ser empregado) sairá impressa no papel.

Concluída a edição, o material - pronto para a publicação - é enviado ao computador da fotocomposição, que emite a matéria já na sua configuração final, pronta para ser impressa. Toda essa operação - que dispensa a utilização de laudas para a redação do texto - desde a entrada da matéria no terminal de segundo nível, até sua edição final, é extremamente rápida. Segundo Paulo de Lima, uma matéria jornalística de 40 linhas de texto, em condições normais, pode ser editada em poucos minutos.

Tanto a "Folha" como a "Folha da Tarde", "Notícias Populares" e "Cidade de Santos" têm acesso às matérias produzidas pela Agência Folhas, armazenadas na "área pública" do computador. Já uma matéria editada, por exemplo, pela "Folha", torna-se exclusiva desse jornal e os demais veículos não terão acesso a ela.

Futuramente, diz Paulo de Lima, também as agências noticiosas do Exterior serão recebidas diretamente pelos terminais de segundo nível e encaminhadas à "área pública" do computador, para posterior tratamento, de acordo com a linguagem e enfoques específicos de cada jornal do grupo. Esse mesmo sistema será aplicado para as sucursais e correspondentes, que produzirão seus textos em terminais portáteis, transmitindo-os para a "área pública" por meio de uma simples ligação telefônica.

A transmissão de um milhão de caracteres - cerca de 50 páginas de jornal - das sucursais ou correspondentes, para os computadores, pode ser realizada em aproximadamente 15 minutos.

Na área dos classificados, os terminais terão importância fundamental: o anunciante fará seu pedido em um balcão munido de terminal de vídeo e poderá ver sua publicidade classificada por seções e em ordem alfabética. O sistema fornecerá faturas imediatas, várias possibilidades de preço das inserções e uma visão exata - na tela do terminal - de como anúncio ficará disposto na página do jornal.

As máquinas que agilizam o jornal


O novo sistema de terminais de vídeo adotado em toda a empresa é composto de 37 terminais de primeiro nível 8K-RE-8 (para edição), 83 terminais de segundo nível 4K-AG-84 (para entrada de matérias) e terminais MDT para os correspondentes no Exterior, sucursais e correspondentes regionais. Esse equipamento está ligado a três CPUs (computadores de primeiro nível) e sete ISD (computadores de segundo nível).

O material produzido é armazenado em seis Disc Driver - Control Data - 6 x 80 MB - SMD/9762, durante três meses. Há ainda três impressoras KSR-TI 820 - Texas Instruments, conectados aos CPUs, e sete "printers" 128 ASC II Elebra, com teclados Sisco.

 

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