UDN E PTB FAZEM RESTRIÇÕES A TANCREDO NEVES PARA
A PRESIDENCIA DO CONSELHO
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Publicado
na Folha de S.Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1961
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Neste texto foi mantida a grafia original
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Adiada
para hoje a formação do novo governo
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BRASÍLIA, 7 (FSP) - A indicação do presidente
do Conselho de Ministros e a composição do primeiro
gabinete parlamentarista do país foram adiadas para amanhã,
às 10 horas, quando o Congresso Nacional voltará a reunir-se.
A decisão foi tomada pelo presidente do Senado, sr. Auro de
Moura Andrade, em sessão que se encerrou hoje, por volta de
23 horas, "a pedido do primeiro-ministro Tancredo Neves".
Este, indicado para o cargo de presidente do Conselho, sofreu restrições
da UDN e do PTB, mas acredita que, até a reunião de
hoje, serão superados os obstaculos para a formação
do gabinete.
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UDN
e PTB |
O nome do sr. Tancredo Neves, escolhido pelo PSD em uma lista triplice
encaminhada pelo presidente João Goulart, foi vetado na UDN
pela bancada mineira, por recomendação do governador
Magalhães Pinto. O grupo denominado "bossa nova",
através dos deputados José Sarney e Ferro Costa, uniu-se
aos mineiros.
Assim, a questão não chegou a ser posta em votação,
para que não fosse recusada a indicação do sr.
Tancredo Neves.
No PTB, o veto nasceu do chamado "grupo compacto", que afirmou
que não apoiará o gabinete a ser composto pelo sr. Tancredo
Neves.
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Tancredo
esclarece |
O lider da UDN foi incumbido de comunicar ao sr. Amaral Peixoto, presidente
do PSD, que o partido não aceitaria participação
no gabinete antes de conhecer o programa de governo do sr. Tancredo
Neves.
Este, convidado a prestar esclarecimentos, anunciou sua intenção
de formar um governo de pacificação, no qual os Ministerios
seriam distribuidos de acordo com a representação de
cada partido.
Como se sabe, por acordo firmado entre os presidentes da UDN e PSD,
srs. Herbert Levy e Amaral Peixoto, a indicação pessedista
seria apoiada automaticamente, desde que o nome apresentado para a
presidencia do Conselho fosse "presidente do partido ou parlamentar".
Caso contrario, deveria ser submetido ao referendo da bancada udenista.
Foi o que aconteceu no caso do sr. Tancredo Neves, que não
se enquadra na hipotese prevista pelo acordo.
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Veto
da UDN a Arinos: Relações Exteriores |
BRASILIA, 8 (FSP) - Alguns setores da UDN vetariam o nome do senador
Afonso Arinos para o Ministerio das Relações Exteriores.
A posição destes udenistas funda-se no fato de que a
renuncia do sr. Janio Quadros foi devida principalmente à politica
exterior, planejada pelo mesmo sr. Afonso Arinos. Não querendo
arcar com as responsabilidades de novos embaraços nesse setor,
os udenistas resolveram deixar o Itamaraty para outros partidos politicos. |
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