SONETO

Publicado na Folha da Manhã, domingo, 23 de setembro de 1951

Neste texto foi mantida a grafia original

Rubem BRAGA

E quando nós saimos era a Lua,
era o vento caído e o mar sereno,
azul e cinza azul anoitecendo
a tarde ruiva das amendoeiras.

E respiramos, livres das ardencias
do sol, que nos levara à sombra cauta,
tangidos pelo canto das cigarras
dentro e fora de nós exasperadas.

Andamos em silencio pela praia.
nos corpos leves e levados ia
o sentimento do prazer cumprido.

Se magoa me ficou na despedida,
não fez mal que ficasse, nem doesse:
era bem doce, perto das antigas


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