"Apesar da horrivel conotação sobre a energia nuclear, numa época em que mal se esqueceram as desgraças de Hiroshima e Nagasaki e outra bomba de maior potência é explodida, só ela pode salvar o mundo da ameaça de destruição pelo excesso de poluição".

Essa declaração, feita ontem pelo Sr. Carlos Syllos, chefe do Departamento de Planejamento do Conselho Nacional de Energia Nuclear, acompanhada de um apelo no sentido de que se reserve para a energia nuclear o seu verdadeiro lugar de agente de beneficios para a humanidade. Ele fez uma palestra, no Rio, para diplomados da Escola Superior de Guerra.

"Sem a energia nuclear, será duvidoso o futuro da humanidade. Só ela pode acabar com a destruição do meio ambiente que se processa através da queima de carvão, óleo, madeira e outros produtos utilizados como combustível de usinas energéticas. Só ela pode agastar os danos que a poluição causa à atmosfera", disse o sr. Carlos Syllos. E acrescentou:

"Quanto aos supostos riscos da radiação em usinas nucleares, basta dizer que a exposição no interior de uma usina representa metade daquela que os banhistas fanáticos recebem em seus banhos nas falsamente benéficas areias de Guarapari".

Um grupo de técnicos em poluição foi organizado pelo MEC para dar aulas a professores secundários, que transmitirão os ensinamentos a seus alunos, numa experiência piloto iniciada no Rio.

Em sua última reunião, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana decidiu incluir em sua pauta, brevemente, o problema da poluição ambiental no Brasil, por entender que a contaminação do meio ambiente ameaça um dos direitos fundamentais do homem: o de viver. A sugestão foi apresentada pelo general João Carlos Grossi, representante da Associação Brasileira de Educação.

Um grupo de tecnicos em poluição foi reunido pelo Ministerio da Educação para dar aulas a professores secundarios, e estes deverão reproduzir essas aulas para os alunos, numa experiencia-piloto que está sendo realizada na Guanabara. Haverá ainda uma avaliação desse trabalho, e se for aprovado o Ministerio estenderá a todo o pais o ensino de combate a poluição.

Programa - Um dos membros do grupo, professor Daphinis Ferreira de Souto, que trabalha como sanitarista, revelou que a ideia geral do programa é despertar nas novas gerações o problema da poluição, para evitar que o Brasil seja surpreendido por ele dentro de alguns anos, conforme ocorreu com as nações já desenvolvidas. Frisou que o problema da poluição não apresenta agentes poluentes mais ou menos importantes, e que conta mais despertar todos os brasileiros para o problema do que elaborar legislação especifica sobre o assunto para obrigar as emprêsas e a população a cumprir.

O professor Aristides Pinto Coelho, também membro do grupo, acrescenta que essa tese tem fundamento no fato de que atualmente já existe uma serie de leis sobre o assunto, que ninguem cumpre.